Pará fecha 1º semestre com 429 mil desocupados, revela IBGE

Estado tem, vergonhosamente, 3ª pior remuneração do Brasil, bem abaixo da média nacional. Sua capital, Belém, também está entre os maiores bolsões de desocupados, mostra pesquisa.

Continua depois da publicidade

O número de trabalhadores paraenses sem ocupação é tão grande que seria suficiente para entupir as cidades de Marabá e Parauapebas, duas das maiores do estado. São, ao todo, 429 mil pessoas fora do mercado de trabalho, de acordo com números obtidos com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu na mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PnadC-T), que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta quinta-feira (15).

O Blog acessou os dados detalhados da Pnad e observou que no trimestre encerrado em junho o Pará diminuiu o exército de desempregados em 12 mil. Eram 441 mil sem ocupação nos primeiros três meses deste ano. A taxa de desocupação também regrediu de 11,5% para 11,2%. No entanto, o estado encerrou 2018 com taxa de desemprego na casa dos 10,2%, a menor da recentemente série histórica traçada pela Pnad Contínua. Atualmente, o Pará tem o 9º maior batalhão de desempregados do país em números absolutos. São Paulo lidera com 3,31 milhões e Roraima possui 37 mil, o menor volume.

A PnadC-T não lança dados em nível dos 5.570 municípios brasileiros, mas computa o desemprego nas capitais e regiões metropolitanas. Em Belém, houve recuo da desocupação. No início do ano, eram 114 mil sem emprego na capital paraense, contingente que caiu para 112 mil no final do primeiro semestre. Ainda assim, Belém tem muito mais adultos de cara para cima que metrópoles mais populosas, como Curitiba (100 mil) e Goiânia (66 mil). A taxa de desocupação na capital do Pará fechou o semestre em 14,5%.

Cai renda do trabalhador paraense

A diminuição no número de desempregados no Pará não foi, contudo, acompanhada do crescimento do salário médio. Pelo contrário, o rendimento do trabalhador paraense despencou de R$ 1.486 no primeiro trimestre para R$ 1.468 no segundo. É o 3º pior rendimento médio do país, só à frente dos salários pagos no Maranhão (R$ 1.289) e no Piauí (R$ 1.361). No Brasil, a média é de R$ 2.214.

Em Belém, o rendimento também caiu levemente de R$ 2.359 para R$ 2.346 no período. Vitória (R$ 4.262), Porto Alegre (R$ 4.046), Brasília (R$ 3.845) e São Paulo (R$ 3.788) são as capitais com as médias salariais mais atraentes, enquanto São Luís (R$ 1.800), Teresina (R$ 1.890) e Manaus (R$ 2.045) castigam o trabalhador termos remuneratórios.