Floresta: Família denuncia que bebê prematuro morreu após hospital liberar

Médico se defende em nota, afirma que o recém-nascido estava bem quando saiu do Hospital Municipal e foi com a mãe para casa. Secretário de Saúde preferiu não se manifestar ainda

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Uma família de Floresta do Araguaia entrou em contato com o Blog do Zé Dudu para denunciar que um recém-nascido prematuro, de oito meses, foi liberado, após a mãe ter dado à luz no hospital público daquele município, e morreu em casa, na madrugada de último domingo (7). Na opinião dos familiares, o bebê prematuro deveria ter permanecido na casa de saúde, em uma incubadora, e não ter alta com 24 horas após o nascimento.          

José Victor Oliveira de Almeida nasceu ao meio-dia de sexta-feira (5) em às 14h do último sábado (6) foi liberado do Hospital Municipal de Floresta do Araguaia para ir para casa. A mãe do recém-nascido, Dayane da Silva Oliveira, estava na 35ª semana de gestação, quando deu à luz o bebê. “Como que o médico manda uma criança recém-nascida e prematura ir para casa?”, indaga a mãe, opinando, em seguida: “Uma criança assim tinha que ficar no hospital em uma incubadora”.

Ainda de acordo com os relatos da família, a criança foi mandada para casa porque o hospital estava sem condições de mantê-la. A avó, Marinalva da Silva de Oliveira, relatou à Reportagem que o Hospital Municipal não tinha sequer máscara de oxigênio. “Meu genro teve de sair na rua à procura de máscara para comprar. Porém, ele não encontrou e aqui no hospital eles usaram um copo descartável, fizeram um furo no fundo para que a criança inalasse o oxigênio”, relatou a mulher.

Após ser encaminhada para casa e já madrugada de domingo (7), Dayane da Silva Oliveira disse que o filho estava dormido e, quando tocou na criança, percebeu que não estava respirando. Em pânico, gritou pelo marido, que rapidamente procurou o Hospital Municipal em busca de socorro.

Ainda segundo a família, ao chegar ao hospital, Wanderléa Sousa Cruz, tia de José Victor, pediu para uma das enfermeiras fazer uma massagem na criança, para tentar reanimá-lo, porém, as enfermeiras disseram que não podiam tocá-lo, pois somente o médico poderia fazê-lo.  Após o médico chegar ao hospital, constatou o óbito.

A Reportagem do Blog entrou em contato com o secretário de Saúde de Floresta do Araguaia, Francisco Lucileno de Aquino, mas ele disse que só vai se manifestar depois de todos os fatos apurados.

O médico que atendeu a parturiente e o recém-nascido, Leonardo Fagundes, publicou uma nota.

NOTA

“Sei que o momento de perda e não é fácil para o familiar.

Infelizmente, as notícias saem todas distorcidas e, mais ainda, algumas pessoas aproveitam desse momento para obterem vantagens próprias.

Esse recém-nascido realmente foi prematuro de 8 meses, em consequência de um pré-natal mal feito. Ele nasceu de parto normal e, nas primeiras 4 horas ficou em uso de oxigênio SIM, o que é normal em prematuros.

O bebê foi encaminhado logo após o parto para o Hospital Regional. Contudo a vaga foi negada por falta de leitos.

 O bebê, apesar de prematuro, evoluiu muitíssimo bem, depois de 4h de nascido, já se se encontrava sem uso de oxigênio e mamando bem. O recém-nascido dormiu na unidade hospitalar bem, sem usar oxigênio e, no outro dia, quando terminei de atender, fui passar a visita, quando a mãe mesmo me relatou que o bebê tinha passado a noite bem, mamou 3 vezes, e que queria ir para casa.

Eu expliquei para a mãe que o bebê era prematuro, mas estava bem e só precisava amamentar para que o recém-nascido ganhasse peso e que no mesmo quarto tinha outra criança com pneumonia e do lado, um com pé infectado que estava liberando odor em toda a unidade.

Liberei e deixei bem claro que qualquer alteração com ele era para trazer imediatamente.

Bem provável que o bebê tenha bronco aspirado (se ENGASGADO).

E quando a família trouxe o bebê já estava em óbito, inclusive frio e cianótico (roxo). Aí a família veio me falar que ele estava passando mal já há tempos em casa e a família não trouxe.

Eu sei que o sofrimento da família não é fácil, mas o ocorrido acontece com bebês prematuros e bebês não prematuros. Agora, pessoas virem querer descontar desentendimentos pessoais, falando coisas que não são verdades, não é justo.

Tenho o encaminhamento aqui e a mãe do outro bebê que estava junto no quarto também pode confirmar o que estou falando.

Dr. Leonardo Fagundes”

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