O vereador Zilmar Costa Aguiar Júnior (Júnior Garra-PR), da Câmara Municipal de Canaã dos Carajás, dormiu em cela improvisada na 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil de Parauapebas. Uma sala foi arrumada para que ele passasse a noite, após ter sido preso por ordem da Justiça Eleitoral e também por posse ilegal de arma de fogo. Zilmar não tem nível superior de escolaridade, portanto, sem direito a prisão especial.
Júnior Garra foi preso ontem (13), em Canaã, por ordem da Justiça Eleitoral, acusado de crime eleitoral em 2016, quando foi eleito vereador. O mandado de prisão contra ele foi expedido pelo juiz Lauro Fontes Júnior, da 75ª Zona Eleitoral de Parauapebas. Segundo o documento, Garra é acusado de coagir testemunhas de uma investigação contra ele, referente à compra de votos nas últimas eleições municipais.
A denúncia da Justiça Eleitoral relata que Júnior Garra, dono de autoescola em Canaã, teria distribuído e facilitado a aquisição de CNHs (Carteiras Nacional de Habilitação) em troca de votos.
O juiz também determinou busca e apreensão nas propriedades e na autoescola de Júnior Garra. Nesses locais a Polícia Civil e a Polícia Militar encontraram armas, munições, dinheiro e vasta documentação. O caseiro de uma chácara pertencente ao vereador também foi preso por posse ilegal de arma.
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Aos meios de Comunicação de Parauapebas, para onde foi removido após ter sido preso em Canaã, Garra se disse injustiçado e alegou que a prisão dele foi baseada em fofocas, pois nunca teve contado “nem por telefone” com a testemunha que lhe acusa de ameaça. Ele afirma que tem comparecido às audiências para as quais é intimado, diz que nada deve à Justiça.
Sobre as armas e munições encontradas na casa dele, o vereador afirma “graças ao nosso presidente Bolsonaro” ele deu entrada em processo de aquisição de armas de fogo legalizadas: “As minhas armas são legalizadas. Uma pistola calibre 380 e uma carabina calibre 12. A compra foi autorizada pela Polícia Federal. As minhas armas são documentadas”.
O delegado Gabriel Henrique Alves Costa afirma que a pistola está documentada, mas a espingarda ainda se encontra em processo de transferência. Portanto, ilegal. Na manhã desta quinta-feira (14), segundo a autoridade, ele deve comparecer à Justiça Eleitoral para audiência de custódia na qual será decidido se Garra fica preso em Parauapebas ou se será transferido para Belém, haja vista que o mandado cumprido pela polícia é de prisão preventiva.
(Caetano Silva)