Em cinco anos, R$ 212 milhões em Parauapebas foram para o lixo

Consórcio Paracanãs, responsável pela limpeza pública, inclusive coleta de lixo patológico, já faturou na Capital do Minério o equivalente à arrecadação de município do porte de Redenção.

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Um dos serviços essenciais para o município de Parauapebas, a coleta regular de lixo, sob batuta da Secretaria Municipal de Urbanismo (Semurb), vai ultrapassar a barreira dos R$ 200 milhões pagos este ano por um contrato iniciado lá em 2016, quando o Consórcio Paracanãs venceu a licitação para execução dos serviços de limpeza púbica da Capital do Minério. À época, a concorrência foi estimada em R$ 105,636 milhões, mas o Paracanãs venceu a concorrência por R$ 95,465 milhões para prestação de serviços durante 36 meses.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que detectou o 6º aditivo ao contrato inicial (veja aqui). Ontem, terça-feira (9), a Semurb publicou o termo no Diário Oficial da União em que oxigena o contrato em R$ 36,556 milhões por mais 12 meses. A validade da prestação de serviços, nesse novo aditivo, começou desde o dia 4 do mês passado e segue até 4 de fevereiro do ano que vem.

Dados do portal da transparência mostram que o contrato inicial da Paracanãs com o município tinha vigência de 5 de fevereiro de 2016 a 4 de fevereiro de 2019, tendo transpassado duas diferentes gestões — começou na do ex-prefeito Valmir Mariano e entrou pelo primeiro mandato do atual prefeito, Darci Lermen. Em 2019, no entanto, para que o município não ficasse sem a coleta regular de lixo, inclusive o patológico, o governo Darci deu sobrevida financeira ao Consórcio Paracanãs, turbinando o contrato com R$ 77,67 milhões para prestação de serviços por mais dois anos.

Agora, para segurar a Paracanãs até 2022, serão pagos mais R$ 36,556 milhões. No frigir dos ovos, entre aditivos e atualizações de valor, a Prefeitura de Parauapebas terá desembolsado no serviço de coleta de lixo a “bagatela” de exatos R$ 212.996.779,08 desde 2016, quando o contrato fora efetivamente assinado. É uma quantia de recursos que praticamente daria para sustentar um município como Redenção, o mais importante do sul do Pará e que, no ano passado, acumulou receita de R$ 221,07 milhões.