Exclusivo: entrevista com o prefeito Valmir Queiroz Mariano

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Zé Dudu – Prefeito Valmir Queiroz Mariano, o senhor entra agora no seu último ano deste mandato. Vamos aproveitar a oportunidade para avaliar, um a um, seus três primeiros anos de governo?

2013 – O que se pode tirar de proveito em 2013, além da experiência?

 

VQMVQM: Olha Zé, para fazer um trabalho sério e consistente, é necessário conhecer o município: seu potencial, suas fragilidades e oportunidades de melhorias. Tivemos que trabalhar internamente para estruturar a Administração Municipal. E uma das nossas tarefas prioritárias foi sanar os débitos de documentos obrigatórios ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). E o resultado foi que a Prefeitura de Parauapebas recebeu do Secretário Geral do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará, Robison Figueiredo do Carmo, a Certidão Nº 1326/2013 de “Nada Consta”.

Ao assumirmos nosso mandato, firmamos um compromisso com a sociedade deste município no sentido de realizar um trabalho incansável, cujo resultado será a melhoria da qualidade de vida do nosso povo. Assim, procuramos de imediato trabalhar para sanar o problema da falta de água, a maior reivindicação da população parauapebense até então. Para isso, nossa primeira medida foi a substituição da adutora de água de fibra de vidro que, por ser bastante antiga, de 20 anos de uso, deixava sempre a cidade até quatro dias sem água. E implantamos cerca de 800 metros de adutora de tubos barbara, melhorando o fornecimento de água na cidade. Além disso, fizemos a reestruturação administrativa do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep).

Portanto, 2013 foi um período de estruturação, aprendizado, além de ter sido um grande desafio para a nossa gestão.

Também foi um ano comemorativo. Nós tivemos um importante acontecimento que foi a celebração do Jubileu de Prata do nosso município. Parauapebas comemorou seus 25 anos de emancipação político-administrativa com uma programação vasta e diversificada, nunca realizada na história da cidade.

2014 – Com um novo staff administrativo, as obras começaram a sair do papel. O senhor poderia citar quantas e quais obras foram entregues?

Com a experiência obtida no ano anterior e com as Secretarias estruturadas, em 2014 começamos a movimentar a máquina pública com obras e ações em favor da população parauapebense. Por exemplo:

Na educação, vamos fazer uma breve retrospectiva: em 2014 entregamos cinco escolas, em 2015 entregamos oito, e em 2013, foram sete entregues, somando esses três anos de gestão, são 20 unidades educacionais entregues para a população de Parauapebas. Vale ressaltar que nenhum outro município entre os 39 que compõem o Sudeste Paraense realizou a entrega de tantas escolas modernas e de qualidade em tão pouco tempo como nós.

Além disso, ainda compramos 100 novos ônibus escolares (até então, muitos alunos iam estudar transportados em caminhões pau de arara), e entregamos uniformes e kits escolares completos aos mais de 50 mil estudantes da rede municipal. Também investimos mais de 3 milhões de reais na construção do campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), o primeiro campus de uma instituição de ensino federal no município.

Outra benfeitoria importante foi o fato de que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) fez a distribuição de mais de mil e oitocentos megafones aos educadores. O instrumento auxilia o professor a usar a voz de forma natural e não precisa cometer excessos, o que contribui para o maior conforto e longevidade da carreira, além de facilitar o entendimento dos alunos e assim, contribuir também diretamente com a aprendizagem. Essas são algumas dentre muitas outras benfeitorias.

Na saúde: investimos na implantação de uma unidade do SAMU e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com capacidade para atender 800 pessoas por dia; um ônibus para transportar pacientes que realizam tratamento de hemodiálise fora do município e 10 ambulâncias, entre UTI e Semi-UTI. Também reformamos o Hospital Municipal Teófilo Soares, melhorando o Pronto Socorro, que há 30 anos nunca havia recebido uma reforma.

