Conferência do Meio Ambiente em Marabá foca na conservação das florestas

Representantes de entidades ambientais já começam a discutir temáticas a serem abordadas na COP30, em Belém, em 2025

Continua depois da publicidade

O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) de Marabá realizaram, nesta quinta-feira (15), a 8ª Conferência Municipal do Meio Ambiente. Seguindo as diretrizes do Ministério do Meio Ambiente, o evento teve como tema “Conservar a Floresta para Preservar a Vida” e contou com palestras focando nas áreas de proteção ambiental do município. 

Representantes de 25 entidades marabaenses ligadas ao meio ambiente participaram do evento, tendo direito a voto para escolher os novos membros do Comam e os representantes do município para a Conferência Estadual do Meio Ambiente.

Presidente do Comam e da Fundação Zoobotânica de Marabá, Jorge Bichara Neto enfatizou que a conferência volta a ser realizada após uma pandemia que afastou as pessoas. Além disso, observou a relevância do evento para que se conheçam as ações de representantes das estruturas ambientais. “Aqui, também, fazemos uma prestação de contas à sociedade,” disse. 

Alecio Stringari (PDT), presidente da Câmara Municipal de Marabá, destacou tratar-se de um momento importante, ímpar, onde se discute a preservação, o progresso e o desenvolvimento, numa Amazônia tão grande. 

“Esta conferência é salutar para todos. (…) É importante que o município fique atento às questões ambientais e as discussões por meio das palestras que serão apresentadas, nos ajudarão a entender a realidade de nosso município,” afirmou. “Precisamos fazer valer o que temos de riqueza. Precisamos cuidar daquilo que resta e nos preocupar com a sustentabilidade”. 

O titular de Meio Ambiente de Marabá, Rubens Borges Sampaio, foi outro que enalteceu a relevância da realização de uma conferência para alargar o conhecimento sobre a temática. Ele lembrou que, para um banco financiar um empreendimento, exige o licenciamento ambiental ou a dispensa dele.

Engenheiro florestal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), André Luís Vieira palestrou e reforçou a importância de se discutir as áreas de preservação ambiental da região de Carajás: “Três ficam em Marabá e são áreas que representam muitas oportunidades de desenvolvimento socioambiental a partir do capital natural e da biodiversidade dessas áreas protegidas”.

Ele reconhece a importância da parceria entre várias entidades, inclusive com a prefeitura, tanto em apoio técnico e logístico como em ações educacionais.

“Temos acordos de cooperação técnica. Temos um trabalho bonito de apoio aos agricultores familiares no entorno dessas áreas protegidas que ficam na zona rural onde são promovidas ações de agroecologia de implementação de sistemas agroflorestais. Além de ações com a Semma onde levamos a comunidade a acessar áreas protegidas para se ter uma perspectiva de educação ambiental crítica,” complementa.  

Vieira ressalta ainda a importância de realizar esse tipo de evento com a proximidade da Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em 2025, em Belém. “Esse é o momento de reunir a sociedade para discutir essa pauta. Momento onde temos convergência do ponto de vista que valoriza essa pauta a nível mundial, federal, estadual e municipal. Com a perspectiva de realizar a COP aqui no nosso estado é importante Marabá se posicionar dentro dessa agenda de construção da sustentabilidade,” conclui.

Outro palestrante foi Rafael Rodrigues, engenheiro florestal da Gerência de Geotecnologia (Geotec) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Ele realizou uma apresentação voltada para a parte prática da preservação de uma reserva legal e os incentivos que, tanto o poder público, como instituições privadas no estado, podem obter.

“A proteção de reserva legal funciona de duas formas. A primeira é punir quem não preserva através do decreto instituído em 2008 e a segunda é incentivar, beneficiar financeiramente inclusive, quem preserva a reserva legal acima do mínimo instituído por lei, com valores que variam de 225 a 400 reais por hectares,” explica.

Deixe seu comentário

Posts relacionados