Emergências: Samu de Marabá é o primeiro do Pará a ter compressores torácicos nas ambulâncias

Equipamento possibilita com que o paciente com parada cardiorrespiratória seja atendido enquanto é removido ao hospital

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Mais uma inovação em saúde vai ser utilizada dentro das Unidades de Suporte Básico (USB) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Trata-se dos três compressores torácicos adquiridos pela Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para atendimentos de paradas cardiorrespiratórias. 

No Brasil, existem alguns outros SAMUs que têm os aparelhos, porém somente nas Unidades de Suporte Avançado (USA). Marabá é o primeiro município no Pará a ter o equipamento nas Unidades de Suporte Básico (USB), como explica a coordenadora do Samu, Walternice Vieira. 

“Para nós. significa a realização de um sonho, porque sabemos o quanto é importante, o quanto isso traz qualidade no nosso atendimento e o benefício para a população atendida. A nossa ocorrência mais frequente é a parada cardiorrespiratória. E é onde temos um risco iminente de morte. E, se essas compressões não forem feitas com qualidade, com a profundidade adequada e na frequência ideal, o paciente infelizmente vai perder a vida”, informa. 

Esses aparelhos foram adquiridos para o Samu 192 e funcionarão como um terceiro socorrista, fazendo a compressão do tórax do paciente no momento de uma parada cardiorrespiratória, para haver uma ressuscitação cardiopulmonar.

“Nesse momento, temos de entrar com um protocolo de suporte básico de vida, que requer compressões torácicas e ventilação. Eu costumo dizer que, para nós, foi um ganho gigantesco, porque funciona como um terceiro socorrista no local da parada. Nas unidades de suporte básico vai o técnico de enfermagem ou o médico socorrista, com o compressor. Além de ganharmos qualidade nessa compressão, ganhamos tempo que colocamos na compressão e a compressão pode ser ininterrupta”, explica a coordenadora.

Ela afirma que, sem esse aparelho, diante de uma parada cardiorrespiratória, os socorristas não podiam transportar o paciente, ele tinha de ser atendido no local: “Agora, com o advento do compressor torácico, podemos fazer isso até com o paciente em transporte, na ambulância, liberando o outro socorrista para fazer as medicações e as ventilações necessárias, enquanto o aparelho fica fazendo as compressões”. 

Dentro do protocolo de atendimento pré-hospitalar, a frequência de compressão deve ser em torno de 100 a 120, numa compressão de até 5cm do tórax. Os socorristas dividem essas compressões em ciclos de 2 minutos, fazendo 30 compressões para 2 ventilações, no caso do adulto.

“Então esse aparelho, além de fazer 30 para 2, que é o que a gente fala, ele também consegue fazer o 15 para 2, no caso de crianças, e consegue fazer a compressão ininterrupta para quando esse paciente já está entubado. Temos aí uma taxa de sobrevida de apenas 6% após uma parada cardiorrespiratória. Já com o compressor torácico, conseguimos aumentar para até 10%. Ou seja, o mais importante realmente, além da desfibrilação desse paciente, são as compressões torácicas. E com isso teremos uma ajuda imensurável com os compressores torácicos”, pontua Walternice Vieira. 

O atendimento do Samu

Criada em 2013, a Central Regional de Regulação das Urgências na Região de Carajás (CRRU) é responsável pelo atendimento do Samu em 17 municípios da região, totalizando mais de 930 mil pessoas cobertas pelo serviço 24 horas por dia. Em Marabá, são cerca de 700 ocorrências atendidas por mês.

A equipe do SAMU conta 24h por dia com dois médicos reguladores e um médico intervencionista, responsáveis por decidir quais equipes serão enviadas. Marabá conta com três bases do Samu, uma em São Félix, uma na Nova Marabá, anexa ao Hospital Municipal, e uma na Cidade Nova, ligada à Secretaria Municipal de Saúde.

(Secom Marabá)

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