Zé, sabemos que ainda precisa fazer muito pela saúde, contudo, já fizemos muito também, como:

– aquisição de 6 equipamentos de ultrassonografia de última geração ;

– Aquisição dos seguintes aparelhos e equipamentos: Arco Cirúrgico; 02 Raio-X e 01 mamógrafo de última geração; Tacógrafo e Bisturi Elétrico, estes estão entre os 300 aparelhos adquiridos nesta gestão para o hospital municipal;

– Reforma de 12 Unidades Básicas de Saúde;

– Reforma e Ampliação de 05 Unidades Básicas de Saúde, nos bairros Liberdade I, Altamira, Fortaleza, Cedere, Palmares II;

– Construção de 02 novas Unidades Básicas de Saúde, nos bairros Minérios e Alto Bonito;

– Implantação da Unidade Básica de Saúde do bairro Tropical I;

– Mudança de local do departamento de Controle, Regulação e Avaliação para o antigo prédio da Secretaria de Saúde (anteriormente, os pacientes e os servidores utilizavam um espaço insalubre, conhecido como “Sementinha”).

– Criação de 13 novos consultórios odontológicos, todos com aparelho de raio-x  e implantação dos serviços de Endodontia e Bucomaxilo;

– Criação do Centro de Especialidades Integradas (CEI), com 17 especialidades;

– Implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu);

– Contratação de 64 médicos para a rede municipal de saúde;

– Continuidade das obras do novo hospital, incluindo a implantação do Centro de Hemodiálise.

Na Habitação, desde quando assumimos a gestão, estipulamos uma meta de construção de 10 mil unidades habitacionais e então iniciamos a construção de 4.744 moradias em quatro projetos de habitação de interesse social, entre eles, o Alto Bonito com 2.400 unidades habitacionais.

Eu gostaria de ressaltar que um dos nossos grandes desafios da minha gestão foi o desfavelamento do Morro Alto Bonito, antigo Morro do Chapéu, e da baixada alagada do morro. Nós enfrentamos muita resistência por parte dos moradores em sair do local. Nos ameaçaram com facão, fizeram manifestações de protestos, mas nós enfrentamos tudo isso, tiramos as famílias daquele lugar que era uma grande favela e cuidamos delas. Inclusive, desde 2013, estamos pagando para cada família o aluguel social, no valor de R$ 400.

Além disso, demos a opção para cada família beneficiada escolher o que queria ganhar: casa ou apartamento, lote urbano ou a indenização das benfeitorias feitas pelo morador no local. E hoje, qualquer pessoa pode ver a belíssima e grande obra do Alto Bonito, o projeto de habitação de interesse social mais completo do Estado do Pará. O empreendimento tem incentivos do governo federal, porém, foi o governo municipal quem teve a ousadia e a coragem de enfrentar a retirada das famílias do local, vem pagando o aluguel social e encabeçou todo o processo de implantação do projeto de construção das moradias.

Na Água, quem não se lembra da grande dificuldade que as pessoas passavam sem água? Nós conseguimos ampliar o abastecimento de água em 100%, beneficiando 180 mil pessoas.

Trocamos e ampliamos a antiga rede de distribuição de água tratada, na Palmares Sul, e concluímos e ativamos a Estação de Tratamento de Água III (ETA III), naquela localidade. E ainda, implantamos reservatórios de água nos bairros Jardim Canadá, Parque das Nações I e II, Céu Azul, vila Paulo Fonteles, vila Sanção; também construímos o novo reservatório de água, no Cedere I, zona rural de Parauapebas, para atender cerca de 200 famílias, ampliando o abastecimento em 100% na localidade.

Em obras estruturantes, foi em 2014 que iniciamos o prolongamento da rua E e as duplicações da PA-160, um investimento de mais de 50 milhões de reais, com recursos próprios; da rodovia Faruk Salmen – um convênio Prefeitura e Vale -, obra orçada em mais de 23 milhões de reais; e da PA-275, um investimento de mais de 100 milhões de reais com recursos próprios.

Além de realizar obras estruturantes, nós interligamos vias que geram mais fluidez ao trânsito e oferecem rotas alternativas para os condutores, como por exemplo, o trecho que prolongou a rua A, no bairro Cidade Nova, à rua 25 de dezembro, no bairro Maranhão, como também fizemos a abertura da rua 16. E ainda, a construção de 4 pontes de concreto na zona urbana. Tudo isso, sem contar as centenas de serviços em revitalização ou recuperação de asfalto, por meio da Operação Tapa Buraco e de Drenagem; e mais de 500 km de estradas foram revitalizadas e seis pontes de concreto construídas, gerando mais mobilidade e segurança para os moradores da zona rural.

