Coluna Direto de Brasília #Ed. 205 – Por Val-André Mutran

Uma coletânea do que os parlamentares paraenses produziram durante a semana em Brasília
O ex-governador João Doria (PSDB)

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Crescimento meteórico
A política, definitivamente, não é para amadores. João Doria que o diga. Filiado ao PSDB desde o ano de 2001, é criador e presidente licenciado do Grupo Doria. Seu primeiro cargo público relevante foi o de secretário de Turismo de São Paulo, quando começou sua vida pública. Tempos depois, ele se tornou presidente da Paulistur, durante a gestão de Mário Covas; e presidente da Embratur quando José Sarney assumiu o governo brasileiro.

Ascensão
No período da transição do protagonismo nacional do partido entre os paulistas José Serra, Geraldo Alckmin e o mineiro Aécio Neves, João Doria se notabilizou ao derrotar no primeiro turno o “poste do Lula”, Fernando Haddad, que disputaria a reeleição à Prefeitura de São Paulo, terceiro maior orçamento público do país. O PT sentiu o baque, porque seu sonho de consumo nunca foi concretizado: governar São Paulo, Estado onde nasceu e em que sempre teve alta rejeição do eleitorado. O paulista, como ninguém, sabe quem é o PT.

Erro de cálculo
João Doria começou sua derrocada política após ter colado à sua imagem política a má fama de não terminar os mandatos conquistados. Pulou da prefeitura para o governo de São Paulo e queria repetir a dose ao se desincompatibilizar do governo do segundo maior orçamento da Nação, para concorrer à Presidência da República.

Rompimento com Bolsonaro
A queda foi acentuada quando, ao se eleger ao governo de São Paulo surfando na onda de popularidade de Jair Bolsonaro, Doria rompeu com o padrinho que com tantos votos o havia beneficiado em sua campanha vitoriosa ao governo do estado mais rico da América Latina.

CoronaVac
Após o racha com Bolsonaro, João Doria calculou que, se conseguisse uma boa atuação à frente de medidas de combate à Covid-19 em São Paulo, tudo daria certo. Vale lembrar que jutsamente em São Paulo  foi detectado o primeiro caso da doença no Brasil. João Doria, então, montou uma papagaiada, com coletivas de imprensa diárias, espalhafatosas, seguidas de decretos de lockdown que quase arruinaram o PIB paulista, locomotiva comercial e industrial do Brasil.

Tombo histórico
Tudo daria certo na cabeça de João Doria, mas faltou combinar com os russos. Aliás, com os russos não, com os chineses. E ele bem que tentou, associando o laboratório administrado pelo governo do Estado, o eficiente Butantan, num acordo feito às pressas, para a produção da vacina experimental chinesa CoronaVac, cuja eficiência é um pouco superior a 50% contra o novo coronavírus.

Retumbante fracasso
Outras vacinas surgiram, com eficiência próxima de 97%, e foram distribuídas pelo governo do inimigo Bolsonaro, mas São Paulo foi e continua sendo o estado com o maior número de óbitos por Covid-19. A economia pailista agora está penando para se recuperar. As taxas de desemprego no estado são as maiores do país.

Reunião na quarta-feira (18), selou o destinado do pré-candidato João Doria

Rifado
Na quarta-feira (18), os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania rifaram João Doria e anunciaram a ilustre desconhecida senadora Simone Tebet (MDB), como o nome único da tal terceira via, alternativa chinfrim à polarização dos líderes das pesquisas, Lula e Bolsonaro. É o fim melancólico de um político novato, ambicioso, tragado pela vaidade. Não vai deixar nenhum saudade. Perguntem aos paulistas.

Danos
O PSDB tenta agora construir palanques nos estados onde um dia já reinou. No Pará, o deputado Nilson Pinto, presidente da legenda, depende do humor do governador Helder Barbalho (MDB) para não passar o maior vexame eleitoral de sua história nessas eleições.

Impasse
Já o Cidadania, que compõe no plano nacional a natimorta terceira via, no Pará, especialmente no grupo liderado pelo ex-deputado federal Arnaldo Jordy, não está inclinado a entrar no oba-oba bancado pelo MDB e deve se alinhar a outros tradicionais parceiros, não necessariamente do campo da esquerda.

Mais pesado que o ar
O pré-candidato ao Senado pelo Pará, Beto Faro (PT), tenta, desesperadamente, levar Lula ao estado para ver se consegue chamar a atenção de alguns eleitores. Sua candidatura ao Senado, já considerada o maior “mico” político da história recente do estado no qual é possível “até boi avua” – como dizia o saudoso cametaense Gerson Peres -, tudo pode acontecer, inclusive, embora difícil, Beto Faro decolar e voar nessa disputa. Até agora, o voo é o do galinho garnizé. Meio palmo do chão.

