Por Eleutério Gomes – de Marabá
Centenas de mulheres fizeram passeata na manhã desta quinta-feira (5), na Avenida Antônio Maia, principal via da Velha Marabá, em protesto contra a violência e exigindo das autoridades punição aos homens que violentam e matam mulheres. A manifestação, que faz parte da programação do Outubro Rosa, reuniu várias entidades de defesa dos direitos femininos, vereadoras da Câmara Municipal de Marabá e outras representantes dos movimentos de defesa da mulher. Com discursos inflamados, faixas pedindo justiça e proteção, todas expunham o drama pelo qual elas passam hoje, não só em Marabá quanto no País.
Titular da Coordenadoria da Mulher em Marabá, a ex-vereadora Júlia Rosa Veloso disse ao Blog que é necessário a sociedade despertar para que possa denunciar, encorajar e seja um apoio para a mulher vítima de violência a fim que esta não se sinta sozinha no momento de denunciar.
“O crime é o final de um processo de violência. Muitas vezes a mulher não entra com o pedido de medida protetiva, tem medo e acaba assassinada”, alertou ela, apelando para que a polícia, sobretudo a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) seja dotada de toda a estrutura necessária, sobretudo com plantões de fim de semana, quando a maioria dos crimes contra mulheres acontece.
Ela exige a imediata implantação do ProPaz Mulher em Marabá e que essa e outras instituições venham se somar ao movimento da sociedade, à estrutura de rede protetiva que o município dispõe para fazer esse enfrentamento “e de melhorar a política pública de combate à violência e de proteção à mulher que tem de existir no município”.
O Blog também ouviu a vereadora Irismar Melo, que, ao lado das vereadoras Priscilla Veloso e Cristina Mutran, forma a bancada feminina da Câmara Municipal de Marabá. Ela destacou que todas estão unindo esforços no enfretamento da violência e disse que o objetivo não é aniquilar os homens.
“Nós respeitamos os homens de bem, nós queremos é aniquilar a violência. E essa ação hoje, capitaneada pelo Conselho Municipal do Direito da Mulher, vem ao encontro daquilo que temos defendido ao logo dos nossos mandatos, tanto que a Câmara Municipal hoje dispões de uma Comissão Permanente de Defesa dos Direitos das Mulheres, que foi um projeto de minha autoria”, lembrou ela.
Irismar salienta que o Brasil e “Marabá, especificamente, tem vivenciado momentos críticos de violência, com o feminicídio crescendo mais a cada dia”. Destaca que, embora haja institutos normativos jurídicos que vieram para dar melhor atendimento e punir aqueles que cometem violência contra a mulher, “infelizmente, os instrumentos ainda não se fazem de forma plena”.
“Nós estamos aqui dizendo que a sociedade se manifeste e pare de transferir responsabilidades. As famílias, as igrejas, associações, entidades e o poder público precisam se unir para que façamos esse enfrentamento com seriedade, com responsabilidade e busquemos uma sociedade de paz, de respeito, de harmonia onde a justiça prevaleça entre todos, homens, mulheres crianças e idosos”, conclamou a vereadora.