Álcool gel com mais de 300% de aumento no preço leva gerente de farmácia à DP

Num dia uma consumidora comprou 5 litros do produto a R$ 46,99. Dias depois, na mesma farmácia ela tomou um susto, o mesmo volume do álcool gel já estava sendo vendido a R$ 160,00!

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A gerente de uma farmácia localizada na Rua 69 do Jardim Canadá foi detida pela Polícia Civil, na manhã desta terça-feira (24), e liberada após prestar depoimento. Já o proprietário do estabelecimento, que está viajando, será também ouvido e responderá por crime contra a economia popular. O motivo: uma cliente que recentemente adquiriu um vasilhame de álcool gel, com 5 litros, por R$ 46,99, quase cai para trás quando voltou à drogaria e o mesmo produto com igual volume já estava tabelado em R$ 160,00. Ou seja, um aumento de 340,5%.

 Imediatamente, a consumidora denunciou o caso ao Procon, que enviou uma equipe de fiscalização ao estabelecimento, com o apoio da Polícia Civil. Na farmácia, os policiais perguntaram quando custava o galão de álcool gel de 5 litros e a gerente respondeu que o preço era R$ 170,00.

Dono da farmácia também foi lesado

Os policiais se identificaram e indagaram qual era o percentual de lucro na venda do produto ao que a gerente respondeu que era de 30% a 40%. Solicitada a apresentar a nota fiscal de compra, ela mostrou o documento e os policiais verificaram que o valor unitário do produto é de R$ 100,00, logo, de acordo com a margem de lucro citada, deveria ser vendido por, no máximo, R$ 140,00.

A nota fiscal revela ainda outro detalhe interessante: se antes o dono da farmácia estava vendendo o produto a R$ 46,99, ele estava comprando o galão de 5 litros do álcool gel por um preço bem baixo e, se agora adquiriu a R$ 100,00 cada unidade, também foi vítima da ganância do distribuidor, que igualmente deveria ter sido procurado pelo órgão de defesa do consumidor e pela Polícia Civil. Contra o estabelecimento foi lavrado, pelo Procon, o Auto de Infração 000148/2020.

Procon silencia

A Reportagem tentou ouvir a direção do Procon, para que falasse sobre o caso e pudesse orientar à população acerca do que fazer em situações semelhantes. Porém, o repórter foi informado de que a dirigente do órgão de defesa do consumidor não pode dar declarações. Ele foi orientado a procurar a Assessoria de Comunicação da Prefeitura.         

Os nomes dos envolvidos foram omitidos no texto a pedido deles próprios. O caso foi registrado na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, no BOP (Boletim de Ocorrência Policial) número 00071/2020.102.659-0.

(Caetano Reis)