Coluna do Frede

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Aviso aos navegantes: Estamos aí e aqui.

 Não resta a menor dúvida que sempre houve tratamento privilegiado dos governos que se sucederam na administração política do Pará para com a capital, Belém, e seu entorno, em prejuízo das demais regiões.

Os mais variados motivos alegados pelas autoridades jamais convenceram os que sofrem na própria carne as consequências do histórico descaso. A bem da verdade não se consegue convencer nem os próprios habitantes citadinos que com o progresso e desenvolvimento do interior teriam, certamente, inegáveis vantagens em sua qualidade de vida, pois haveria um grande alívio no uso dos serviços públicos sucateados, principalmente hospitais e escolas.

Particularmente nunca vi, ouvi ou li em nenhum veículo de imprensa qualquer político alegando em defesa de suas ações prioritárias em favor de Belém e Região Metropolitana a afirmação inquestionável de que é, sim, também e fortemente, motivada pela concentração dos votos naquela região. Principalmente em tempos passados, haja vista que estudos atuais demonstram uma relativa descontração demográfica em relação a capital e entorno. O que de certo modo tem nos motivado a acreditar mais consistentemente na criação de Tapajós e Carajás.

Atualmente, embora ainda de forma tímida, mas, num crescente, vemos uma certa tendência na fixação das pessoas em torno de cidades polos do sul, sudeste e oeste paraense. Não por motivos relacionados a políticas públicas que intensifiquem o estimulo ao desenvolvimento destes núcleos regionais. Mesmo porque não há nem nunca houve políticas públicas imaginadas para o desenvolvimento e crescimento sustentáveis do estado paraense como um todo.

Sempre se laborou com base em planos de curtíssimos prazos, meramente paliativos ou casuístas, atendendo a interesses políticos pessoais e, muitas das vezes, subalternos e escusos.

Com o desmonte gradualmente ocorrido ao longo dos últimos tempos dos famosos currais eleitorais e o desaparecimento quase que por completo dos chamados coronéis de barranco, uma nova geração de políticos
começou a perceber que algumas páginas de triste memória de nossa história começavam a ser viradas. Principalmente com a redemocratização do Brasil, consolidada a partir da promulgação da Constituição Cidadã de 1988.

Com a inclusão do país no mundo globalizado e consequentemente o acesso menos oneroso de grandes massas de pessoas que desconheceram por gerações sem conta o que era a vida pautada no conhecimento através dos meios de comunicação de massa, internet como carro chefe, houve um súbito aclive na escala econômica e social que lhes permite hoje melhores critérios na escolha de seus dirigentes.

Claro, não podemos olvidar o fato patente de que ainda existe uma forte corrente conservadora formada basicamente por elites sociais e, principalmente econômicas, que, na contramão do progresso e desenvolvimento global teimam em não entender que a democratização e socialização dos bens e serviços são uma tendência já enraizada na neo cultura mundial. O que de certa forma tornou até obsoleto o famoso conceito de aldeia global criado pelo famoso psicólogo canadense Marshall McLuhan.

E aqui vai um pequeno lembrete aos que imaginam que estamos fora da aldeia global: Se querem vida longa na política revejam urgentemente seus conceitos, pois estamos aí! E aqui no sul, sudeste e oeste paraense também!

6 comentários em “Coluna do Frede

  1. Nina Responder

    Enquanto vocês se preocupam com em manter o Pará gigantesco, o Estado de São Paulo já cogita subdividir-se novamente para conseguir mais uns 70 deputados federais e sepultar de vez nossos sonhos de desenvolvimento.

    Enquanto alguns se recusam em enxergar que o Estado não produz o suficiente nem para consertar suas próprias estradas, nem possui representatividade política para exigir do Governo Federal que conclua o asfaltamento da BR 230 e da Cuiabá-Santarém, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro se preparam para receber o Trem Bala.

    Para o Governo Federal é mais importante fazer bonito para os ricos estados do Sul e Sudeste, do que atender ás demandas reais da população nortista.

    Como se não bastasse, o Pará ocupa atualmente a 23ª posição no IDH, conforme pesquisa do FIRJAN publicada recentemente. Ficamos atrás de Rondônia e do Amapá e do Tocantins, que todos dizem que perdeu ao separar-se de Goiás, .

    Espero, sinceramente, que ate o dia do Plebiscito as pessoas entendam que o Pará e a região Norte só tem a ganhar com a divisão e que tamanho, definitivamente, não é documento.

  2. Meu Pará Ninguém Divide Responder

    O que acho mais imbecil nessa história é de que a capital fica longe. É que, quando precisam de um serviço mais exigente, vão pra Goiania. Que é seguramente mais longe que Belém. Os políticos que brigam pela separação são todos de fora, e alguns do Pará que já estão falidos em seus currais eleitorais, tipo Asdrubal,um incompetente. Enfiem uma coisa nas suas cabeças separatistas. Vocês já perderam, não tem jeito. Isto é Pará e ponto. Vocês estão tirando uma de mané pra eleger empresários e políticos pilantras. Acha ruim estar aqui ? Vaza, compadre. Ou vem pra somar ou vai dividir a casa da mãe.

