Parcial do censo mostra que Pará tem 65 mil mulheres “sobrando”

IBGE já contou 5,344 milhões de paraenses no estado, o equivalente a 60% da população que o instituto estimou haver por aqui em 2021. Nova Timboteua e Colares têm coleta mais avança

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) liberou nesta terça-feira (1º) a terceira parcial do censo demográfico de 2022, e o Pará é um dos estados mais atrasados na coleta de dados, com apenas 60,89% da população já contada pelos recenseadores. Ao todo, 5,344 milhões de paraenses já foram identificados. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu, que analisou os dados liberados pelo órgão federal.

Chama atenção o fato de as mulheres terem superado os homens em número absoluto. Em 2010, o censo daquele ano revelou que o Pará tinha 62,6 mil homens a mais que elas, e agora, doze anos depois, as estatísticas preliminares da coleta apontam o contrário: 65 mulheres a mais que eles.

De acordo com o IBGE, já foram recenseados 2,705 mil paraenses do sexo feminino ante 2,64 milhões do sexo masculino. É como se houvesse uma cidade do tamanho atual de Canaã dos Carajás lotada só de mulheres e zero homem. Em 2010, o Pará era um dos poucos estados do país onde havia mais homem que mulher — à época, toda a Região Norte mais o estado de Mato Grosso.

Agora, conforme levantou o Blog do Zé Dudu, em todas as 27 Unidades da Federação elas já são maioria, embora com variações que vão de 955,6 mil mulheres a mais em São Paulo a 2,5 mil em Roraima. Como a coleta de dados censitários ainda está em andamento, não é possível afirmar que essas diferenças se mantenham e que as mulheres dominem em todos os estados, visto que, além de Roraima, os números estão apertados em Mato Grosso, Acre, Tocantins, Amapá, Rondônia e Amazonas. No Brasil, até o momento, há 4,6 milhões de mulheres a mais que homens.

Moradores por domicílio

O Pará é 4º do Brasil em “casa cheia”. O Blog calculou esse recorte a partir de dados de moradores e domicílios recenseados. A quantidade de moradores por domicílio é 3,35 pessoas, só atrás das médias verificadas no Amazonas (3,74), Roraima (3,72) e Amapá (3,7). As médias mais baixas são encontradas no Espírito Santo (2,72), Rio de Janeiro (2,66) e Rio Grande do Sul (2,58).

De forma didática, é possível dizer que, enquanto no Pará você pode ter dez vizinhos espalhados em três casas ao lado, no Rio Grande do Sul para ter a mesma quantidade de vizinhos há que se ter quatro casas por perto. Tradicionalmente, nos estados da Região Norte, onde a população é mais jovem, mora mais gente aglomerada, enquanto na Região Sul, onde o envelhecimento populacional é mais acentuado, são encontrados menos habitantes por casa.

O IBGE não está disponibilizando nas parciais do censo dados da população recenseada por município, mas o Blog do Dudu apurou que os municípios de Nova Timboteua, Colares, Faro e São João da Ponta estão com a coleta mais adianta no Pará, prestes a concluir. Por outro lado, Santa Maria do Pará, Redenção, Melgaço, Santa Maria das Barreiras e Curralinho têm a coleta mais atrasada. Os dados demográficos seguem sendo coletados até dezembro.