Na parte urbanística da cidade, ampliamos a rede de iluminação pública, como por exemplo, a avenida J. E ainda, Parauapebas foi um dos poucos municípios que alcançaram o prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos/Lei 12.305, do Governo Federal, com relação à extinção do lixão a céu aberto, hoje, Aterro Controlado.

Mais de 20 praças públicas e quadras esportivas do município foram revitalizadas, proporcionando mais lazer e segurança para as famílias, assim como as academias ao ar livre, instaladas em praticamente todas as praças reformadas e também em outros pontos da cidade.

Então, Zé, 2014 foi um ano de muito trabalho e ótimos resultados para o nosso povo.

2015 – O ano foi marcado pela intervenção da justiça na Administração, por muitos boatos e pela volta por cima no que pese à condução política da administração.

Zé, 2015 foi um ano em que enfrentamos muitas dificuldades políticas e isso afetou bastante o andamento do nosso trabalho. Fui acusado injustamente, e nada foi comprovado contra mim, pois não há o que provar. Contudo, mesmo com os obstáculos, conseguimos muitas conquistas em obras e serviços para a população parauapebense. Entregamos 14 obras, como por exemplo, novas escolas, o mamógrafo, o IML e 424 moradias do projeto habitacional Vale do Sol.

Realizamos o concurso da Guarda Municipal, para aumentar nosso trabalho em segurança pública.

Outro feito muito importante que realizamos foi a troca de todas as vans do transporte coletivo por micro-ônibus, em parceria com a Central das Cooperativas de Van.

Na zona rural, beneficiamos mais de 2.600 famílias, doamos 100 kits de horticultura e construímos 285 tanques de piscicultura. Temos trabalhado duro, meu caro Zé.

Zé Dudu – O país vive uma crise financeira sem precedentes e Parauapebas, aos trancos e barrancos vem sobrevivendo a ela. Quais foram as ações de sua administração para ajudar o comércio local a superar a crise? 

VQM – Zé, Parauapebas, assim como todos os municípios brasileiros, foi afetada com a crise financeira mundial. Mas, como eu sempre digo, épocas de crise geram oportunidades e a nossa gestão soube aproveitá-las. Com as centenas de obras, incluindo as executadas e em andamento, geramos empregos, movimentamos o comércio local, realizamos concursos públicos, fomentamos a agricultura familiar e chamamos grandes empresas, como a Vale, para a responsabilidade social.

Grandes obras de impacto social contribuíram também com a economia do município, como as construções dos projetos habitacionais Alto Bonito e Vale do Sol, que geraram mais empregos.

Agora no final do ano, para você ter uma ideia, nós injetamos na economia local mais de 50 milhões de reais, entre 13º salário e salário de dezembro dos servidores públicos.

Zé Dudu – Restando apenas um ano para o fim do seu mandato a meta de entregar 10 mil unidades habitacionais anda longe de ser cumprida. Ainda dá tempo de chegar pelo menos perto desse número?

VQM Nós fizemos muito e só não conseguimos cumprir integralmente essa meta em razão da crise financeira mundial. Mais da metade dos nossos projetos de habitação de interesse social são realizados em parceria com o Governo Federal, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida. Desde o início da crise, o Governo Federal cortou investimentos do programa, o que prejudicou não só o município de Parauapebas, mas todos os municípios brasileiros que têm obras do programa. Inclusive, eu quero dizer que Parauapebas foi, de certa forma, até privilegiada por manter o andamento das obras de dois grandes projetos, que é o Alto Bonito, com 2.400 unidades, e o Vila Nova, com 650 unidades habitacionais.

E, além de manter esses dois audaciosos projetos, eu quero dar uma excelente notícia em primeira mão para você: conseguimos aprovar um outro empreendimento para a construção de 500 novas moradias em nosso município. Trata-se do projeto na modalidade Minha Casa Minha Vida Entidades, em parceria com a Fundação Bento Rubião e Fundação Vale.

