Fazendeiro “Bida” é condenado por mandar matar a missionária Dorothy Stang em 2005

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Em julgamento que durou 15 horas,  o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", foi condenado a 30 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, na noite desta segunda-feira (12) em Belém, por ter encomendado a morte da missionária Dorothy Stang, de 73 anos, em 12 de fevereiro de 2005.

Dorothy Stang foi executada com seis tiros em um assentamento em Anapu, no Oeste do Pará.

Esse foi o terceiro julgamento de "Bida". No primeiro, em maio de 2007, ele foi condenado a 30 anos de prisão, mas teve direito a um novo júri. No segundo, em maio de 2008, ele foi absolvido, mas o Ministério Público recorreu da decisão e a Justiça anulou a sentença em abril do ano passado. O fazendeiro foi preso em fevereiro deste ano, depois de se apresentar à polícia.

"Bida" teve a pena agravada pelo fato da vítima ser pessoa idosa, 73 anos. A tese defendida pela acusação foi de homicídio duplamente qualificado, praticado com promessa de recompensa, por motivo torpe e com uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima. Ele recebeu a sentença por volta de 23h40, e permanecerá preso no Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém.

Ao juiz Moisés Flexa, "Bida" negou envolvimento no crime e se recusou a responder a perguntas dos promotores.

O início do julgamento de "Bida" atrasou em uma hora porque o advogado dele, Eduardo Imbiriba, não compareceu e enviou outro representante. O novo advogado teria pedido um prazo ao juiz para se inteirar sobre o caso. O pedido foi negado. Vários religiosos e camponeses que conviveram com a irmã Dorothy viajaram para Belém para acompanhar o julgamento. O irmão da missionária também saiu dos Estados Unidos e está no Brasil para acompanhar o caso.

Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas de manhã. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o primeiro depoimento foi de Roberta Lee Spires, conhecida como irmã Rebeca, que falou sobre o trabalho desenvolvido por Dorothy.

O juiz, a acusação e a defesa também ouviram a defensora pública Eliana Vasconcelos (que atuou na defesa de outro acusado de envolvimento no crime), o agricultor Gabriel do Nascimento (que trabalhou com a missionária) e o delegado da Polícia Federal Ualame Machado (que investigou o caso).

Outros três acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista e Amair Feijoli da Cunha, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão.

Regivaldo Pereira Galvão, o quinto e último réu no processo, deve ser julgado no dia 30 de abril. Ele aguarda julgamento em liberdade.

Com informações do TJ-PA e Portal ORM

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