Delegado-geral aponta incoerências no caso do atentado contra candidato em Parauapebas

A reconstituição da tentativa de homicídio contra Júlio César Araújo Oliveira, na noite do último dia 14, na zona rural, aconteceu na noite de ontem e pode dirimir muitas dúvidas

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O delegado-geral de Polícia Civil do Estado do Pará, Walter Resende de Almeida, esteve em Parauapebas na manhã desta sexta-feira (30), onde concedeu coletiva aos meios de Comunicação locais. Ele falou acerca das investigações que estão ocorrendo em vários municípios, em torno de crimes supostamente políticos que vêm ocorrendo nesta época de eleições municipais.

Ele e sua equipe já passaram por Mãe do Rio, Paragominas e Dom Eliseu e em Redenção, onde foi representado pelo diretor de Polícia do Interior, delegado Hennison José Jacob Azevedo.

Resende falou da reconstituição da suposta tentativa de homicídio ocorrida na noite do último dia 14, contra Júlio César Araújo Oliveira (PRTB), candidato a prefeito de Parauapebas: “Essa diligência realizada ontem [quinta-feira, 29], essa reprodução simulada, é uma modalidade prevista no Código de Processo Penal, ela visa dirimir dúvidas com relação ao fato que está sendo narrado, ao fato que está sendo conduzido e trazido ao bojo do inquérito policial e à dinâmica do fato em si”, explicou ele.

Walter Resende disse que essa reprodução deve ser bem coerente com o que está sendo narrado, com o que consta nos autos: “Nós tivemos a preocupação de fazer essa reprodução no local, no mesmo horário, com veículos bem compatíveis para que a gente possa, num curto espaço de tempo, dar uma resposta à sociedade, com relação ao fato que ocorreu aqui em Parauapebas, tendo como vítima o cidadão Júlio César”.

O delegado-geral ressaltou que a reconstituição se fez necessária porque surgiram incoerências com relação aos depoimentos, ao que consta nos autos e o que está sendo dito em redes sociais e, em mídias, “inclusive nacionais”.

O delegado-geral observou que é importante, neste momento, que antecede as eleições, há de se ter cautela para que esse tipo de fato não influencie no resultado, beneficiando ou prejudicando alguém: “A polícia tem uma função, é exatamente esclarecer os fatos e a verdade. Esse é o objetivo da instituição. É por isso que nós estamos tendo muita cautela com Parauapebas. Trouxemos os peritos do [Centro de Perícias Científicas] Renato Chaves, estamos também procurando apoio em outras instituições e a gente espera, no mais curto espaço de tempo, esclarecer, de forma muito clara o que ocorreu aqui”.

Segundo o perito criminal e gerente do Núcleo de Crimes Contra a Vida do CPC Renato Chaves, Mariluzio Moreira, foram realizadas duas perícias: a simulação do veículo que o candidato estava e a reprodução simulada do fato no local e horário indicado nos depoimentos.

Para Mariluzio Moreira, todos os exames periciais realizados são essenciais e complementares para que seja emitido o laudo final. Ele informou que alguns exames serão feitos nas próximas semanas em Belém.

À frente das perícias, esteve uma equipe composta por oito peritos criminais, com o acompanhamento do diretor da Divisão de Homicídios (DH), delegado Cláudio Galeno; do diretor de Polícia do Interior, delegado Hennison Jacob; e do superintendente Regional, Thiago Carneiro.

A ação contou também com o apoio da Polícia Militar e do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte de Parauapebas. O resultado técnico será emitido pelo CPCRC e vai compor as diligências solicitadas pela Polícia Civil.

(Caetano Silva)