Em um espaço onde o silêncio costuma ser cortado pelo som de aparelhos e passos apressados, a música tem se tornado uma companhia inesperada. Violões e vozes ecoam pelos corredores do Hospital Municipal de Marabá (HMM) e do Hospital Materno Infantil (HMI), levando alívio, esperança e emoção a pacientes, acompanhantes e servidores. Essa é a proposta do projeto “Música – Arte que Cura”, realizado pela Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM).
Danilo Oliveira, coordenador do projeto, explica que a iniciativa nasceu nesta gestão com a ideia de humanizar o ambiente hospitalar e ocorre um dia por semana nos dois hospitais.
“O objetivo é tornar a estadia mais leve, não só para os pacientes, mas também para os servidores. Tocamos em diferentes espaços, desde jardins até enfermarias, sempre adequando o repertório ao ambiente. Aos poucos, vamos expandindo para outros locais, como já aconteceu no Lar São Vicente e no CAPS”, destaca.

O projeto conta com voluntários que dedicam tempo e talento a essa causa. Entre eles está o músico Washington Hermes, que leva o som do violão para dentro das unidades.
“É sempre contagiante participar. A recepção é muito boa, tanto dos pacientes quanto dos funcionários, que demonstram satisfação ao ouvir uma boa música. Para mim é muito gratificante fazer parte dessa ação”, afirma.
Outro voluntário, músico Kalbert Rodrigues, ressalta que a música também faz diferença na rotina dos profissionais de saúde.
“Ela ajuda a aliviar o estresse do dia a dia e transmite alegria para os pacientes. É um trabalho que gera satisfação e bem-estar para todos”, explica.
Impacto no cuidado
Para Alina Roberta, enfermeira do setor de Qualidade e Segurança do paciente do HMM, a presença da música vai além da arte.
“O paciente já chega fragilizado, muitas vezes ansioso e com medo. A música consegue tornar o ambiente mais humano e acolhedor. Temos percebido que ela reduz o estresse tanto de pacientes quanto de profissionais. Muitos se emocionam, alguns choram, outros registram o momento em fotos e vídeos. É um ganho imensurável”, relata.
Sandra Santana, paciente internada há 18 dias, conta que a música a ajudou a enfrentar o período de espera. “É uma maravilha, anima a gente e melhora o ânimo. Estava triste, mas ouvir música aqui dentro me fez me sentir feliz.”
Yasmin Barbosa, internada há oito dias, compartilha da mesma sensação. O hospital é um lugar pesado, onde ficamos estressados. A música traz leveza, levanta o astral de todo mundo. É uma ideia muito legal.”
Acompanhando um familiar, Eliene de Oliveira também percebeu os efeitos positivos da ação. Ao lado dos músicos, Eliene de Oliveira, acompanhante de familiar internado “As pessoas já chegam aqui sofridas e a música traz um pouco de alegria e lazer. Ajuda não só os pacientes, mas também os acompanhantes, que vivem o estresse do ambiente. É um projeto fundamental.”
Mais que apresentações musicais, o projeto mostra que a arte pode ser uma forma de cuidado. Entre notas e melodias, cria-se uma atmosfera de acolhimento que transforma a rotina hospitalar em uma experiência menos dolorosa e mais humana.
(Texto: Osvaldo Henriques. Fotos: Paulo Sérgio. Secom Marabá)