Casos de dengue aumentam 151% no País. Brasília lidera casos

A dengue já ceifou a vida de 265 pessoas no Brasil em 2022. Com 99 mortes, São Paulo lidera a lista, seguido por Santa Catarina e Goiás, com 28 cada, e. Bahia, com 22. O Ministério da Saúde investiga outras 300.

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Brasília – A capital do país, Brasília (DF), lidera os casos de dengue em 2022. É o que mostram dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na última sexta-feira (13) e atualizado na segunda-feira (16). No quadro geral, o Brasil notificou 757.068 casos de dengue nas primeiras 18 semanas deste ano, o que representa uma disparada de 151,4% na comparação ao igual período de 2021. Na média, o país registra incidência de 354,9 casos a cada 100 mil habitantes.

Com 37.856 registros, a capital federal desponta como primeira colocada na lista de cidades. O montante leva Brasília a acumular 1.223,4 casos por 100 mil habitantes. Em seguida, vem Goiânia, que soma 36.003 notificações e 2.314,4 casos por 100 mil habitantes. A região Centro-Oeste vem como foco da doença, com o maior salto de diagnósticos, de 283%, e de incidência, com 1.171 casos por 100 mil habitantes.

A dengue já ceifou a vida de 265 pessoas no Brasil em 2022. Com 99 óbitos, São Paulo lidera a lista, seguido por Santa Catarina e Goiás, com 28 cada. Bahia, por sua vez, acumula 22. O ministério investiga outras 300 mortes.

O levantamento da pasta, coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), reúne casos prováveis da dengue de 2 de janeiro a 7 de maio registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação online (Sinan Online), dos quais exclui diagnósticos já descartados.

Segundo médicos e cientistas, a dengue se caracteriza uma doença cíclica, que não age de forma simultânea ou homogênea em todo o país. Por isso, epidemias costumam ocorrer a cada três ou cinco anos. A maior circulação de pessoas após o relaxamento das restrições contra a Covid-19 é um dos fatores que levou ao aumento de casos.

Não há vacina disponível em larga escala no Brasil, já que só se pode aplicar o imunizante em quem já teve a doença e apresenta anticorpos para minimizar risco de eventos adversos. Além disso, as doses estão restritas a laboratórios particulares. Nesse sentido, a melhor estratégia é eliminar locais que possam acumular água parada. Soma-se isso às altas temperaturas e às chuvas e o país encontra o cenário ideal para criadouros de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras arboviroses, como chikungunya e zika.

O ministério da Saúde recomenda verificar possíveis criadouros, como telhados, calhas, caixas-d’água, piscinas, garrafas e pneus, pratinhos de vazos de plantas e até certas flores como as que acumulam águas, tais como as bromélias e manter lixos fechados para combater a doença. Recipientes para armazenar água devem ser cobertos e vasos de plantas devem conter areia para evitar que os mosquitos depositem ovos. A pasta afirma que é importante buscar atendimento médico em caso de suspeita da doença e que há tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.