Deputado federal Éder Mauro se nega a aceitar minuto de silêncio e cria conflito durante CPI do MST

Tributo referente ao aniversário do massacre de membros do movimento em confronto com militares em Pau D’Arco, sudeste do Pará, foi pedido por deputada carioca

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A sessão de votação de requerimentos da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), realizada nesta quarta-feira (31), foi palco de diversos atritos entre parlamentares da base governista e da oposição. Entre eles, se destaca desentendimento entre os deputados federais Eder Mauro (PL-PA) e Talíria Retrone (PSOL-RJ), quando a parlamentar pediu um minuto de silêncio pelos membros do MST mortos em confronto com militares em Pau D’Arco, sudeste do Pará, seis anos atrás.

O parlamentar paraense imediatamente interveio, no entanto, pedindo palavra de ordem. Ele afirmou que se o tributo fosse dado, não ficaria calado, além de justificar as ações dos policiais militares, que mais tarde foram indiciados e denunciados pelo Ministério Público. “Eu vou dar um minuto pra bandido? Nunca que vou dar um minuto!”, rebateu. 

Na ocasião, uma ação de desocupação resultou na morte de dez trabalhadores rurais sem terra e dois policiais militares. A versão oficial apresentada pelas autoridades alega reação violenta do MST à ação policial. Um inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar as circunstâncias e responsabilidades do episódio concluiu, em 2018, que os trabalhadores foram executados após terem se rendido. 

O conflito ocorrido no interior do Pará, em maio de 2017, é reconhecido como um dos mais marcantes de violência no campo, tendo gerado repercussão nacional e internacional para os problemas relacionados à questão agrária no Brasil, sobretudo a concentração de terras e a luta pela reforma agrária.

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