É inquestionável que o Prosap tem mudado a paisagem em Parauapebas, com a construção de grandes obras de urbanização, como o Complexo Turístico e o Parque dos Ipês, espaços organizados, arborizados e agradáveis, que começaram a suprir uma grande carência que o município tinha de áreas esportivas e de lazer para famílias inteiras.
Da mesma forma, também é inquestionável que o Prosap retirou centenas de famílias de áreas de risco, reassentando-as no Residencial Vale do Sol; e deu início à execução de sistemas de drenagem pluvial, para acabar com alagamentos na cidade; e de abastecimento de água, com a construção de Estações de Tratamento de Água (ETAs) e de Esgoto (ETEs).
Como se não bastasse, no ano passado o Prosap entregou uma escola ao município – a Cora Coralina, de educação infantil – e ainda neste semestre vai entregar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no bairro Tropical. Parte do programa é financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com empréstimo de US$ 70 milhões, e contrapartida de US$ 17,5 milhões pela Prefeitura de Parauapebas.
Desde janeiro deste ano, está à frente de toda essa magnitude do programa um engenheiro civil, servidor público concursado e bem íntimo do Prosap por fazer parte da equipe desde antes de abril de 2020, quando as obras começaram a ser executadas com o pomposo nome de Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas.

Nascido no município de Santa Inês (MA) em 7 de março de 1986 e desde 1995 em Parauapebas, Thiago Oliveira Batista é formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e há 18 anos é casado com Elga Samara, com quem tem três filhos: duas meninas de 7 e 13 anos e um garoto, de 3 anos.
Antes de passar no concurso público de Parauapebas, em 2015, com lotação na Secretaria Municipal de Obras (Semob), ele passou em três concursos públicos: municipal em Belém, para eletricista, de nível fundamental; e concurso estadual do Pará, para assistente administrativo na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. “Então, eu já tenho quase 20 anos de serviço público”, contabiliza o coordenador do Prosap, que agora vai comandar uma equipe formada por 130 servidores públicos.
Reconhecimento e grandes responsabilidades
Thiago Batista conta que recebeu “com muita alegria” o convite de Aurélio Goiano para coordenar o Prosap, cuja missão, mesmo que temporária, é bem maior que a de muitas secretarias municipais. “A gente se vê reconhecido pelo serviço que está fazendo, e também com muita preocupação porque é uma grande responsabilidade. Estamos falando de um programa que, além de envolver recursos externos na nossa parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, executa obras que estão por toda a cidade”, ressalta o coordenador.
Como exemplo do que o Prosap tem feito atualmente, Batista destaca a construção de 12 quilômetros de esgoto no bairro Beira Rio; a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Nova Vida e reforma e ampliação de duas grandes Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), nos bairros Tropical e Rio Verde.
A ETE do Rio Verde vai receber o esgoto dos bairros União, Liberdade, Beira Rio, de toda a Cidade Nova e do próprio Rio Verde. Além disso, está tramitando internamente no Prosap o processo para a construção de uma estação de tratamento também no bairro da Paz.
“Nós queremos iniciar essas obras ainda no primeiro semestre deste ano. Estamos falando aí de mais de dez mil famílias que vão ser atendidas, dos bairros da Paz e Rio Verde, com o esgoto passando na porta de casa. E, claro, como eu disse, são obras que vão impactar e que às vezes demoram um pouco”, diz Thiago Batista.
Saneamento exige urgência
Conforme o projeto de criação do Prosap, uma das grandes metas do programa é elevar o índice de saneamento básico de Parauapebas de 8% para 65%, o que vai melhorar a saúde pública no município. Mas a prefeitura ainda está longe desse objetivo levando-se em consideração que em 2026 encerra-se a parceria com o BID. Atualmente, Parauapebas coleta em torno de 20% do esgoto, somente. E nem tudo é tratado.
E aí entra o grande desafio do Prosap, o que indica que a construção das propaladas “águas dançantes” no Complexo Turístico, anunciadas pelo governo passado, foram para o brejo. “O saneamento é a parte que a gente vai estar ainda mais focado”, informa Thiago Batista. E o pedido partiu lá de cima.
“O que o prefeito tem pedido bastante pra gente é para darmos prioridade nas nossas obras de saneamento”, reforça o coordenador. Neste sentido, está a importância da ETE do bairro Tropical, construída com recursos próprios da prefeitura e que irá atender toda a margem do Igarapé Lajeado, onde ficam bairros como Casas Populares, Minérios, Vila Nova e o complexo Tropical/Ipiranga. E é também onde está localizado o Polo Moveleiro.
“E na Ilha do Coco, que é a parte do nosso financiamento com o BID, nós temos o Rio Verde e o bairro da Paz, que é essa rede que nós vamos lançar ainda neste primeiro semestre”, anuncia Batista, para quem essas obras são o maior desafio no momento para o programa porque vai exigir muitas intervenções nas vias de bairros centrais da cidade, como as ruas Sol Poente e Rio de Janeiro.
E tudo isso vai exigir paciência dos moradores e de quem transita pelos bairros. “Lembrando que a nossa execução vem sempre acompanhada do nosso aspecto social e ambiental”, frisa o coordenador, acrescentando desafios futuros para Parauapebas, como o de estender o Prosap para o Igarapé Guanabara, na chamada “baixada fluminense”.
Texto: Hanny Amoras (Jornalista/MTb-1.294)
Imagens: Chico Souza/Prosap/PMP