Zé Dudu – Em meados de 2014 o senhor concedeu uma entrevista a uma revista alemã e usou a seguinte frase: “Em curto e médio prazo, pretendemos criar um centro de excelência em educação. Temos visto vários exemplos de cidades que vivem apenas da educação”. A quantas anda esse projeto de tornar Parauapebas um centro de excelência em educação?

VQM – Desde que assumimos a gestão, temos colocado a educação como um dos pilares do nosso governo, pois acreditamos ser ela a base do desenvolvimento de um município, Estado e Nação. Então, com esse pensamento temos investido em construções, reformas, ampliações, qualificação de educadores, novos cursos superiores federais e construção de campus universitário. E já começamos a colher os frutos de todo esse nosso esforço. Em 2015, o desempenho educacional de Parauapebas ficou claro e atestado, também, pelo SisPAE, o Sistema de Monitoramento da Aprendizagem Escolar. Por meio dessa ferramenta, o município foi considerado o melhor do Estado do Pará em aprendizagem de alunos do 1º ao 5º ano e o segundo melhor de 6º ao 9º, recebendo, assim, quatro prêmios.

Atualmente, Parauapebas possui Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 5 pontos no ensino fundamental menor (do 1º ao 4º ano) e de 4,2 pontos no ensino fundamental maior (do 5º ao 9º ano). É o município paraense com uma das melhores redes municipais de ensino, conforme dados do Ministério da Educação (MEC). O Ideb é uma forma de monitorar a qualidade do ensino no país, avaliando o desempenho de alunos do ensino básico a cada dois anos.

Também fomos vencedores no IOEB (Índice de Oportunidades na Educação Básica), que tem como um dos apoiadores a Fundação Roberto Marinho. Nós somos hoje, nesse indicador, a melhor cidade do Pará e a mais bem posicionada que 14 capitais, inclusive Porto Alegre. Fomos campeões também na Olimpíada de Matemática e mais uma vez Parauapebas é destaque na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) promovida pela Agência Espacial Brasileira (AEB). Na 18ª edição da OBA, realizada em 2015, tivemos 107 alunos de 14 escolas da rede municipal de ensino que conquistaram medalhas de ouro, bronze e prata. E mais, somos finalistas do concurso “Melhores Receitas da Alimentação Escolar” realizado pelo Mec, disputando com apenas um município da região norte. No próximo dia 24 deste mês, estaremos participando da final do concurso em Brasília, com duas novas receitas: escondidinho de frango, e arroz com cuxá e charque.

Sabemos que as conquistas ocorrem gradativamente e em nosso governo não é diferente. Assim, temos trabalhado para que tão logo Parauapebas seja um centro de excelência em educação.

Zé Dudu – Existem outros projetos do seu governo para que o município deixe de depender tanto da mineração?

VQM – Estamos trabalhando arduamente para desenvolver Parauapebas e temos direcionado nosso planejamento, visando novas alternativas para o município, como por exemplo, potencializando o Distrito Industrial, trazendo novas empresas de pequeno, médio e grande porte. A Prefeitura participou da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), em setembro de 2015, em Belo Horizonte (MG), a fim de divulgar as potencialiadades de Parauapebas e consequentemente, atrair novos investidores. E já começamos a receber as propostas de instalação. No dia 15 de dezembro passado, assinamos o termo de cessão de área do Distrito Industrial para a empresa Martin Engineering, a primeira multinacional a se instalar aqui. A Martin é líder mundial no manuseio de material sólido a granel e sua instalação em Parauapebas vai contribuir significativamente para o aumento de emprego e renda no município. Serão ofertados 120 empregos iniciais e um investimento em torno de 20 milhões de dólares. Também estamos em avançadas negociações com grupos chineses.

Mas, todas as empresas têm o mesmo tratamento, seja ela uma multinacional como é o caso da Martin, seja um empreendedor nacional ou local, todos têm tratamento igualitário. Todos são bem-vindos.

Zé Dudu – Não poderia deixar de citar as intervenções da justiça em seu mandado, já que o senhor teve membros do seu staff mais próximo presos por ela. Que influência as ações da justiça tiveram até o momento em seu mandato?