Candidatos que surgem de todos os lados, menos da região, adoram os votos do Sul do Pará. E o povo os enche de votos

Cadê os nomes?
As conversas políticas se encaminham para a hora da verdade. Ou seja, as convenções partidárias, a serem realizadas entre 20 de julho e 5 de agosto, para escolher candidatas e candidatos à presidência da República e aos governos dos estados, bem como aos cargos de deputado federal, estadual e distrital. Legendas, federações e coligações têm até 15 de agosto para solicitar o registro de candidatura dos escolhidos.

Alguém viu?
O que se sabe é que o sul/sudeste do Pará, na Região do Carajás, se encaminha, mais uma vez, para a repetição de uma triste sina: desunião política, nomes fracos e risco real de poucos ou nenhum candidato a deputado federal se eleger como “puro sangue” pela região. Uma vergonha!

Sim. O paraquedista papou!
O gato papou? Não nesse caso. São gatos, melhor dizendo, candidatos paraquedistas de sempre, geralmente da capital, que chegam à região e “papam” os votos de um eleitorado alienado e sem opções de nomes locais.
— “Eita classe desunida”, diria, o finado deputado federal Clodovil Hernandez — o Clodovil
Depois, não reclamem.

Financiamento
Os partidos políticos e respectivos pré-candidatas e pré-candidatos, desde 15 de maio, poderão iniciar a campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade de financiamento coletivo, desde que não façam pedidos de voto e obedeçam às demais regras relativas à propaganda eleitoral na internet. O chamado financiamento coletivo jamais ganhou a simpatia do eleitor paraense, ainda mais agora, em tempos de vacas magras.

Fundo Eleitoral
Dia 1º de junho marca o prazo final para que partidos políticos comuniquem ao TSE a renúncia ao Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mais conhecido como fundo eleitoral, cujos partidos conseguiram elevar para patamares imorais. A quantia a ser disponibilizada deverá ser divulgada pelo TSE até 16 de junho para alegria da enorme “sopa de letrinhas” de mais de 30 partidos. Solitário, apenas o partido Novo se diz disposto a abrir mão da cota que lhe cabe nesse pote bilionário e que enriquece muito político sem voto em ano eleitoral.
Muitos vivem disso.

Deputado federal Celso Sabino (União-PA)

Relatorias
Além do deputado Celso Sabino (União-PA), que preside a poderosa Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), apenas outros dois deputados do Pará compõem o colegiado. São eles Hélio Leite (União-PA) e José Priante (MDB).
Ainda não foram designados os relatores da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023. Os líderes também precisam indicar os três vice-presidentes da comissão.
Celso Sabino deu prazo — que não foi cumprido — até a terça-feira passada (10), para a indicação, pelos líderes partidários, das relatorias dos comitês da comissão de:
– Avaliação, Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária;
– Avaliação da Receita;
– Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com indícios de Irregularidades Graves; e
-Admissibilidade de emendas.
Reuniões já foram canceladas devido o atraso das indicações.

Efemérides I
Nesta sexta-feira, 20 de maio, comemora-se o Dia do Comissário de Menores, o Dia Mundial das Abelhas, o Dia Nacional do Medicamento Genérico, o Dia Nacional do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, o Dia do Pedagogo e o Aniversário de Palmas. O sábado (21) marca o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, o Dia Mundial da Migração dos Peixes, o Dia do Afilhado e o Dia da Língua Nacional. No domingo, 22 de maio, é comemorado o Dia de Santa Rita, o Dia Internacional da Biodiversidade, o Dia do Apicultor e o Dia do Abraço.

Efemérides II
Na segunda-feira (23) comemora-se o Dia da Juventude Constitucionalista, o Dia Internacional para Acabar com a Fístula Obstétrica e também o Dia da Tartaruga. A terça-feira (24) é a data em que se comemoram várias efemérides, tais como, o Dia do Telegrafista, o Dia do Vestibulando, o Dia Nacional do Milho, o Dia Nacional do Café, o Dia Nacional do Cigano, o Dia do Detento, o Dia da Infantaria, o  Dia Nacional do Calcário Agrícola e o Dia do Datilógrafo.

Efemérides III
Na quarta-feira (25) comemora-se o Dia do Trabalhador Rural, o Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, o Dia Nacional da Adoção, o Dia do Desafio, o Dia da Costureira, o Dia do Massagista, o Dia da Toalha, o Dia Internacional do Sapateado, o Dia do Orgulho Geek, o Dia Internacional da Tireoide e o Dia da Indústria. E, fechando o ciclo da semana, a quinta-feira (26) será o Dia do Revendedor Lotérico e o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.

De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui no Blog do Zé Dudu.

Val-André Mutran – É correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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