Parauapebas embarca menor volume de minério dos últimos 10 anos

Melhores momentos do município com transações envolvendo commodity foram 2011, 2012, 2013 e 2021. Faturamento de janeiro a setembro do ano passado, aliás, é quase dobro de hoje

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A produção de minério de ferro exportável, capitaneada pela mineradora multinacional Vale, é a menor em Parauapebas desde 2012. O Blog do Zé Dudu chegou a essa conclusão após analisar dados da série histórica da balança comercial brasileira, isolando o período de janeiro a setembro de cada ano, desde que os dados da balança por município passaram a ser liberados pelo Governo Federal. E as causas para essa baixa produção vão desde a acelerada exaustão das minas atuais na Serra Norte de Carajás até a demanda internacional.

De janeiro a setembro deste ano, foram embarcados de Parauapebas 64,839 milhões de toneladas do melhor minério de ferro do mundo. A última vez em que o município produziu menos que isso foi há uma década, com 64,05 milhões de toneladas. Picos de exportações foram vistos em 2016, quando foram transacionadas de janeiro a setembro 103,365 milhões de toneladas, e 2017, com 102,552 milhões de toneladas, volumes estrategicamente pensados pela Vale para suportar a queda da cotação internacional do minério de ferro naquele momento da história e obter margem de lucro que não ameaçasse as operações.

Do ponto de vista financeiro, apesar da queda na exportação física, 2022 não é o pior ano para o minério de ferro, que registra faturamento de 5,555 bilhões de dólares em Parauapebas. Mas já houve momentos proporcionalmente melhores. O Blog calculou o custo médio de cada tonelada de minério exportada e apurou que este ano esse custo está em 86 dólares por tonelada — e esse valor, ressalte-se, não tem a ver com a cotação da commodity no mercado internacional, cuja precificação se dá por outras variáveis.

No ano passado, quando o minério de ferro alcançou o apogeu e fez bombar as finanças de Parauapebas, o custo da exportação da tonelada do minério foi de 137 dólares, mais alto que em 2011, ano considerado o do “boom” das commodities, quando o custo da venda internacional do principal produto local ficou em 125 dólares. Em 2012, ao custo de exportação de 95 dólares, e em 2013, no preço de 93 dólares, o minério também foi mais valorizado que atualmente. Porém, nos últimos dez anos, o produto chegou ao fundo do poço em 2016, quando o custo da exportação baixou a 31 dólares.

3º maior exportador

Parauapebas leva a medalha de bronze do Brasil em exportações, atrás apenas dos municípios do Rio de Janeiro (15,507 bilhões de dólares) e Duque de Caxias-RJ (13,024 bilhões). A Capital do Minério bate São Paulo (3,683 bilhões de dólares) e cidades portuárias como Paranaguá-PR (4,752 bilhões) e Santos-SP (3,735 bilhões). O vizinho Canaã dos Carajás é o 5º maior exportador nacional, também motivado pelo extração de minério de ferro, com movimentação total de 4,537 bilhões de dólares.