VQM – Meu governo tem feito obras e serviços para a comunidade, em três anos, o que nenhuma outra gestão fez. E isso, por um lado, assustou muita gente, devido aos altos investimentos que fizemos nas grandes obras estruturantes. Tivemos sim, a presença da Polícia Federal, Gaeco, Ministério Público, e nós sempre estivemos com as portas da Prefeitura abertas, cooperando com as investigações.

Zé Dudu – O senhor tem se caracterizado por tomar iniciativas pouco populares ao longo desses três anos. Foi assim, ultimamente com a retirada dos camelôs da Praça dos Metais e adjacências. Com a popularidade em baixa, não seria melhor deixar esse tipo de ação para um momento mais oportuno?

VQM – Zé Dudu, ao entrar na política, eu decidi doar parte do tempo da minha vida à melhoria dessa cidade. E claro que toda mudança gera desconforto, medo, insegurança, porque as pessoas estão acomodadas, acostumadas com alguma situação e relutem em sair dela. Assim como o Morro do Chapéu, também tivemos dificuldades com a retirada dos Camelôs da Praça dos Metais, mas graças a Deus conseguimos. O local não estava mais propício para que eles continuassem ali. Então, remanejamos 115 para o Mercado Municipal, no Rio Verde, e 55 para o Centro de Abastecimento de Parauapebas, o CAP.

Nossa equipe identificou alguns feirantes de baixa renda e para não deixá-los desamparados, a Prefeitura vai ajudá-los com o auxílio social no valor de R$ 500,00, em um prazo de seis meses, até sua adaptação. Para isso, criamos o Projeto de Lei 65/2015 que já foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Tenho ouvido muitos elogios dos próprios feirantes pelo sucesso de vendas no novo local.

Zé Dudu – Algumas obras de mobilidade urbana feitas em sua gestão melhoraram significantemente o trânsito em Parauapebas, entre elas a duplicação da Faruk Salmen e PA-160. Embora em plena crise, o senhor acredita que investir em mobilidade foi um acerto?

VQM – Nós iniciamos o plano de mobilidade urbana em 2014, portanto, antes da crise financeira mundial. E como fizemos um bom planejamento orçamentário, mesmo com a crise agora, temos recursos para concluirmos as obras. Sabemos que uma boa parceria nos fortalece, sendo assim, contamos também com um convênio com a Vale na duplicação da rodovia Faruk Salmen. O investimento em mobilidade foi mais que um acerto, Zé. Eu optei em fazê-lo porque mobilidade impacta diretamente na melhoria de vida do nosso povo. Quando assumi o governo, priorizei algumas áreas e a mobilidade urbana sempre esteve em meu planejamento. O nosso povo precisava de vias mais largas para melhor fluidez de um trânsito rápido e seguro, por isso, investimos muito, acreditando que investimento em mobilidade mudaria o dia a dia de Parauapebas. Para você ver, acidentes na PA-160 reduziram quase 40%, enfim, nosso trabalho tem sido bem mais que estrutural: criamos a Secretaria de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão (Semsi), colocamos radares na cidade, melhoramos o transporte público municipal, substituindo as vans por micro-ônibus climatizados e com acessibilidade para cadeirantes, sendo esse o primeiro projeto nessa área a ser financiado pelo banco Basa; aumentamos o quantitativo de agentes do DMTT e implantamos o sistema de videomonitoramento com 95 câmeras na cidade. Então, isso foi um grande acerto.

Zé Dudu – A obra do novo Hospital Municipal de Parauapebas vai para o seu oitavo ano, três destes sob vossa administração. Quando será, finalmente inaugurado aquele hospital e quanto custará ao município?

VQM – Quando assumi a Prefeitura, recebi a obra que já vinha se arrastando há cinco anos. Foram solicitados vários aditivos, ainda no governo passado, e não concluíram a obra. Nós trabalhamos intensivamente, e hoje a obra já está com 90% concluída, e com 70% dos equipamentos comprados. Nossa meta é inaugurarmos no primeiro semestre deste ano.

O custo total da obra do novo hospital está estimado em 50 milhões de reais.

