Bolsonaro faz defesa de seu governo e pede fim de sanções à Rússia, em discurso na ONU

Discurso foi na abertura da 77ª Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (20)
Bolsonaro fez a abertura da 77ª Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira (20)

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Brasília – Como é tradição, o presidente do Brasil fez o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (20), nos Estados Unidos. Na 77ª edição do evento, Jair Bolsonaro (PL) fez a defesa de seu governo em tom de campanha e pediu o fim das sanções, econômicas e diplomáticas à Rússia.

Candidato à reeleição, Bolsonaro usou seu tempo na tribuna para citar os feitos de seu governo durante a pandemia e os esforços feitos para que o país se relacionasse com as demais nações.

No início de sua fala, o presidente brasileiro citou que seu governo, desde o início da pandemia, se preocupou com a economia citando o auxílio emergencial e o auxílio-Brasil. Bolsonaro também defendeu sua atuação na saúde ao falar que o Brasil vacinou a maior parte de sua população e que investiu na fabricação própria de vacinas contra o coronavírus.

Em uma clara menção ao seu adversário nessas eleições, Bolsonaro disse que o país vivia uma “corrupção sistêmica” que levou ao endividamento da estatal de petróleo Petrobras. “O responsável foi condenado em três instâncias e os envolvidos no processo devolveram US$ 1 bilhão de dólares à Justiça, que foram desviados”, disse em alusão à Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece liderando as pesquisas de intenção de voto.

Entre os feitos do seu governo, Bolsonaro citou a diminuição do preço da gasolina e o investimento na produção de alimentos. “No país não faltam alimentos. Hoje somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo”, disse.

Já em relação à posição do Nrasil diante de conflitos, principalmente em relação à guerra da Ucrânia, Bolsonaro lembrou da atuação do Brasil em mediações de conflitos e pediu o fim das sanções à Rússia.

“O Brasil tem longo histórico de mediações de conflito e busca da paz”, começou lembrando da atuação do país no Haiti. “Somos contra o isolamento diplomático e econômico”, concluiu dizendo que esses atos só acentuam a polarização.

“Ajudamos milhares de refugiados da Venezuela, acolhemos refugiados da guerra na Síria e estamos abertos a receber os cristãos que estão sendo perseguidos na Nicarágua”, disse o presidente.
A referência indireta e uma crítica ao principal concorrente, cujo ideologia apoia regimes não democráticos.

O final do discurso foi reservado para lembrar os lemas de sua campanha, citando o conflito na Nicarágua, e a manifestação de 7 de setembro. Ainda reservou um trecho da fala para exaltar a primeira-dama Michele Bolsonaro.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.