Economia calcula que 20 bilhões para vacinas são insuficientes

Declaração de Paulo Guedes foi dada em reunião da do colegiado que acompanha as ações de combate à pandemia

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Brasília – Em reunião com parlamentares da comissão mista do Congresso que acompanha as ações de combate à pandemia o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a vacinação em massa da população deve custar algo em torno de R$ 20 bilhões, o que, segundo ele, é pouco perto dos R$ 600 bilhões gastos até agora. Vários parlamentares disseram ao ministro que os casos de Covid-19 estão crescendo e que é preciso pensar em um programa de proteção da população mais pobre em 2021.

Como o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; Guedes chamou a fase atual da pandemia de “repique”, afirmando que o período de calamidade vai acabar este ano e, por isso, o fim do auxílio emergencial. Segundo ele, se uma segunda onda for confirmada mais à frente, o governo vai trabalhar com o novo momento: “Nós ainda estamos achando que possa ser um movimento que era um isolamento social, houve uma certa celebração justamente pela queda do número de mortes, e essa celebração acabou por aumentar e provocar um repique. Para nós, assim que a saúde declarar que voltou, que estamos em uma segunda onda e não um repique; naturalmente nós entramos em outro cenário e aí vamos ter que dar uma resposta tão decisiva quanto demos na primeira crise, garantiu.”

Guedes explicou, porém, que, como os pagamentos do auxílio emergencial obedecem a um cronograma, algumas pessoas devem receber o dinheiro até meados de fevereiro. E voltou a defender reformas estruturais para melhorar o clima econômico, como a PEC do Pacto Federativo (PEC 188/2019).

Segundo ele, com as medidas da PEC e o fim da indexação das despesas, o Congresso terá que decidir quais gastos são mais importantes e isso eliminará a necessidade de um teto de gastos. O deputado Mauro Benevides (PDT-CE) disse que encontrou 12 países que usam o teto de gastos, mas afirmou que nenhum deles submete despesas de investimento ao limite, apenas despesas correntes: “No mundo inteiro, você tem teto de gasto exclusivamente para a despesa corrente. E o investimento, ele é controlado pelo crescimento da própria receita. É um percentual do crescimento da receita, sobrando dinheiro, portanto para pagar as suas dívidas.”

Guedes afirmou que os investidores não querem saber que tipo de gasto está sendo feito: “O credor interno e o credor externo, quem está financiando a nossa dívida, ele não pergunta se você gastou em coisas boas. O financiador não faz essa pergunta. Essa pergunta é para quem está um pouco mais calmo.”

O ministro minimizou a alta da inflação, que está acima da meta do governo, afirmando que não se trata de um aumento de preços generalizado, o que contradiz o mundo real. Basta o cidadão fazer as compras de sua casa no mercado que irá constatar o aumento brutal, inclusive da cesta-básica. Os produtos de higiene e limpeza também escalaram e juntam-se aos demais itens básicos que estão pressionando os índices de inflação para cima.

Val-André Mutran – É correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília