Pará tem 4 entre os 106 municípios de arrecadação bilionária; veja ranking

Com população defasada, Canaã dos Carajás “samba na cara” dos concorrentes por ostentar a maior arrecadação por habitante do Brasil. Marabá, por sua vez, é quem mais vê a receita subir

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Belém, uma das mais importantes metrópoles brasileiras, com 1,5 milhão de habitantes, segue sendo o município paraense cuja prefeitura é a mais rica. A cidade comandada por Edmilson Rodrigues é a 21ª do país em receita líquida, considerando-se o recorte de 12 meses corridos, entre maio de 2021 e abril de 2022. No período, a capital faturou R$ 3,596 bilhões, o que não chega a ser algo extraordinário porque Belém perde feio para uma capital do mesmo porte, como Goiânia, e é superada até por menores, como Campo Grande e São Luís.

As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que fez uma compilação inédita da arrecadação líquida dos municípios, com base em declarações oficiais de receita prestadas por prefeituras e câmaras de todo o país no primeiro quadrimestre deste ano. O Blog incluiu no listão Brasília, que, embora não tenha prefeitura, computa para si a arrecadação do Distrito Federal, o qual a capital do país representa.

Com Brasília, o Brasil tem hoje 106 municípios com receita líquida superior a R$ 1 bilhão. Juntos eles totalizam faturamento de R$ 395,427 bilhões, maior que a arrecadação de qualquer estado brasileiro — inclusive, superior à soma dos três mais ricos: São Paulo (R$ 209,895 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 91,067 bilhões) e Minas Gerais (R$ 86,412 bilhões).

São Paulo, aliás, é o estado com mais representantes na lista de prefeituras bilionárias: 33 ao todo. É seguido pelo estado do Rio de Janeiro, que emplacou 11 nomes, contra nove de Minas Gerais, oito do Paraná, seis de Santa Catarina e cinco do Rio Grande do Sul. Com quatro nomes, o Pará empata com Goiás e supera estados mais populosos e com mais municípios, como Bahia, Pernambuco e Ceará.

A força do Pará

Além de Belém, o poder de chumbo do Pará no ranking dos municípios bilionários é representado por nomes velhos conhecidos das anedotas de riqueza do estado: Parauapebas, na 32ª posição; Canaã dos Carajás, em 62º lugar; e Marabá, no assento de número 84. Somados à capital, os quatro paraenses contribuem com arrecadação de R$ 9,302 bilhões no ranking, o que é significativo.

Comandado por Darci Lermen, Parauapebas se destaca com receita líquida em 12 meses corridos de R$ 2,797 bilhões. Mesmo com a perda de fôlego para recolhimento de royalties de mineração, que é sua principal fonte de renda, a prefeitura da Capital do Minério segue sendo mais rica que a prefeitura de 11 capitais: Natal, João Pessoa, Maceió, Florianópolis, Vitória, Aracaju, Porto Velho, Boa Vista, Palmas, Rio Branco e Macapá.

Já Canaã dos Carajás, chefiado por Josemira Gadelha, alcança receita de R$ 1,676 bilhão e ostenta o primeiríssimo lugar no quesito arrecadação por habitante. Com sua base populacional defasada, já que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) bate o pé dizendo que Canaã tem 39 mil habitantes, quando na verdade tem cerca de 70 mil, a Terra Prometida se beneficia do critério ilusório de “pouca gente para muito dinheiro” e emplaca arrecadação média de R$ 42.872 por morador. O segundo colocado nacional, o município petrolífero fluminense Maricá, vem muito atrás, com R$ 28.875 per capita.

Por seu turno, Marabá, cuja prefeitura liderada por Tião Miranda é uma das menos afobadas e mais prudentes de todo o Norte e Nordeste, é o município que tem apresentado o melhor índice de crescimento de arrecadação no Brasil, de forma contínua e equilibrada. Com receita líquida de R$ 1,232 bilhão, a Capital do Cobre supera Rio Branco e Macapá e é, no grupo das prefeituras bilionárias, a que mais prosperou, proporcionalmente, no comparativo com 2021.

Confira a lista do faturamento de todos os municípios no período de 12 meses corridos, encerrados em abril.