São Geraldo do Araguaia: Sedap realiza Dia de Campo com produtores de cacau

Programa Território Sustentável financia a implantação de um hectare para agricultores familiares, para plantio de cacau em um sistema agroflorestal
(Foto: Emilly Coelho/Ascom Secretaria Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará)

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A Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Estado do Pará (Sedap) realizou, no último sábado (23), em parceria com a Prefeitura de São Geraldo do Araguaia e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o “Dia de Campo sobre cultura do Cacau: produção, colheita e beneficiamento”.

O evento apresentou o sistema de quebra do cacau, beneficiamento do fruto, extração da semente e transformação da amêndoa, assim como visita à plantação de 40 alqueires de cacau irrigado, da espécie Parazinho, na Fazenda Trampolim, município de São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense. A produção do cacau seco, pronto para indústria, chega a ser 140 toneladas por ano na propriedade.

O Dia de Campo contou com orientações do agropecuarista Walter Garcia, acerca do manejo técnico da lavoura de cacau e levantamento dos custos da produção da cadeia cacaueira, incentivando a criação do fruto com cenário econômico-financeiro positivo do pequeno ao grande produtor.

Para o titular da Sedap, Giovanni Queiroz, o Dia de Campo foi motivação para os produtores que participaram do evento, uma vez que foram apresentadas técnicas modernas de manejo do cacau. Ele lembra ainda que o Pará é o maior produtor do fruto com um alto valor agregado.

“A amêndoa de cacau hoje está num preço que nunca esteve, na faixa de quase sete mil dólares a tonelada, e isso é formidável. O interessante é que nós estamos com o projeto ‘Território Sustentável’, financiando, via prefeitura, a implantação de um hectare para agricultores familiares para plantio de cacau em um sistema agroflorestal,” ressalta, acrescentando que a tendência do agricultor é crescer para três hectares com o incentivo do governo.

“Nós já somos o maior produtor do Brasil e queremos que essa fruta nos torne um dos maiores produtores do mundo,” enfatiza Queiroz. O coordenador Regional da Sedap também participou da ocasião.

O secretário regional de governo, João Chamon Neto, classificou o Dia de Campo como “bastante produtivo”, além de ser fonte de conhecimento acerca da cadeia cacaueira. “Nossa Secretaria Regional de Governo, através da execução e apoio à proposta do governador Helder Barbalho, acompanha as ações que fomentam a cultura cacaueira em nossa região,” sintetiza. Ele lembra ainda que, atualmente, a Sedap, por meio do Programa “Território Sustentável”, já financiou cem agricultores da região de São Geraldo do Araguaia.  

O prefeito de São Geraldo do Araguaia, Jefferson Oliveira, também esteve presente e destacou o incentivo para os agricultores locais, descrevendo o momento como compartilhamento de ideias para o futuro promissor da agricultura na região. Durante sua fala, o gestor agradeceu o apoio do governo no impulsionamento da agricultura em toda região.

Incentivo à produção cacaueira

Anfitrião do evento, o agropecuarista Walter Garcia iniciou o projeto do cacau em 1975, em São Geraldo do Araguaia. O objetivo do encontro, segundo ele, é incentivar os produtores rurais a plantar ao menos um hectare de cacau. “O intuito maior é diminuir a dependência do leite do agricultor e fomentar a produção do cacau,” disse. 

“Quase todos os pequenos produtores hoje vivem a total dependência do leite, cujo preço não remunera o produtor. Já o cacau, um hectare de cacau, se vai plantar cerca de 1.100 pés de cacau em espaçamento de 3 por 3 metros, ele consegue produzir algo em torno de 1.500 kg de cacau por ano, essa quantidade ao preço vigente atualmente de quase R$40 o quilo, ele vai receber R$60 mil por ano, que é uns R$5 mil por mês de renda,” calcula o titular da Sedap.

Sustentabilidade

O agricultor Emival Cruz possui uma propriedade de 18 alqueires em São Geraldo do Araguaia, onde planta cacau de forma sustentável, sem utilizar agrotóxicos. “Esse processo é muito minucioso, pois toda lida é com o trabalho manual, assim como manejo no tratamento com o solo. Tem todo o processo da camada orgânica, todo um preparo que vem também, desde o preparo da muda,” explica. “Recebi o apoio do governo do estado e ao longo desses cinco anos, não uso nenhum tipo de agrotóxico. Então o meu sistema lá já está totalmente bem equilibrado com 500 pés de cacau. A parceria do governo do estado foi fundamental, porque eles entram com a parte das mudas e com suporte técnico para a gente”.

(Texto: Emilly Coelho/Ascom Secretaria Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará)

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