Nesta segunda-feira (16), a prefeitura de Parauapebas acaba de romper a cifra de R$ 1 bilhão em receita líquida, dinheiro vivo, já feitas as deduções legais. Até a última sexta (13), já haviam trafegado pelas contas do município R$ 990 milhões, e hoje foram creditados os R$ 46,8 milhões referentes à parcela dos royalties por produção mineral. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu.
Mas, afinal, o que o prefeito Aurélio Goiano já fez com tanto dinheiro? A pergunta que não quer calar e intriga a sociedade deve-se ao fato de que nada de extraordinário foi feito em Parauapebas que justifique o desaparecimento — com vestígios — de tão expressiva quantidade de recursos públicos.
Aliás, que a verdade seja dita, coisas extraordinárias aconteceram, sim, na gestão de Aurélio Goiano que nesta segunda completa 168 dias de existência: muita licitação com indícios de irregularidades; um mar de contratações de empresas forasteiras; uma enxurrada de contratações de puxa-saco e de nepotismo escancarado; um banho de incompetência técnica por parte da equipe do gestor, que até agora está mais perdida que cego em tiroteio; muita indignação e crítica por parte de eleitores, que caíram no “golpe da honestidade”; incontáveis denúncias da gestão aos órgãos de controle externo; e um recorde não visto em município algum do Pará de ações judiciais.
Nesse período de bilhão — durante o qual Parauapebas completou aniversário, mas não teve festa pela primeira vez —, as comemorações giraram em torno da entrega de obras prontas e pinturas com tinta guache feitas por meio de contratos suspeitos com empresas forasteiras, que estão quebrando a Capital do Minério de forma agressiva. A cidade também entrou numa onda de buracos perpétuos, com empresas borrifando “borra de café” enquanto crateras aumentam ao menor sinal de água.
Cadê o dinheiro?
O primeiro bilhão deste ano veio atrasado em relação aos anos anteriores, em função da queda na receita municipal. No ano passado, por exemplo, a prefeitura de Parauapebas registrou R$ 1 bilhão em arrecadação líquida em 22 de maio. Em 2023, a cifra foi alcançada em 14 de junho. No ano de 2022, o primeiro bilhão desembarcou em 24 de maio. E em 2021, o valor mágico chegou no dia do aniversário de Parauapebas.
HISTÓRICO ANUAL DO PRIMEIRO BILHÃO EM RECEITA LÍQUIDA DE PARAUAPEBAS
- 2025 — 16 de junho
- 2024 — 22 de maio
- 2023 — 14 de junho
- 2022 — 24 de maio
- 2021 — 10 de maio
- 2020 — 17 de agosto
- 2019 — 11 de setembro
- 2018 — 11 de dezembro
- 2017 — não atingiu R$ 1 bi
- 2016 — não atingiu R$ 1 bi
- 2015 — não atingiu R$ 1 bi
- 2014 — 12 de dezembro
- 2013 — 06 de novembro
Mesmo com o bilhão de reais cada vez mais distante de alcançar, a equipe técnica de Aurélio Goiano não se atém aos fatos e orienta ou é conivente com o cometimento de insanidades por parte do prefeito. Um exemplo disso foi a lesiva e trágica majoração das assessorias especiais e jurídicas, que gerou mais de 600 novos cargos dos chamados “babões” que Aurélio negociou, de forma escarnecedora, com vereadores para tentar fortalecer sua base na Câmara.
Todas as práticas do governo anterior que o então “Fiscal do Povo” criticava quando vereador e prometeu não fazer, ele faz, e de forma completamente amadora, imoral e afrontosa aos princípios da administração pública. Não por acaso, a gestão de Aurélio Goiano é criticada e marcada por polêmicas dentro e fora dos muros de Parauapebas.
Gastos surreais
Nos cálculos do Blog do Zé Dudu, o segundo bilhão em receita líquida da prefeitura deve chegar na primeira quinzena de novembro, também de forma tardia em relação aos anos anteriores, o que aponta para a necessidade urgente de o governo de Goiano parar de mentiras, evitar fazer mais cambalachos com empresas forasteiras e conter as despesas públicas.
Com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em queda devido à redução da lavra de minério de ferro na Serra Norte de Carajás, e diante da diminuição da cota-parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dada a interferência do governo do estado nos critérios de partilha dessa receita, as duas principais fontes de arrecadação da Capital do Minério vivem um inferno astral semelhante à própria administração de Aurélio Goiano.
O governo que mais oculta pagamentos no Portal da Transparência, em clara afronta à Lei de Acesso à Informação (LAI) e aos princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), deve mais de R$ 400 milhões na praça nesta segunda-feira, valor resultante da diferença entre as despesas empenhadas (R$ 1,232 bilhão) e as despesas pagas (R$ 807 milhões). Muito mais da metade dessa dívida vai para empresas forasteiras, que já carregaram, em menos de seis meses completos, quase meio bilhão de reais em recursos do povo de Parauapebas por meio de dispensas de licitações sombrias, caronas forjadas e de inexigibilidades com indícios francos de direcionamento por ajuste prévio.
Afundamento
Aquele Aurélio Goiano que julgava o ex-prefeito Darci Lermen, xingando-o de “ladrão” e prometendo acabar com a corrupção, não existe mais porque se perdeu nas próprias promessas vãs e falsas, em relação às quais a população já demonstra estar cansada de ouvir e até se sente arrependida.
Com R$ 1 bilhão em mãos, Aurélio teve a oportunidade de, como ele mesmo diz, “reconstruir Parauapebas”, mas preferiu beneficiar operadores de campanha forasteiros e aliados gulosos que em nada contribuem para as soluções de que o município precisa. São mais seis meses e um bilhão de reais perdidos na história e no tempo, na triste sina de afundamento da Capital do Minério.
3 comentários em “R$ 1 bilhão nesta segunda: o que Aurélio Goiano fez com tanto dinheiro?”
Resposta pra pergunta do titulo : ROUBOU !
Será se esse besta acima (“João Batista”), sabe das coisas kkk. Pelo jeito não sabe nem pesquisar em fontes oficiais a receita arrecardada de qualquer município do Brasil. Abestalhado, Parauapebas em 2020 arrecardou quase 3 Bilhões, em anos seguintes mais de 2 bilhões com folga. E esse ano provavelmente alcançará os 2 Bilhões em novembro. Vai se informar seu despreparado!!!
Vai mentir prá lá, onde que essa prefeitura falida já arrecadou um bilhão? Pouco mais de um bi é orçamento do ano todo, procura outra mentira que essa não cola.