Começa dia 11 de abril e se estende até dia 15 a 2ª edição do Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira, o Fia Cinefront, promovido pela Diretoria de Ação Intercultural da universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá, com apoio de diversas entidades.
Segundo o professor Evandro Medeiros, organizador e idealizador do festival, o evento surgiu como mostra de denúncia das consequências dos processos de “desenvolvimento” pautados por interesses econômicos e políticos vindos dos “centros capitalistas”, que se sustentam na exploração dos recursos naturais e da força de trabalho da população que vive na fronteira, gerando violências de todos os tipos, degradação humana e ecológica.
“Entretanto, mais que denúncia, o Festival pretende mostrar por meio da imagem, da fala e do fazer cinematográfico que se produz desde a fronteira, que aqui existe uma dinâmica social própria que envolve vida, trabalho, cultura, modos singulares de existir, de se organizar politicamente e de se relacionar com o mundo e com o meio em que se vive, independentemente daquilo que é engendrado pelos interesses dos chamados ‘centros’”, alinhavou Medeiros.
Desse modo – continua ele – o festival se coloca também como “momento de celebrar as lutas sociais e a re-existência popular que fazem da fronteira front de batalha por direitos, igualdade, justiça e dignidade.”
Logo na abertura do evento, dia 11, será exibido, no Cine Marrocos, às 19 horas, na Marabá Pioneira, o filme Osvaldão, seguido de um debate envolvendo os diretores da produção (Fábio Bardella e André Michiles) e o ativista Paulo Fonteles Filho, membro da Comissão da Verdade do Pará.
No dia 12, o evento terá duas atividades: a partir das 16 horas será exibido o documentário Araguaia Campo Sagrado e reexibido o filme Osvaldão, no auditório do Campus I da Unifesspa (Nova Marabá); e a partir das 18h30, no Cine Marrocos, será apresentado o filme Concerning Violence, também seguido de debate, com Charles Trocate, do MST; Júlia Mariano, da Osmose Filmes; e Felipe Milanez, da UFRB.
Na quarta-feira (13), a programação será deslocada para a Biblioteca Municipal Orlando Lobo, com a oficina Produção de Documentários em Curtametragem, com o produtor realizador audiovisual Ivan Oliveira, das 9h ás 18h. Simultaneamente, no auditório do Campus I da Unifesspa, será apresentado o filme Contra a Corrente (às 9h da manhã) e Corumbiara (às 16 horas), ambos os filmes seguidos de debates.
Depois disso, às 19 horas, no Cine Marrocos, acontece a Sessão Festival de Cinema do Caeté (FICCA). No mesmo horário, haverá sessão de filmes internacionais na Aldeia Parkatêjê.
A Biblioteca Municipal volta ser palco da programação na quinta-feira (14), com a realização da oficina “Poéticas para uma Guerrilha Audiovisual Amazônida”, a partir das 14 horas, com Francisco Weyll coordenador do FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté.
Depois disso, às 19 horas, no Auditório do Campus I, serão exibidos os filmes La Trocha, La Travessia de Chupi e Iskobakebo, um difícil reencuentro, ambos precedidos de debate. Também às 19 horas, haverá outras duas programações: Sessão Festival de Cinema de Curta Carajás (Cine Marrocos) e apresentação de filmes de Vicente Carelli (Aldeia Indígena Parkatêjê).
Na sexta-feira, dia 15 de abril, último dia do 2º Fia Cinefront, haverá a oficina “A invisível resistência do Kynema Amazônida”, com o professor Francisco Weyll, às 14 horas na Biblioteca Municipal.
À noite, encerrando a programação, no Cine Marrocos, a partir das 19 horas, haverá Sessão Especial Diretor Homenageado, com os Filmes:
- “Ninguém come carvão” [1991, 14min],
- “PEMP” [1998, 27 min],
- “Qual é o jeito Zé” [1992, 15 min] e
- “Krohokrenhum, eu não posso morrer de graça”.
- Debate: Vincent Carelli (Diretor) e Felipe Milanez (Cineasta e Curador do FIA CINEFRONT)