  3. epa Lelê Responder

    O problema de não termos estradas, hospitais prédios para funcionamentos das Escolas Estaduais, e muitos outros órgaõs necessários ao desenvolvimento de interior do Estado, não é por falta de recursos como se alega a Turma do Não a separação do Estado do Pará. O PROBLEMA É A CORRUPÇÃO, MEU AMIGO Sena, a Região Sul do Pará é uma Região de muitos empregos,grandes negócios, e de arrecadação de muitos impostos, nós que aqui trabalhamos e contribuimos com o desenvolvimento do Estado e do País, só vimos até hoje nossos impostos serem levados para fora e não retornam em forma de nenhum investimento, nem o básico tínhamos se o Município não arcasse com a parte que cabe ao Governo Estadual, já que somos nós que bancamos as despesas, nada mais justo deixarmos de enchermos a barriga dos Corruptos de Belém. Caros corruptos, não se sintam magoados, nós vamos deixar de mandar os impostos pra lá, mas também deixaremos de mandar nossos doentes para morrerem nas filas daí e a violência do campo, resolveremos por aqui também. As Escolas Estaduais por enquanto continuarão nos prédios emprestados como foram até hoje, em Parauapebas, o pessoal para fazer com que estas Escolas funcionem o Município banca como tem feito sempre, que até as vassouras os alunos do Estado têm que comprar e a limpeza os mesmos têm que fazer, se hoje tem carteira para todos os alunos é porque o Município comprou, agora veja se o Estado mandou recurso, os alunos estão sem aulas a quarenta dias, observe se o Governo demonstra preocupação, os professores vão receber o pagamento dos dias, com a promessa de repourem as aulas, venham ver de perto para ver se vão repor, nunca repuseram 10% dos dias, e com a distancia que o Governo fica nunca fiscalizar, os alunos se prejudicam e não temos a quem reclamar, o Governo fica longe viaja-se 15h, nos ônibus sucateados, sofrendo assaltos, por falta de estradas e fiscalização nas estradas, para se chegar onde reclamar e ainda não é recebido. Isto é o mínimo que podemos justificar no momento, o motivo de querermos separar o Estado do Pará e vamos conseguir, podem escrever.

  4. Senna Responder

    Nós não podemos perder a esperança no que acreditamos.
    No caso da divisão do Pará, os benefícios são claramente explicitados pelos atores interessados, mas os custos e outros aspectos são ignorados. O montante de gastos anuais necessários para a condução das máquinas estaduais dos governos a serem criados – inúmeros novos cargos eletivos e de confiança com o desmembramento do Pará em três estados -, acrescentará, segundo estudos do economista do IPEA e professor da PUC Brasília Rogério Boueri, cerca de 2 bilhões de reais às despesas de governo no Brasil, dos quais, cerca de 1,8 bilhão não poderão ser cobertos por receitas próprias dos novos estados. Constata-se aí a insustentabilidade financeira que os divisionistas não divulgam ou ignoram. Estes gastos dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e não computam os necessários à construção da estrutura para seu funcionamento: sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; sede do Ministério Público; equipamentos para as secretarias de governo, etc. Nesse ponto reside uma das inúmeras contra-argumentações do NÃO. Como prometer algo novo ao povo calejado de “sofrer com o abandono” com uma nova unidade federativa sem condições de arcar com as despesas operacionais-administrativas e investir em infra-estrutura para atender aos habitantes?
    Segundo a economista Luciana Gross, da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV). um dos sérios desafios da região, “é sua precária estrutura rodoviária e fluvial”. E isso não se resolve, “com a construção de mais prédios e instalação de novas assembléias, fóruns, secretarias e mais empregos públicos”. Criar um Estado não melhora a capacidade de arrecadar tributos. O melhor atendimento às regiões separatistas depende de melhor qualidade de gestão dos recursos públicos, de uma seleção rigorosa de objetivos em que gastar o pouco dinheiro que há, diz o cientista político Marco Antonio Teixeira, da PUC. A divisão do Pará pode representar a repartição só da pobreza para a grande maioria, e a concentração de mais riquezas nas mãos de poucos, através de uma espécie de “loteamento” dos recursos naturais renováveis e não renováveis ainda existentes.
    Como se vê dividir o Pará é uma esperança que não pode morrer, mas não pode se constituir numa panacéia.
    Continuo com a mesma posição de que o redimensionamento dos grandes estados é uma questão de tempo; creio que as lideranças políticas, que deveriam ser mais autênticas nos argumentos, deveriam inicialmente lutar pela instalação de infra-estrutura social nas regiões.
    Por enquanto: NÃO e NÃO! NINGUÉM DIVIDE O PARÁ!

  5. Alexandre Pires Responder

    Sinto muito em lhe dizer, mas a miséria e o abandono não são privilégios das regiões Sul, Sudeste e Oeste do Estado do Pará, mas também de Belém e região metropolitana (mais de 2 milhões de habitantes), assim como a região Nordeste.

    O retalhamento do Estado do Pará mudará muitas coisas sim nas “regiões separatistas”. Os que hoje obtem o poder políticos irão aumentar esse poder; O grande pecuarista derrubará mais ainda o pouco da floresta para a criação de gado; As mineradoras aumentarão sua exploração devastadora e o plântio da soja expulsará a agricultura familiar.

    Ou seja, a vítima enferma fará acordo espúrio com seu estuprador.

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