Salão do Livro será em “puxadinho” do Centro de Convenções Carajás

Espaço exclusivo para exposições foi rejeitado pelos organizadores do evento por ser “quente” e “muito grande”

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Amanhã, sexta-feira, a Secult (Secretaria de Estado de Cultura) vai abrir o Salão do Livro da Região Sul e Sudeste do Pará, resgatando a antiga “Feira do Livro”, que era realizada pela Fundação Casa da Cultura de Marabá na década de 1990, no Ginásio do Sesi. Agora, no novo formato, o evento será promovido em um “puxadinho” do moderno e portentoso Centro de Convenções Carajás.

Isso mesmo, leitor. Um puxadinho. Embora o Centro de Convenções tenha um amplo local exclusivo para receber feiras e shows, este foi renegado pelos organizadores do Salão do Livro por considerar o espaço “grande demais” e “quente”.

A afirmação foi de Ana Catarina Britto, diretora de Cultura da Secult, durante entrevista coletiva com a Imprensa na manhã desta quinta-feira, no próprio Centro de Convenções. Há dois problemas com a afirmação de Ana. O primeiro é que se considerar o local muito grande, ela já reconhece que o número de 32 expositores será pequeno demais; segundo, ao afirmar que o Salão de Exposições é “quente”, dá um tiro no pé nos construtores do Centro de Convenções, que afirmaram há poucos meses que não havia necessidade de ar condicionado porque a arquitetura do ambiente foi planejada para receber ventilação natural (vento). Mas em Marabá venta?

Com isso, eles levaram o Salão do Livro para um corredor que dá acesso ao auditório e às salas de reuniões, com pouco espaço para movimentação dos visitantes durante o período de maior fluxo. É como se fosse em um “puxadinho” da mega estrutura que tem o Centro de Convenções Carajás.

Um espaço para dinamizar a economia, fomentar o turismo de negócios e eventos e atrair investimentos. Com a inauguração do novo Carajás Centro de Convenções Leonildo Borges Rocha, em Marabá, sudeste do Pará, a região recebe um dos maiores e mais modernos espaços públicos do tipo no Brasil. Operários que trabalham na construção e a equipe do governo do Estado ultimam os preparativos para a grande festa de abertura do complexo, na próxima sexta-feira (15), em meio a uma vasta programação cultural. FOTO: ANTÔNIO SILVA / AG. PARÁ DATA: 13.12.2017 MARABÁ - PARÁ

COLÔMBIA SEM COLOMBIANO

Questionada quem são autores da literatura colombiana que serão homenageados no Salão do Livro, como está sendo divulgado pela Secult, Ana Catarina reconheceu que o Governo do Estado não conseguiu, junto aos representantes do governo colombiano, uma representação de escritores ou artistas daquele País. Apenas artistas regionais farão interpretação de canções e danças do País de Gabriel García Marquez. “Uma professora da Unifesspa, que é natural da Colômbia, fará uma palestra sobre a cultura e literatura daquele país”, justificou Catarina.

E por falar em Gabo (o maior nome da literatura colombiana) Robério Paulo da Silva, representante da Associação Nacional de Livrarias, informou que não sabe exatamente quantos expositores estão trazendo livros do mestre do realismo mágico, citando o nome de apenas um livreiro.

Também participaram da entrevista coletiva, o secretário municipal de Cultura, José Scherer, e seu assessor, Melquíades Justiniano, que disseram que o município está radiante com a realização do Salão do Livro e que quer aprimorá-lo para o próximo ano.

SAIBA MAIS

O Salão do Livro da Região Sul e Sudeste do Pará integra o circuito da Feira Pan-Amazônica do Livro. Todos os  anos um escritor e um país são homenageados, esta edição faz homenagem ao  poeta paraense Age de Carvalho e à Colômbia.

Para este evento, segundo a Secult, foi organizada uma programação diversificada com foco no livro e na literatura, dentro de um contexto, que é a cultura, materializada em outras expressões como música e teatro, por exemplo.

O Salão do Livro vai reunir nomes bem conhecidos da literatura local, de Belém e do país. Eles participarão em várias programações feita de debates, encontros literários e sessões de autógrafos. Entre esses escritores participarão os marabaenses Ademir Braz, Airton Souza, J. Bezerra, Javier de Mayrabá, Eliane Soares;  José Washington, de Itupiranga;  Rosa Peres, de Rondon do Pará e Eleazar dos Santos Carrias, de Breu Branco.

 Como convidados de Belém participam do Salão do Livro os escritores Daniel Leite e Juracy Siqueira. De Imperatriz/MA, o escritor Zeca Tocantins. De São Paulo, o educador e escritor Celso Antunes e Ignácio de Loyola Brandão.

Prepativos-para-o-Salão-do-Livro-de-Marabá

Programação

Amanhã, na abertura do Salão, às 19 horas, haverá apresentação da Banda Marcial de Marabá, saudação do Povo Indígena Parkatejê e o show musical do cantor Bruno Benitez e Banda Mundo Mambo, com um espetáculo de músicas caribenhas. Após a abertura, o público vai assistir ainda ao show musical “O Grito”, do cantor e compositor Diego Aquino, de Marabá, inspirado no quadro de Munch, que trata de forma musical, poética e mística, as angústias da humanidade em geral e seu desespero existencial em meio ao caos social e político.

A programação traz no dia 28, diversos eventos, como, apresentação artística da Escola do Campo, roda de conversa sobre Literatura e Negritude e o show musical “Salsa com Jambu”, com Bruno Benitez e Banda Mundo Mambo.

Credlivro

O Governo do Estado disponibiliza o Credlivro para educadores da região, no valor de R$ 200,00, devendo injetar cerca de R$ 400.000,00 no Salão. O mesmo fará a Prefeitura de Marabá, com crédito no valor de R$ 150,00 para cada um dos professores efetivos da rede, totalizando cerca de R$ 300.000,00.

Ulisses Pompeu com informações de Kelia Santos

1 comentário em “Salão do Livro será em “puxadinho” do Centro de Convenções Carajás

  1. Eleuterio Gomes Responder

    O problema é que em Marabá se aceita tudo o que é imposto pela capital. Como se a cidade fosse colônia de Belém!

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