A Polícia Civil cumpriu, na manhã desta terça-feira (25), mandados de prisão preventiva contra um casal investigado pelo assassinato dos irmãos Júlio César da Silva, 62 anos, e Vera Regina da Silva, 65 anos, em Tucumã, no sul do Pará. As ordens judiciais foram executadas em unidades prisionais de Marabá, onde os suspeitos já se encontram custodiados: Wanderson Silva de Sousa está no Centro de Custódia Provisória, e Gigliola Sena Silva, na Unidade de Custódia e Reinserção Feminina.

O crime, ocorrido em outubro, gerou forte comoção no município. Os corpos de Júlio César, que atuava havia vários anos na saúde pública de Tucumã, e de Vera Regina, professora há quase quatro décadas na rede municipal, foram encontrados em avançado estado de decomposição no dia 15 de outubro, na residência onde viviam.

As investigações avançaram após análise de imagens de câmeras de segurança que registraram a chegada de um veículo à casa das vítimas na noite de 12 de outubro. A equipe policial examinou mais de 100 horas de gravações, rastreando o trajeto percorrido pelo automóvel e identificando que os suspeitos teriam retornado a Ourilândia do Norte logo após o crime, onde buscaram abrigo em uma residência no Setor Novo Horizonte.

Informações extraídas de sistemas de monitoramento auxiliaram na identificação do veículo por meio de registros de radares instalados na Rodovia PA-279. Segundo apurado, o automóvel havia sido emprestado aos investigados e permaneceu com eles entre 12 e 13 de outubro, fato confirmado pela proprietária. Ainda conforme a investigação, o casal teria retornado outras duas vezes à casa das vítimas no dia 13, utilizando o mesmo carro.

A polícia também constatou que mensagens enviadas dos celulares das vítimas, após o crime, foram redigidas pelos suspeitos. O conteúdo indicava conhecimento detalhado da rotina de Júlio César e Vera Regina, o que reforçou a suspeita de proximidade entre eles.

Laudos do Centro de Perícias Científicas apontaram que as mortes foram causadas por choque hemorrágico decorrente de lesões perfuro-incisas na região cervical.

A investigação segue em andamento para localizar objetos que teriam sido subtraídos da residência, ouvir formalmente os investigados e aprofundar a coleta de provas dentro das medidas cautelares já autorizadas pela Justiça.

O casal já estava preso preventivamente desde o último dia 7, em razão de outra investigação: o homicídio do empresário e contador de Xinguara, Victor Augusto da Rocha Arnaud. Ele desapareceu em 30 de outubro e foi encontrado dias depois enterrado no quintal de sua casa. Indícios levantados pela polícia apontam sinais de violência no imóvel e revelam que o veículo da vítima foi localizado no Maranhão, com os dois investigados.

(Com informações do repórter Jucelino Show, de Tucumã)