Famílias fecham Rodovia Transamazônica em protesto por falta de aula

Entre exigências estão creche, reforma de escola existente e início do ano letivo do ensino médio para cerca de 50 estudantes

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Utilizando pneus, galhos de árvores e segurando cartazes, pais e alunos da Escola “Educar para Crescer”, localizada na Vila 1º de Março, às margens da BR-230, a popular Transamazônica, bloquearam o tráfego de veículos para forçar a Prefeitura de São João do Araguaia e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) a resolver os dilemas da referida comunidade.

Maria José Souza tem um filho de três anos e diz que gostaria que o menino fosse para a creche iniciar a aprendizagem e para ajudar no desenvolvimento social. “Já prometeram várias vezes, mas nunca resolveram a situação,” lamenta.

O estudante Carlos Henrique Souza, de 16 anos, conta que ele e seus colegas aderiram à manifestação dos demais moradores da vila porque estão sem aulas do ensino médio desde o final de 2023. “O ano letivo de 2024 não começou pra gente. Prometeram que resolveriam o problema do sistema SOME, em que os professores passavam uma temporada curta na escola e depois iam embora. Mas até agora as aulas não começaram,” relata.

Procurado pela Reportagem do Blog, o titular da Diretoria Regional de Educação (DRE) da SEDUC, com sede em Marabá, informou que a comunidade pediu o fim do Sistema Modular de Organização de Ensino, denominado SOME. A demora teria ocorrido em função da viabilidade financeira para contratação de professores para a modalidade “médio campo”. Ele garantiu que a situação está sendo resolvida pela pasta, mas ainda não há data para início do ano letivo de 2024.

São quase 50 alunos do médio que aguardam o início do ano letivo.

A Reportagem também procurou o secretário de Educação de São João do Araguaia, Antonio Bezerra do Nascimento, mas ele alegou apenas que assumiu o cargo há cerca de um mês e não tinha sido procurado pela comunidade para dialogar sobre o assunto. “Em relação à creche, desde quinta-feira passada já estamos com essa pauta para resolver,” disse, mas sem informar qual seria a previsão para implantação do serviço garantido por lei.

O protesto demorou cerca de uma hora e só arrefeceu quando Bezerra chegou para dialogar com as famílias.