Manifestantes fazem “puxadinho” ao lado da Equatorial em Marabá e esperam acordo no MPT

Cerca de 200 trabalhadores cruzaram os braços e só arredam o pé depois que um acordo for homologado pelo Ministério Público do Trabalho

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Na tarde desta terça-feira, 7, funcionários da Dínamo Engenharia, empresa terceirizada pela Equatorial Energia para realizar serviços elétricos na região de Marabá, recorreram ao Ministério Público do Trabalho, na Folha 31, na tentativa de chegar a um acordo com representantes da empresa. Enquanto isso, os cerca de 200 colaboradores estão de braços cruzados em frente à sede da Equatorial, na Folha 19.

Na pauta dos empregados, estão temas sensíveis, como o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pagamento de horas extras, férias remuneradas e melhores condições de trabalho.

A manifestação iniciou logo nas primeiras horas desta segunda-feira, 6, quando os trabalhadores se reuniram em frente à sede da empresa, cruzaram os braços e colocaram faixas na fachada da Dínamos. O que seria apenas uma paralisação, acabou tendo características de uma greve.

A Reportagem do Blog conversou na tarde desta terça-feira, 7, com Fabrício Alvarenga, gerente coorporativo da Equatorial, que veio de São Luís exclusivamente para a negociação com os trabalhadores. Ele garantiu que já houve um acordo com os trabalhadores, mas que estes afirmaram que só acreditam que será cumprido quando o documento for homologado pelo Ministério Púbico do Trabalho.

Todavia, a procuradora que deveria atender os trabalhadores na sede do MPT está em Brasília e só devem retornar nesta quarta-feira, quando está previsto receber as partes.

Pedro Blois – diretor-presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, divulgou nota informando que somente em Marabá, cerca de 200 trabalhadores cruzaram os braços em protesto contra a Dínamo. Eles recorreram ao Sindicato dos Urbanitários do Pará, que denunciou a precariedade à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

A partir da denúncia, já foi aberta uma ordem de serviço e a notificação da empresa. Uma audiência entre a SRTE, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e os envolvidos está para ser agendada para esta quarta-feira, 8.

“A Dínamo é uma das maiores empresas prestadora de serviço da Equatorial Celpa, atuando nas cidades de Marabá, Tucuruí, Rondon, Parauapebas, Redenção, Tucumã e Xinguara. Com a paralisação, pode-se concluir que os serviços de ligação, religação, corte e inspeção em unidades consumidoras estão parados no Sul e Sudeste do Pará, funcionando somente o serviço emergencial.

A Equatorial Energia também tem responsabilidade pelos atos praticados pela Dínamo, inclusive deveria fiscalizar a prestação do serviço e não liberar a fatura de pagamento da referida empreiteira diante da falta de recolhimento de FGTS e outras inadimplências e sonegações de direitos dos trabalhadores/as.

Conforme denúncias, há casos de trabalhadores com até cinco férias vencidas, 500 horas-extras acumuladas sem pagamento, recolhimento de FGTS quase zero, falta de limpeza e de água potável para consumo nos locais de trabalho, assédio moral com advertências indevidas e frota de carros sucateada”, diz a nota dos Urbanitários.

A Equatorial, por sua vez, alegou que está apenas acompanhando a negociação, esperando que tenha um desfecho positivo rapidamente. O que, claro, não aconteceu. Todavia, garantiu que o trabalho exercido pelos trabalhadores da Dínamo não seria interrompido, mas não disse de onde a mão de obra extra viria.