Volta às aulas adiada em Jacundá

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Goteiras, forro desabando, ambiente às escuras, paredes sujas, lavatórios ao ar livre e água imprópria para o consumo. Isso não é uma construção abandonada, são problemas comumente encontrados nas principais escolas da rede municipal de ensino da cidade de Jacundá, sudeste do Estado, visitadas pela reportagem do blog na manhã desta quinta-feira, 18.

Faltam nove dias corridos para o início do ano letivo 2018, mas de longe será possível deixar as salas de aulas ambientadas e humanizadas para receber as centenas de alunos matriculados neste ano. O novo secretário de Educação reconhece a impossibilidade. Nomeado há pouco mais de 15 dias para o cargo, o professor Elias Gomes dos Santos disse que corre contra o tempo. “Estamos com duas equipes trabalhando nas escolas para amenizar a situação. Não podemos atrasar o início das aulas”.

Os problemas estruturais das unidades de ensino vêm se acumulando deste o ano passado. Com uma política de contenção de gastos, a ex-secretária Leila Barbosa ordenou pintura das paredes em algumas delas, outras nem isso. A escola Teotônio Apinagés, por exemplo, está caindo aos pedaços. Boa parte das áreas externas cobertas já ruiu. “Vivemos com medo de o telhado cair sobre nós”, denunciou um servidor. A unidade de ensino atende mais de 700 alunos do ensino fundamental maior (6º ao 9º Ano) em 10 salas de aulas que carecem de manutenção no sistema elétrico, forro, ventiladores e serviço de capina das áreas externas.

Na escola Coronel João Pinheiro a situação é mais grave. Água potável chega à escola através de um carro pipa. “E os problemas são encontrados nos banheiros, na instalação elétrica e a laje da cozinha está recebendo infiltração de água que cai sobre ela”, aponta a diretora Iraildes Santos. Mais de 500 alunos frequentam a unidade escolar que tem 8 salas de aulas e funciona em dois turnos, com estudantes do 6º ao 9º Ano.

Com previsão de matrículas para 2018 superior a 900 alunos, a escola Rosália Correia, no Bairro Santa Rita, região central da cidade, também enfrenta escassez de investimentos na manutenção estrutural. No local, as serventes lavam louça ao sol e chuva. Antes havia uma árvore para protegê-las do sol e, por recomendação, a árvore foi cortada. “E também necessitamos de manutenção nas centrais de ar”, aponta o vice-diretor Ailton Neves.

Inauguradas em 2007, as escolas Ester Andrade e Caminho para o Futuro, localizadas nos bairros Novo Horizonte e Alto Paraíso, respectivamente, respondem por 960 alunos distribuídos em 15 salas de aulas. A primeira prioriza alunos do 1º ao 5º Ano e a segunda do 1º ao 9º Ano. A lista de problemas das unidades de ensino é extensa. Do telhado ao piso, passando pela pintura e sistema elétrico e hidráulico.

A secretaria municipal de Educação havia anunciado para o dia 25 de janeiro o início das aulas na rede municipal de ensino. O prazo foi estendido em 4 dias, e, segundo o secretário Elias, as aulas devem começar no dia 29. “O tempo é curto para reformar todas as escolas que se encontram em estado crítico de funcionamento, mas faremos o possível”, garantiu.

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