Confira que partidos se beneficiaram após a “janela partidária”. O PL é a maior bancada no Congresso

Cento e trinta e cinco deputados federais mudaram de partido com a janela eleitoral, que se fechou na sexta-feira, dia 1º de abril

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Brasília – A corrida para o troca-troca partidário nada teve a ver com ideologia partidária pregada no evangelho político, onde o  que conta mesmo é quanto dinheiro cada partido tem do fundo eleitoral, para bancar as campanhas dos candidatos, vários deles saindo para a disputa com clara vantagem porque tentarão a reeleição.

O Partido Liberal, nova sigla do presidente Jair Bolsonaro foi o que mais cresceu, se tornando a maior legenda do Congresso Nacional, com 73 deputados, mais uma preocupação para o Partido dos Trabalhadores – que ficou com 56 – e associados.

O União Brasil foi o partido que mais perdeu quadros neste período. Até a manhã de sexta-fera, 29 deputados haviam deixarado o partido. A debandada já era esperada, mas a recém-criada legenda esperava atrair mais quadros. Não foi o que aconteceu. Com a fusão de dois partidos, é hoje o que detém os maiores fundos partidários, ativo usado no convencimento de políticos. Ficou com 47 deputados.

Antes, o PT ocupava a liderança, com 53 deputados. O partido, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quase não teve alterações durante a janela, acabou com 56.

O Republicanos, que também está na zona de influência de Bolsonaro, foi a segunda legenda que mais cresceu até o momento. O partido atraiu 14 deputados, passando de 31 para 45. Será pela sigla que os ministros Tarcísio Gomes de Freitas e Damares Alves disputarão uma vaga no Executivo (SP) e no Legislativo (Senado), provavelmente no Amapá, para desespero do senador Davi Alcolumbre, que tenta a reeleição.

Já o PP, outro baluarte do Centrão, comandado pelo senador licenciado e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PI), e sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), também cresceu. Ganhou 8 congressistas, chegando a 50 deputados.

A regra, criada pelos próprios políticos, permite que deputados federais, estaduais e distritais mudem de partido sem sofrerem consequências legais. O prazo foi aberto em 3 de março e expirou no 1º de abril. Caso um congressista saia do seu partido fora dessa janela, poderá perder o mandato, que pertence à legenda.

A mudança, no entanto, burla o desejo dos eleitores, já que eles, no momento das eleições, votaram em um candidato considerando seu partido.

Os deputados precisam informar a mudança aos Tribunal Regional Eleitoral de seus estados. Depois, cada congressista é responsável por informar à Câmara sobre suas novas legendas. Por isso, a oficialização ainda pode demorar alguns dias para ser publicada e os números tendem a aumentar.

Além disso, muitos deputados deixam para decidir em cima da hora. Acabam fazendo uma espécie de leilão, onde negociam para ver onde irão ganhar mais recursos do fundo eleitoral para suas campanhas e com quem terão maior potencial de serem eleitos.

Centrão ganha mais poder

O PL, o parttido presidencial, saltou de 42 deputados para 73. Já o PP passou de 43 para 56 representantes, enquanto o Republicanos ganhou 12 nomes, contabilizando 45 quadros na Casa. Juntos, esses partidos, que formam os pilares de apoio ao governo, agora contam com 174 deputados. O número é relevante diante do cenário de divisão partidária do país.

Bancada do Pará

De acordo com dados da Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, em 2018, 85 deputados trocaram de legenda para disputar as eleições daquele ano. Desde que tomaram posse, em 2019, 39 deputados já mudaram de sigla antes mesmo da abertura do prazo legal, é o caso do senador Zequinha Marinho que trocou o PSC pelo PL e do deputado Celso Sabino, eleito pelo PSDB, posteriormente ingressou no PSL que junto com. DEM, se fundiram e criaram o União Brasil até então o maior da Câmara dos Deputados.

Estão, portanto, de “casa nova”, os deputados Celso Sabino (ex-PSDB e PSL), agora no União Brasil, junto com os colegas Hélio Leite (ex-DEM) e Olival Marques (ex-DEM;
Delegado Éder de Mauro e Joaquim Passarinho, saíram do PSD e foram para o PL, e logo após tomar posse em 2018, o deputado Vavá Martins, eleito pelo PRB teve o nome da legenda rebatizada para Republicanos.

No final do próximo mês, de acordo com o TSE, será o prazo final para os partidos que quiserem, formalizar junto ao tribunal se vão ou não compor ou não o instituto das federações partidárias com pelo menos mais uma sigla e obedecendo as regras da legislação, que é a grande novidade que passará a valer nas eleições desse ano.

Veja como ficou  a bancada de cada partido

PL: 73

PT: 56

PP: 50

União Brasil: 47

Republicanos: 45

PSD: 43

MDB: 35

PSDB: 27

PSB: 25

PDT: 20

Bloco PSC/PTB: 17

Solidariedade: 11

PROS: 9

PSOL: 9

Podemos: 8

Novo: 8

Avante: 8

PCdoB: 7

CIdadania: 7

Patriota: 4

PV: 3

REDE: 1

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.