ABAL apresenta relatório da indústria do alumínio no Pará

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O documento destaca os benefícios econômicos, potencial de geração de emprego e renda e alerta para os riscos futuros da atividade

Em 2014, a produção de alumínio primário, no Brasil, totalizou 970 mil toneladas, 26% a menos que no ano anterior. O setor nunca imaginou que esse cenário, que se desenhava ruim, poderia ficar pior. Entre os anos 2005 e 2007, a indústria do alumínio chegou a injetar R$ 5,8 bilhões em seus negócios. No ano passado, os investimentos despencaram para mais da metade: R$ 2,1 bilhões. Para mostrar os riscos desta desaceleração, o presidente executivo da ABAL (Associação Brasileira do Alumínio), Milton Rego, marcou presença na abertura da 12ª Feira da Indústria do Pará (FIPA), trazendo em mãos o Relatório da Indústria do Alumínio no estado, o principal expoente da cadeia produtiva no país.

O documento destaca os benefícios econômicos, potencial de geração de emprego e renda. O relatório também chama a atenção para os desafios futuros, que podem ter impacto nas atividades da cadeia do alumínio, entre eles o aumento de custos na área mineral, de energia elétrica e de combustíveis. “Essas situações podem deprimir o retorno dos negócios das empresas sediadas no Pará, com reflexos sobre o emprego, a renda e a arrecadação de impostos. Para se ter uma ideia, a cadeia do alumínio paraense tem faturamento de cerca de R$ 7 bilhões e paga cerca de 10% desse valor em impostos, percentualmente um valor muito maior que os outros minerais”, revela Milton Rego.

O executivo da ABAL informa que a oferta do alumínio primário tem reduzido no país, apesar de ter todas as características que o tornariam um player de primeira linha no mercado internacional, como uma bauxita de excelente qualidade, principalmente na região amazônica, matrizes energéticas, com hidroelétricas, e uma indústria de transformação que tem investido em inovação e tecnologia. “O Brasil está perdendo essa competividade. É importante nesse momento refletir sobre isso e avaliar quais são os fatores que estão influenciando para o Brasil não avançar. Essa reflexão tem que vir, especialmente, do Pará, que hoje é o estado mais importante da federação quando se fala em alumínio”, comenta.

Milton Rego está com a expectativa de apresentar o relatório às autoridades do Executivo, Legislativo e setor produtivo. “É importante que todos estejam atualizados sobre essa questão porque juntamente com a necessidade do Pará de aumentar a sua receita e a sua capacidade de levar benefícios para a sociedade, há a necessidade de se dar condições para a atividade econômica se fortalecer. No Brasil, nos últimos cinco anos, ocorreu o fechamento de cinco plantas de produção de alumínio. Isso tem que ser interrompido e o Pará é o melhor lugar para se repensar essa questão do alumínio no Brasil”, avalia.

Emprego e renda – Com um faturamento R$ 7,253 bilhões, em 2014, a cadeia paraense do alumínio respondeu pela geração de 8 mil empregos diretos e mais de 4,5 mil empregos indiretos, que foram sustentados por quase R$ 1 bilhão em compras de bens e serviços realizados no estado. Nos últimos 10 anos, as empresas da indústria paraense do alumínio investiram mais de R$ 12,2 bilhões em expansão de sua capacidade instalada de produção.

No Pará, esta indústria está presente em todas as etapas produtivas, que compreende a produção de bauxita, de alumina, de alumínio primário, de vergalhão de alumínio e cabos de alumínio para transmissão e distribuição de energia.  A produção de bauxita ocupa a maior participação dentro da cadeia. Segundo dados do relatório da ABAL, a cada R$ 1 milhão de produção de bauxita são gerados 2,83 empregos e R$ 412 mil de PIB. Já a arrecadação da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais) dos produtores de bauxita somou R$ 54,3 milhões, em 2014. Cerca de 65% dessa contribuição foram diretamente para os municípios onde a extração é realizada e 23% do valor arrecadado ficaram com o governo estadual.

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