Zé Dudu – Ouvi de uma fonte dentro da PMP que a regionalização do novo HMP não mais ocorrerá e que, agora, um consórcio entre o Governo Federal, o Governo Estadual e os municípios de Parauapebas, Canaã dos Carajás, Eldorado dos Carajás e Curionópolis seria criado para tocar o Hospital, que terá um custo anual milionário. Isso é mesmo verdade e como funcionará esse processo?

VQM – Não se trata de tocar o hospital. Esse modelo de consórcio que estamos tentando implantar consiste no custeio da manutenção do novo hospital, e é um tipo de regionalização baseado no modelo de sucesso implantado no Estado do Ceará. De acordo com os técnicos da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), se tudo ocorrer bem, os outros hospitais regionais do Estado do Pará seguirão esse mesmo modelo.

Na proposta de rateio dos custos, os municípios participantes do consórcio: Parauapebas, Canaã dos Carajás, Eldorado e Curionópolis se responsabilizam por 60% do custo total de manutenção e o governo estadual entra com 40%. O governo federal faz os repasses conforme a produção realizada pelo hospital, efetivando o pagamento de cada procedimento de acordo com a tabela SUS.

É a melhor opção para nosso município já que de uma forma ou de outra iríamos atender pacientes de toda a região, por isso, nada mais justo que ratear os custos entre o governo estadual e os municípios que a população será beneficiada.

Nossa ideia é que esse hospital seja referência no tratamento de trauma, dessa forma, reduziremos significativamente a remoção de pacientes para realização de cirurgias e tratamentos de alto risco fora do município. Além disso, os pacientes que fazem tratamento de diálise não precisarão mais se deslocar três vezes por semana para Marabá por que o procedimento será realizado aqui no nosso hospital.

Além de ofertar atendimento de média e alta complexidade, contribuindo significativamente para a melhoria da saúde pública da nossa região, a inauguração desse novo hospital vai gerar emprego e renda, além de facilitar a implantação de cursos de nível superior na área de saúde.

Zé Dudu – O senhor, em campanha, prometeu acabar com o turno intermediário nas escolas de Parauapebas. Esse compromisso está sendo cumprido?

VQM – Como eu já mencionei anteriormente, a educação é um dos pilares da nossa gestão. Mais de 50% das escolas municipais de Parauapebas não possuem mais o turno intermediário. E com as novas inaugurações de escolas, pretendemos reduzir esse índice ainda mais.

Zé Dudu – O senhor será candidato à reeleição?

VQM – Meu caro Zé Dudu, eu me comprometi com Parauapebas que trabalharia esses quatro anos de minha vida para desenvolver essa cidade que escolhi para amar, viver e criar meus filhos. Então, eu preciso terminar as várias obras ainda em andamento. Dessa forma, sou sim, candidato à reeleição e conto com o apoio do povo de Parauapebas para juntos, continuarmos construindo uma cidade cada dia melhor para viver.

Zé Dudu – Mais alguma coisa que o senhor queira acrescentar que por ventura não lhe foi perguntado?

VQM – 2015 foi um ano difícil, turbulento, onde vivemos dificuldades do ponto de vista econômico e político. Infelizmente, devido à ambição e má conduta de alguns, Parauapebas foi destaque nacional em escândalos de corrupção. Mas, esse momento serviu para identificarmos quem são as pessoas que tem compromisso com esse município. Eu sempre digo que eu trabalho para o povo de Parauapebas, e não para grupos ou pessoas oportunistas, que pensam apenas em interesses próprios. Eu tenho um compromisso com essa cidade, estou aqui há mais de 25 anos, tenho um verdadeiro sentimento por essa cidade, eu sou um cidadão parauapebense pioneiro e jamais vou denegrir a história que tenho construído ao longo desses anos. Zé, eu sou um político estadista, pois o meu trabalho visa obras que venham contribuir para as próximas gerações. O povo de Parauapebas confiou a mim o privilégio de gerir esse município e eu jamais vou decepcionar esses mais de 40 mil eleitores que acreditaram que eu poderia fazer de Parauapebas uma cidade cada dia melhor. Eu agradeço essa oportunidade de mostrar para Parauapebas o resultado do nosso trabalho. Obrigado!