Juiz paraense fala sobre guerras ideológicas em novo livro de ficção

Romance enfatiza a urgência do amor na era da intolerância
Newton Carneiro Primo, juiz da Infância e Juventude de Ananindeua, lançou seu primeiro livro de ficção

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A vida inspira a arte para levar uma mensagem clara de que, em tempos de ódio, existe uma chave para quebrar a intolerância. É essa a premissa de “O amor em meio ao dissenso”, novo romance do juiz Newton Carneiro Primo. A narrativa parte de um cenário pandêmico, que trouxe não somente a calamidade em saúde, mas uma guerra político-partidária e a constante sensação de insegurança.

A obra é um convite à reflexão sobre questões sociais, políticas e, sobretudo, existenciais, por meio da jornada de Tatiana e David. A protagonista, uma procuradora da República recém separada, é obrigada a assumir sozinha a condução do lar e os cuidados com os filhos, e tem o destino entrelaçado a um colega de profissão. Ele, um homem brilhante, mas retraído e repleto de questões internas mal resolvidas, abre o coração para o novo relacionamento justamente neste momento de perdas e incertezas, mas esconde segredos que podem colocar a relação em cheque.  

É em meio à pandemia e ao dissenso político-ideológico que é travada a luta de ambos para manter o amor. Conhecedor dos preceitos de justiça e expectador de tantas mazelas sociais, o autor conclama as pessoas a refletirem sobre temas como saúde mental, diversidade, política, e espiritualidade, e revela um pequeno retrato da angústia humana diante da acelerada e incompreendida mudança de valores por que passa o mundo.

Juiz titular da vara da Infância e Juventude de Ananindeua, região metropolitana de Belém, Carneiro Primo já percorreu várias comarcas do estado, que lhe deram experiência e material humano para trabalhar com ficção. Seu primeiro livro de ficção, “O amor em meio ao dissenso – Romance de uma época de extremos”, possui 508 páginas e foi  lançado pela Artêra Editorial.

Para além das camadas factual, filosófica e política, o enredo detém, no aspecto espiritual, uma grande força impulsionadora para a conciliação de contrários, que só é alcançável com respeito e colocando-se acima da crença político-ideológica – passageira e mutável. Na obra, o autor conduz os leitores a experiências inseridas em uma realidade marcada por extremos opostos, com personagens sendo desafiados a evoluir em suas concepções, a partir não de conveniências pessoais, mas do sentimento que é capaz de mudar o mundo e modificar positivamente as pessoas: o amor.