Marabá: Festival do Cabelo Seco chega à 15ª edição celebrando cultura e resistência

Este ano, o tema é “Em defesa das águas”, para lembrar que a água não é apenas um recurso natural, mas um elemento central da identidade cultural, da sobrevivência e da justiça social

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O bairro Francisco Coelho, popularmente conhecido como Cabelo Seco, na Marabá Pioneira, se prepara para uma grande festa de celebração do Dia da Consciência Negra. A programação acontece nesta quarta (19) e quinta-feira (20) repleta de momentos que fortalecem as raízes afro-indígenas da região.

Em 2025, o Festival do Cabelo Seco chega à sua 15ª edição sob a organização do Coletivo Consciência Negra em Movimento, Grupo de Mulheres do Cabelo Seco Raízes de Marabá, além de artistas e produtores culturais na realização do evento. O acontecimento conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Marabá, Fundação Casa da Cultura de Marabá, Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Estado do Pará (⁠Sintepp), ⁠Sindicato dos Bancários, Sindicato da Construção Civil de Marabá, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) e ⁠Associação Indígena Porekrô.⁠

Este ano, o tema da programação é “Em defesa das águas”, uma forma de lembrar que a água não é apenas um recurso natural, mas um elemento central da identidade cultural, da sobrevivência e da justiça social, sobretudo para comunidades amazônicas.

Eric de Belém, um dos organizadores do festival, explica que o objetivo do evento é proporcionar um momento de reflexão sobre a importância das águas para quem vive na Amazônia, mas especialmente para as populações tradicionais e periféricas. “A água dos rios, igarapés, lagos, são o cenário e, muitas vezes, o personagem principal de mitos, lendas, canções e festas populares em regiões como a Amazônia”, observa. “Preservar essas águas, não é apenas preservar um recurso. É defender a memória dos povos ribeirinhos, pescadores e comunidades tradicionais que têm uma relação ancestral com os corpos d’água. Defender a água é defender a própria identidade e história dessas comunidades”.

A programação acontece na orla do Cabelo Seco, na Praça Encontro dos Rios, no dia 19, a partir das 19 horas, e, no dia 20, de 8 horas ao meio-dia e de 18 horas às 23h30. A escolha do Cabelo Seco é emblemática, pois remonta o início da ocupação do bairro berço de Marabá, muito permeado de mulheres negras, as primeiras habitantes do local que fica no encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantins.

Programação Político-Cultural da Consciência Negra em Marabá 2025

Dia 19 de Novembro (Quarta-feira)

  • 19h30: Festival da Consciência Negra no pátio da Escola Estadual Liberdade, com apresentação dos trabalhos desenvolvidos pela escola e convidados da comunidade.

Dia 20 de novembro (Quinta-feira)

  • XV Festival Do Cabelo Seco: Em Defesa Das Águas E Pelo Fim Do Racismo Ambiental

Dia 26 de Novembro (Quarta-feira)

  • Brecha Cultural Bairro São Félix.

 XV Festival do Cabelo Seco: Em Defesa das Águas e pelo Fim do Racismo Ambiental

Local: Encontro dos Rios

Dia 19 de Novembro (Quarta-feira) – Oficina e Roda de Conversa

18h30: Ornamentação e preparação do espaço.

Dia 20 de Novembro (Quinta-feira – Feriado) – Atividades do Festival

Manhã e Tarde

08h00 às 12h00: Pintura de camisas com o tema do festival.

12h00: Pausa para Almoço (Dona Ana).

13h00 às 17h00: Passagem de som, ajustes de bandas, organização de camarim e ornamentação do espaço.

14h30: Oficina Objetos do Afeto, com o Professor Armando da Faculdade de Artes Visuais.

16:30 – Ação de cuidado em saúde (Secretaria Municipal de Saúde – SMS)

17:30 – Radiola Reggae – DJ Japa Pedra

Noite – Programação Cultural

18h00: Início das Atividades:

  • Início da Feira de Artesanato, Feira Criativa D’Quebrada e Praça de Alimentação.
  • Abertura das Exposições de Fotografia e Audiovisual: Retratos de Resistência (Daniele Pimentel de Brito) e Exposição fotográfica digital: Afrofuturismo com Rayda Lima.
  • Abertura e Fala do Manifesto da Consciência Negra de Marabá (Eric, Ana, Joana D’arc, Silvio e/ou Vandinha).

18h30: Concentração do Arrastão da Consciência Negra, acompanhado pelo grupo Deix’elas, Grupo de Mulheres Povoada e puxado pelo Boizinho Pingo de Ouro.

19h00: Apresentações do Grupo Mayrabá e Roda de Capoeira.

19h00: Exibição do Vídeo do Pedral e leitura de trecho da carta sobre racismo ambiental.

19h30: Participação da Comunidade do Terreiro do Pai Silvio.

20h00: Apresentação Fogo no Rabo (Quadrilha Junina).

20h30: Apresentação de Geane e Grupo Mulheres Arco Íris e Mulheres do Cabelo Seco.

20h40: Mostra Audiovisual:

  • Vídeo Performance/Mostra AudioVisual – Mulher Negra (Lara Borges).
  • Vídeo Boiuna.
  • A Palavra que Diz (Armando e Nivalda).
  • Morte dos Rios Araguaia e Tocantins.
  • 2º mini documentário sobre as comunidades afetadas e leitura de trecho da carta.

21h00: Show com Negra Melodia Convida Nenzinha.

22h30: Exibição do vídeo do procurador do MPF.

22h40: Show com Amazônico (Hip Hop).

23h30: Dj Japa Pedra Encerramento;

(Texto: Tay Marquioro)