Brasília – Após a imprensa ter revelado, causando grande constrangimento ao governo, que havia fraude na existência de títulos de doutor e pós-doutor em seu curriculum vitae, o professor Carlos Alberto Decotelli entregou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sua carta de demissão sem sequer ter assumido o cargo de novo ministro da Educação, cuja posse aconteceria na segunda-feira (29).
Decotelli foi nomeado para a pasta de Educação no Diário Oficial da União há cinco dias, duas semanas após a demissão de seu antecessor Abraham Weintraub. É o quarto nome em um ano e meio de governo, a criar instabilidade num dos mais importantes ministérios do governo federal.
Auxiliares de Jair Bolsonaro garantem que o “futuro” ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, deixará o governo e não tomará posse. Na nota que divulgou ontem sobre Decotelli, o presidente disse que o chefe do MEC não “pretende ser um problema para a sua pasta (governo), bem como está ciente de seu equívoco”.
Nesta tarde, a Fundação Getúlio Vargas (FVG) negou que o nomeado para o MEC tenha sido professor efetivo da instituição.
Segundo assessores do presidente, nesta parte do comunicado Bolsonaro mostra que Decotelli não permaneceria no governo. Aliados do presidente relatam que há a possibilidade dele mesmo pedir demissão e que isso pode acontecer ainda hoje. Bolsonaro e Decotelli se reuniram ontem para definir o futuro do ministro no governo e, após o encontro, o professor disse que permaneceria como ministro. A posse de Decotelli, marcada para esta terça (30), foi cancelada após fraudes em seu currículo serem reveladas. Parte da ala militar que chancelou seu nome para Bolsonaro retirou o apoio e avaliou que as explicações do professor não eram suficientes para mantê-lo no cargo.
Reportagem: Val-André Mutran – de Brasília