Jacundá chega aos 59 melancólicos anos de emancipação sem ter o que comemorar

"Mais uma vez a data passa em brancas nuvens, sem nenhuma apreciação do poder público e político. Parece um lugar perdido no tempo e no espaço", escreveu o advogado Claudionor Silveira

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Há exatos 59 anos, precisamente no dia 29 de dezembro de 1961, era constituído oficialmente o município de Jacundá, localizado na região sudeste do Estado do Pará, às margens do Rio Tocantins. E “mais uma vez a data passa em brancas nuvens, sem nenhuma apreciação do poder público e político. A despeito das recomendações da OMS, em face da pandemia, as menções honrosas poderiam vir através dos meios de comunicação, das redes sociais. Mas nada fizeram, nada disseram”, escreveu o advogado e escritor Claudionor Silveira em artigo publicado nesta data.

Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município deve ter hoje por volta de 59.842 habitantes, um crescimento de quase 20%, se comparado ao censo de 2010. No entanto, “aos 59 anos, depois de oito longos mandatos desde o remanejamento para as margens da PA-150, que a Vecchia Signora parece um lugar perdido no tempo e no espaço. Não tem asfalto, nem rede de esgoto, nem água tratada, nem calçada, sem coleta de lixo seletiva, nem espaços verdes, nem arborização, nem recantos de lazer, nem pronto socorro, nem corpo de bombeiros, nem cultura, nem educação de qualidade…nem quase nada”, critica Claudionor.

Em “As lutas dos atingidos pela usina hidrelétrica de Tucuruí – das primeiras mobilizações em contexto autoritário às condições de mobilização subsequentes à redemocratização do país”, as professoras Celia Regina Congilio e Alana Pereira da Silva descrevem que “o município, antes de iniciar a construção da Hidrelétrica, tinha o nome de Arraia e sua população reproduzia seus modos de vida com base, principalmente, na pesca, criação de gado e agricultura de subsistência, com predominância nas culturas de arroz, feijão e mandioca”.

“De relatos em relatos, obtivemos informações de que após o despejo das famílias da Antiga Jacundá havia a opção de ir para a vila chamada Arraia à beira da PA-150, ou outras comunidades ribeirinhas”, destacam Celia e Alana no trabalho apresentado na IX Jornada Internacional de Políticas Públicas, realizada em 2019 no Estado do Maranhão.

Para este aniversário de 59 anos de emancipação político-administrativa, a Prefeitura Municipal não divulgou qualquer programação alusiva à data. O atual prefeito Ismael Barbosa deixa o cargo daqui há dois dias.

(Antonio Barroso)

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