Doenças respiratórias mataram mais de 2.000 no Pará em 2019

Dos 144 municípios do estado, apenas dez escaparam das mortes. Entre os letais, Eldorado do Carajás, Irituia e Curionópolis têm as taxas mais baixas. São João da Ponta assusta com 23%.

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As doenças do trato respiratório internaram cerca de 55.300 paraenses e sepultaram 2.151 deles no ano passado. Os números parecem franzinos diante de mais de dois meses da pandemia do novo coronavírus, cuja mais perigosa ação é causar síndrome respiratória aguda grave, a qual já mandou quase 40 mil pessoas à emergência nos hospitais do estado e fez cerca de 2.900 vítimas fatais pela Covid-19.

Os dados de 2019 foram levantados pelo Blog do Zé Dudu junto ao Ministério da Saúde e revelam que a taxa de óbitos por doenças respiratórias no Pará, que enterrou quatro pessoas a cada 100 doentes, é bem inferior à atual proporção da Covid-19, que sepulta um a cada 13 contaminados pelo coronavírus. Em 2019, tuberculoses, pneumonias, asmas e outras doenças de mesma natureza foram responsáveis por 6,8% de todas as 31.559 mortes registradas no Pará.

Dos 144 municípios paraenses, apenas dez não apresentaram óbito em decorrência de doenças do aparelho respiratório no ano passado. Bannach, Chaves, Concórdia do Pará, Inhangapi, Magalhães Barata, Peixe-Boi, Piçarra, Quatipuru, Salvaterra e Sapucaia estão entre as localidades menos populosas do estado e não carregam esse fardo em seus prontuários.

Por outro lado, o Blog calculou que 25 municípios tiveram ao menos um morte a cada dez ligada a complicações respiratórias. As taxas vão de 10% em São João do Araguaia e Faro a 23,08% em São João da Ponta, onde ao menos uma a cada cinco mortes está ligada à falência dos pulmões. As menores taxas foram verificadas em Irituia (0,82%), Eldorado do Carajás (0,87%) e Curionópolis (1,12%).

98 mil mortes no Brasil

Em números absolutos, os municípios campeões em mortes por complicações no aparelho respiratório foram Belém, com 465 registros e que ocupa a 17ª posição no Brasil; Ananindeua, com 107 casos; e Marabá, com 104. Na sequência aparecem Castanhal, com 90; Santarém, com 85; Bragança, com 71; Redenção, com 68; Parauapebas, com 66; Altamira, com 63; e Breves, com 54.

No Brasil, 5.167 municípios registraram algum falecimento em decorrência de doenças respiratórias. Os óbitos totalizaram 98.405, o equivalente a 7,62% das 1.290.809 mortes ocorridas no país em 2019. As cidades de São Paulo-SP (4.483), Rio de Janeiro-RJ (1.884), Porto Alegre-RS (1.172), Fortaleza-CE (1.055) e Salvador-BA (888) lideraram as perdas de vidas humanas por essa causa no ano passado e 573 cidades tiveram apenas um caso de morte confirmado.