Soja e carne bovina do Pará valem mais que ouro; entenda o porquê

Em 11 meses, grão teve movimento correspondente a 2,5% do PIB do estado, enquanto carne representa 1,2%. Deixam para trás produtos valiosos como ouro, alumínio, ferro-liga e madeira

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É da zona rural que veio um importante reforço para a economia paraense ao longo do ano que se despede. A soja e a carne bovina se tornaram as queridinhas do estado e estão literalmente ganhando o mundo, já que este ano praticamente assumiram a ponta das exportações na maior praça financeira da Região Norte. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados recém-lançados do Ministério da Economia sobre o comércio exterior paraense.

Detentor de um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil e espectador do avanço da soja pelos quatro pontos cardeais de seu território, o Pará viu a ascensão da carne de gado congelada e do grão em sua balança comercial. O interessante da vez é o fato de que as duas commodities conseguiram desbancar o minério de alumínio em suas formas bruta e natural, o que era impensável até pouco tempo atrás dada a importância da commodity mineral na balança.

Mas aconteceu, e a soja participou, de janeiro a novembro deste ano, com 799,2 milhões de dólares em exportações, o equivalente a R$ 4,44 bilhões. Numa tradução numérica livre, a soja responde hoje por 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Pará. Enquanto isso, a carne bovina vem atrás, com 394,71 milhões de dólares embarcados ao exterior, ou R$ 2,191 bilhões, que representam 1,2% da produção de riquezas estadual.

Hoje, a soja e a carne só perdem em movimento para os medalhões da indústria extrativa mineral, leia-se, o ferro e o cobre e, também, a alumina. Mas soja e carne já são mais valiosas que, por exemplo, ouro, ferro-ligas e madeira.

PRODUTOS PARAENSES MAIS VALIOSOS | EXPORTAÇÕES DE JANEIRO A NOVEMBRO

1º Minério de ferro — 20,681 bilhões de dólares

2º Minério de cobre — 2,138 bilhões de dólares

3º Alumina — 1,228 bilhão de dólares

4º Soja — 799,2 milhões de dólares

5º Carne bovina — 394,71 milhões de dólares

6º Alumínio em formas brutas — 347,82 milhões de dólares

7º Ouro — 295,74 milhões de dólares

8º Ferro-ligas — 258,34 milhões de dólares

9º Minério de alumínio — 132,62 milhões de dólares

10º Madeira — 109,39 milhões de dólares

Destinos das commodities

Pelo menos 448 diferentes tipos de commodities produzidas no Pará foram mandados para deleite de gringos, em 138 países fãs das breguetes equatoriais. Além de minérios, soja, gado e madeira, há frutas, óleos, motores e até vestimentas inusitadas. Os asiáticos estão no topo da preferência, e o Brasil agradece, já que o Pará é, atualmente, o estado que oferta à nação o maior superávit comercial embalado nas compras dos orientais.

Os chineses, por exemplo, compraram do Pará 15,964 bilhões de dólares em commodities, o equivalente a 58,4% do total. Eles sozinhos consomem daqui o que Santa Catarina, Bahia, Goiás ou Espírito Santo não conseguiriam fornecer caso tivessem, porque esses estados exportam menos que as importações da China de insumos paraenses. Malásia (2,088 bilhões, ou 7,6%) e Japão (1,267 bilhão, ou 4,6%) vêm na sequência. Confira o ranking dos países que mais devoraram produtos paraenses ao longo de 2021!

MAIORES COMPRADORES* DO PARÁ | DE JANEIRO A NOVEMBRO

1º China — 15,964 bilhões (58,35% do total)

2º Malásia — 2,088 bilhões (7,63% do total)

3º Japão — 1,267 bilhão (4,63%)

4º Alemanha — 671,21 milhões (2,45%)

5º Coreia do Sul — 545,96 milhões (2%)

6º Holanda — 509,42 milhões (1,86%)

7º Estados Unidos — 493,52 milhões (1,8%)

8º Noruega — 476,38 milhões (1,74%)

9º Filipinas — 421,88 milhões (1,54%)

10º Canadá — 421,26 milhões (1,54%)

*em dólares