Câmara dos Deputados deve avançar na votação de pauta da semana

Ofuscada pelas eleições, não houve repercussão merecida da aprovação do projeto que vai financiar as Santas Casas
Plenário da Câmara dos Deputados

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Brasília – O Plenário da Câmara dos Deputados, inicia nesta terça-feira (18), mobilização dos líderes partidários para a aprovação de medidas provisórias e projetos de lei importantes para o país (veja o que está previsto). Na semana passada, os deputados aprovaram — sem a repercussão devida — o Projeto de Lei Complementar (PLP nº 7/2022), que destina R$ 2 bilhões para o custeio de serviços prestados por entidades privadas sem fins lucrativos que complementam o Sistema Único de Saúde — as Santas Casas —, fundamentais para o atendimento em saúde da população. Foram 383 votos favoráveis e 3 votos contrários. A matéria já seguiu para o Senado.

Havia uma dificuldade para a aprovação da matéria, embora todos os congressistas soubessem da importância do projeto e o que estava emperrando a solução era de onde viria a verba.

O projeto propôs que os recursos serão originados de saldos de repasses da União constantes dos fundos de saúde e de assistência social de estados, Distrito Federal e municípios, que poderão ser utilizados até o final de 2023. Caso os saldos sejam insuficientes para o pagamento das Santas Casas, a União poderá transferir a diferença. Se houver sobra de recursos, eles poderão ser aplicados em outras ações de saúde.

Segundo o relator do projeto, deputado Antonio Brito (PSD-BA), o texto atendeu a premissa do não aumento de gastos da União porque os saldos nas contas criadas antes de 2018 serão devolvidos à União, para que financiem o auxílio às Santas Casas.

Com esse acerto, o objetivo, segundo ele, é contribuir para a sustentabilidade econômico-financeira dessas instituições na manutenção dos atendimentos. Ele destacou que o auxílio financeiro às Santas Casas será baseado em parâmetros a serem definidos pelo Poder Executivo Federal, com garantia de ampla publicidade.

A articulação teve participação fundamental do líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que afirmou que o texto tem aval do Ministério da Economia. “O projeto resolve aquela questão dos R$ 2 bilhões para as Santas Casas. O texto vai definir a forma como vamos repassar esses recursos — olhando para a produção extra teto, aquilo que foi feito além dos contratos — resolvendo, portanto, os passivos das Santas Casas”, disse.

As regras para os pagamentos das entidades serão definidas pelo Poder Executivo. O texto determina a transparência nos repasses e obriga a transferência dos créditos em até 30 dias, contados da data de publicação dos parâmetros.

As entidades receberão os recursos ainda que tenham débitos em relação a tributos e contribuições, exceto dívidas com a seguridade social. Elas terão de prestar contas da aplicação dos recursos aos respectivos fundos de saúde estaduais, distrital ou municipais.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.