Os vereadores têm sido perante a opinião pública e a imprensa, o bode expiatório das mazelas políticas brasileiras. Não que sejam os vereadores santinhos, mas, diante dos exemplos “superiores”, não lhes cabem a generalizada e injusta imposição diuturna.
Considerados despachantes de luxo ou assistentes sociais de “araque”, os vereadores – eleitos pelo povo -, muitos deles não têm a verdadeira noção das suas funções e atribuições. Parece, no Brasil, que o vereador existe para ser o boi de piranha das autoridades mais altas – de todos os poderes.
Exemplo do abordado é a PEC 333, que propõe o restabelecimento do número de vereadores nas câmaras municipais. Enquanto as Casas chamadas “superiores” negociam apoios em troca do esbanjamento do dinheiro público, as câmaras municipais e os vereadores pagam o pato. A alegada probidade com que alguns tratam a representatividade municipal não é a mesma nas altas esferas.
Os vereadores, pinçados do meio comunitário, em tese, certamente ainda não escolados na vida político-partidária, acabam se constituindo em verdadeiras cobaias e, assim, como o povo, transformam-se literalmente em massa de manobra.
Entretanto, o momento é de reação: Somente se pode resgatar a respeitabilidade e a confiança no legislativo municipal a partir das ações dos próprios vereadores. Como já se disse, se o exemplo não vem de cima, que se pratiquem as boas condutas por aqui mesmo. Quem sabe, com o tempo os exemplos sejam seguidos e apreciados pela sociedade e pela imprensa.
O vereador parece ser o boi de piranha. Segundo a sabedoria popular, quando há necessidade de uma boiada atravessar um rio onde haja piranhas escolhe-se um boi doente ou fraco para ir em primeiro lugar, então, enquanto as piranhas o devoram passa o restante da boiada em segurança.
Parece ser esta a questão. Do jeito que está a conclusão é simples: enquanto tem vereador o povo se satisfaz e contemporiza o labéu das esferas superiores.
Fonte: Portal do Vereador