Sem um metro de esgoto sanitário, Marabá vê elefante branco e caro ostentar mais de R$ 100 milhões parados

Continua depois da publicidade

estacao-de-tratamento-de-esgoto-em-marabaA obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Marabá, iniciada em janeiro de 2011, está parada há mais de um ano e não tem previsão para ser concluída e colocada em funcionamento. O prazo inicial para terminar e colocar em funcionamento era julho de 2014, mas foi protelando, as obras se arrastando, até paralisar completamente.

Segundo o gerente regional da Cosanpa em Marabá, Paulo Barbosa, não há previsão para que seja entregue. Enquanto não fica pronto, o esgoto corre a céu aberto, oferecendo risco à saúde da população. O valor total do empreendimento, de acordo com a informação que consta na placa afixada na Rua das Cacimbas, Bairro Amapá, é de R$55.525.470,20, mas Barbosa diz que já foram empregados mais de R$ 160 milhões. Toda essa verba é proveniente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas é de responsabilidade do Governo do Estado do Pará, que tomou o empréstimo através da Caixa Econômica Federal.

A estação de Tratamento, no Bairro Amapá, tem agora apenas um vigilante. O canteiro de obras foi desmobilizado e a empresa que realizava as obras nunca mais colocou uma máquina lá dentro. Paulo Barbosa garante que 80% da obra estaria concluída desde 2014, faltando apenas a instalação de equipamentos automatizados. “Falta só adaptar os equipamentos que já estão em Marabá. Então, uma parte toda a Cosanpa cumpriu. Mas tinha que é da prefeitura, que são as grotas, a Criminosa e a do Aeroporto, que não foram tocadas”, afirmou.

Paulo disse que não culpa a prefeitura pelo descumprimento do acordo, visto que o país e o município passam por uma crise econômica. Além disso, acrescentou que atualmente a tubulação que despejaria o esgoto tratado a mais de 300 metros dentro do rio já foi colocada, assim como todo o encanamento que atravessa a ponte do Rio Itacaiunas. A estação, segundo ele, já deveria estar pronta e em funcionamento, coletando o esgoto de 75% a 80% de toda a cidade.

Por outro lado, o gestor da Ambiental Saneamento, Roberval Marco Rodrigues, alegou que a falta de obras nas grotas não interfere no funcionamento da estação da Cosanpa, que é independente. “Inclusive o tronco necessário para a funcionalidade da ETE foi concluído com o apoio da Prefeitura, mas as grotas não seriam determinantes para o atraso da obra. Quando a construção foi iniciada, a questão das grotas ainda estava em projeto e as demais áreas de operações da Cosanpa já poderiam estar despejando seus efluentes na estação”, ressaltou. Roberval disse ainda que a ETE pode funcionar de acordo com a capacidade de efluentes gerada e que, na medida em que as obras fossem se encerrando, ela já receberia o esgoto.