Operação conjunta das polícias do Rio e do Pará  elimina Leo 41, o chefão do crime organizado no Pará

Policiais invadiram esconderijo do bandido em favela carioca, ele reagiu e foi fuzilado

Continua depois da publicidade

Brasília – Operação conjunta, ordenada pelo governador Helder Barbalho (MDB), ao aparato de segurança pública do Estado, que planejou a ação com as forças de segurança do Rio de Janeiro, colocou fim à carreira e à existência um dos mais procurados bandidos do Brasil, Leonardo Costa Araújo, o Léo 41, também conhecido como Paizão. Ele foi fuzilado, durante confronto, na quinta-feira (23) por um comando especial do temido Bope (Batalhão Operações Policiais Especiais) fluminense, com apoio de agentes da Polícia Civil do Pará, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

O governador comemorou o sucesso da operação em sua conta numa rede social e disse que a missão prossegue, sem entrar em detalhes. Barbalho postou: “Parabenizo e agradeço a Polícia Civil do RJ, em nome do Governador do RJ, @claudiocastroRJ, e o sistema de segurança do Pará, a partir da PC do Pará.”

Chefão do tráfico de drogas no Pará, Léo 41, usava documento falso para circular pela favela carioca sem ser incomodado. O CPF, segundo as autoridades, que aparece no informe está cadastrado na Receita Federal, mas consta como nulo.

A data de nascimento usada por Léo 41 no cadastro falso também é diferente do verdadeiro aniversário do traficante paraense. Enquanto o Leonardo verdadeiro nasceu em janeiro de 1987. No falso, a data de nascimento é em outubro do mesmo ano.

Escondido há dois anos e meio no Rio

Léo 41 estava escondido no Rio havia pouco mais de dois anos e meio. Foragido de seu estado de origem, ele é acusado de ser chefe da maior facção criminosa do Rio, no Pará, onde dava as ordens para a prática de todo tipo de crimes, principalmente na capital Belém, e na violenta Região Metropolitana.

No Rio, Léo 41 foi o primeiro bandido paraense a assumir o controle do tráfico de drogas em uma favela do estado. De acordo com investigações da Polícia Civil, o criminoso era responsável pelo tráfico em Porto das Caixas e Visconde, em Itaboraí, cidade vizinha a São Gonçalo.

Segundo as investigações, Léo ganhou o comando dos bairros de Itaboraí dos traficantes Wilton Carlos Quintanilha, o Abelha, e de Edgar Alves de Andrade, o Doca, integrantes da cúpula da maior facção criminosa do Rio. Mesmo à distância, Léo 41 também comandava o tráfico de drogas também no Bairro do Bengui, em Belém.

As investigações das polícias Civil do Rio e do Pará já detectam a migração de traficantes do estado do Norte do país para o Rio, pelo menos desde 2018, com uma intensificação nos últimos três anos. Essa foi a primeira vez, no entanto, que se constatou um paraense no comando do tráfico em terras fluminenses.

Atualmente, segundo informações da Polícia Civil do Pará, a cúpula da facção no estado está escondida em favelas no Rio. Além de Léo, estão no estado Anderson Souza Santos, o Latrol, David Palheta Pinheiro, o Bolacha e Oriscarmo Rodrigues Rocha, o Ouri. Os quatro ocupam os cargos mais altos da organização criminosa. Os investigadores acreditam que todos estejam usando identidades falsas e estão sendo caçados pelos policiais.

Léo 41 ao lado da esposa, na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha — Foto: Reprodução

De acordo com as investigações da Polícia Civil do Rio, Latrol e Bolacha eram os principais comparsas de Léo 41 e o auxiliavam no comando do tráfico em Itaboraí. Todos tinham como base o Complexo da Penha, onde 23 pessoas foram mortas em operação da polícia em maio de 2022, entre eles três paraenses. No ano passado, no Rio, o Disque-Denúncia da capital fluminense lançou cartaz pedindo informações de Léo 41, Latrol e Borracha.

Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.