Ex-presidente da Associação Comercial de Marabá não acredita mais na derrocagem do Pedral do Lourenção

Continua depois da publicidade

O ex-presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá, Ítalo Ipojucan (foto), demostrou hoje, em um artigo publicado em sua página pessoal no Facebook, todo o seu sentimento de revolta e ceticismo no que pese a obra do derrocamento do Pedral do Lourenção, que viabilizaria a navegabilidade no Rio Tocantins, no trecho entre Marabá e o porto de Vila do Conde, em Barcarena, possibilitando o escoamento da produção do centro-oeste brasileiro, além de toda produção mineral do sudeste do Pará. Confira o que disse Ítalo Ipojucan:

imageENROLAÇÃO!
Após a última reunião com o Gen. Fraxe em Brasília, talvez por ansiedade, acreditei ser possível que o Diretor Geral do DNIT estivesse falando sério, ou com tal intenção talvez!

A minha constatação é de fato que a enrolação do Governo Federal é realmente FEDERAL. Desde a suspensão, sem justificativas, das obras da derrocagem do Pedral do Lourenço pela presidente Dilma, que todo o aparato do Governo Federal (envolvendo ai o DNIT, MINISTÉRIO TRANSPORTES, EPL e tantos outros) se especializou em encontrar formas de enganar o estado do Pará e seu povo.

Entendo a solução como muito simples: diz que não vai acontecer e pronto. Acabam-se as expectativas; vamos encarar nossa realidade sem fantasias! Assim, pelo ao menos, saberemos quais caminhos seguir e que novas decisões tomar.

Entretanto, escorados na apatia política do estado do Pará, agridem o seu povo e sua gente, subestimando sua capacidade de entendimento.

Postergada por infindas vezes, sempre sobre o manto da enfática afirmação de que “a obra vai sair, pela importância que tem para a União, vai sair”. O último dos argumentos levou o projeto para a Marinha decidir.

Decidido, recebemos a afirmativa do DNIT (em agosto), que em setembro o Edital seria lançado, em Marabá inclusive.

– Bobo e besta, talvez por ansiedade, acreditei.

Hoje, já próximo ao final de setembro, nada se vislumbra que demonstre a possibilidade de concretização da afirmação do General Fraxe. Faço votos para estar enganado, mas nada sinaliza esse desfecho. O projeto se encontra nas mãos da UFPA para que apresente um novo parecer ao DNIT. Como a UFPA defende seu projeto inicial, objeto de licitação e homologação pelo DNIT em ocasião anterior, tudo indica que estamos na estaca zero, por incrível que pareça.

Assim, segundo informações obtidas ainda ontem em encontro realizado sobre a navegação e transporte de passageiros na Amazônia, técnicos da UFPA informaram que possivelmente na semana que vem estarão apresentando suas considerações ao DNIT.

Esse parecer certamente será submetido novamente à Marinha, que diverge dos conceitos elaborados pela UFPA, e defende um canal de largura mais ampla, para comportar, no seu entendimento, os comboios delineados no estudo. Isso significa elevação de custos orçamentários para realização da obra, novos licenciamentos e certamente seu início e término sem data nem previsão de início e fim.

Em resumo, artimanhas características do que é para levar com a barriga, enrolar.

O que leva a essa conclusão foram as tantas novidades apresentadas pelo DNIT nas tantas reuniões realizadas em Brasília. Em cada ocasião um fato novo, uma postergação.

No contexto é bom lembrar que o projeto da UHE-Hidrelétrica de Marabá, vem sem eclusas, o que reforça a intenção oculta de não fazer nada mesmo. Caso as eclusas fossem  contempladas, significaria dizer que existiria sim a intenção futura do Governo em viabilizar a navegação no Tocantins. No caso em questão significa exatamente o contrário, sem perspectivas.

Assim sendo restará aos técnicos da UFPA defenderem junto à Marinha que o conceito do seu projeto (70 metros de largura) é suficiente para o propósito demandado pela navegação. Ou, em última instância, que a Marinha reveja as características do comboio de forma que aprove o projeto da UFPA sob essa nova perspectiva.

O resumo dessa ópera é: enrolação – estamos todos sob o manto demoníaco da enrolação protagonizada pelo governo federal, com o aval da impotência política do Estado do Pará.

Ítalo Ipojucan: ex-vice-prefeito de Marabá; ex-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-PA, ex-presidente da ACIM. É o atual Secretario de Indústria e Comercio do município de Marabá.

1 comentário em “Ex-presidente da Associação Comercial de Marabá não acredita mais na derrocagem do Pedral do Lourenção

Deixe seu comentário

Posts relacionados