Clube Noi-Noõk pelo masculino e Clube Kuikó no feminino conquistam a 1ª Copa Xikrin do Kateté

A competição foi realizada durante seis dias sendo o primeiro campeonato indígena da região

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A Prefeitura de Parauapebas, por meio do Departamento de Relações Indígenas (DRI) e da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), promoveu a 1ª Copa Xikrin do Kateté, onde ofereceu aos indígenas a oportunidade de inclusão esportiva. A competição contou com 18 equipes masculinas no futebol de campo e 13 times femininos pelo futsal, totalizando 31 equipes que lutaram pelo título do troféu Cacique Bep Karoti Xikrin.

A copa foi disputada por 13 aldeias da etnia Xikrin que fazem parte do complexo Carajás e com o objetivo de dá o reconhecimento para o futebol indígena. Todos os jogos aconteceram na aldeia Ô.Ô-DJÃ e de acordo com o regulamento do campeonato, as partidas foram decididas por meio de eliminatórias, ou seja, no estilo mata-mata. No confronto final pelo futebol de campo no masculino, o Clube Noi-Noôk enfrentou o Clube Kawa de Parauapebas. No tempo normal, a partida terminou, em 3 a 3, indo para os pênaltis. Melhor para o Clube Noi-Noôk que derrotou o adversário e se consagrou campeão.

Já pelo futsal feminino, a disputa foi entre o Clube Djudjekô e o Clube Kuikô, que levou a melhor e venceu por 9 a 3. Em respeito ao solo sagrado da competição, durante as partidas, as jogadoras preferiram não usar calçados e disputaram os jogos de pé descalço. Um dos momentos marcantes da cerimônia de entrega de títulos, foi a consagração das medalhas e troféus feita pelo cacique Bep Tum Xikrin, seguindo a tradição, os vencedores recebem as bênçãos dos ancestrais, que segundo os indígenas seria o ex-cacique Bep Karoti Xikrin, que faleceu em maio do ano passado vítima da Covid 19 e foi o homenageado da competição.

Na cerimônia cada cacique discursou em nome da sua respectiva aldeia. “Jogadores mostraram que tem raça, que índio também sabe jogar bola, honrando memória de parente Bep Karoti. Agradecemos ao prefeito Darci por essa oportunidade, foi uma competição justa e os vencedores recebem a proteção dos espíritos”, comentou cacique, Bep Tum Xikrin.

Por compromissos de agendas o secretário de esporte, Leandro Gambeta não pode estar presente para a final, mas foi representado pelo secretário adjunto Jorge Guerreiro. Para as competições, a Semel forneceu a equipagem completa aos jogadores como uniformes, chuteiras, meias, tênis feminino de futsal, comissão de arbitragem, além do apoio de logística para transportar os jogadores das aldeias mais distantes.

“Uma das vontades do nosso prefeito Darci, sempre foi trazer pra dentro do calendário esportivo da Semel, os campeonatos de inclusão social e o indígena é um deles, promover essa competição é mostrar que o esporte é a linguagem de todos os povos, e que talentos também podem ser revelados nas aldeias, o esporte sempre foi uma das grandes preocupações do governo municipal, tanto que vários investimentos são feitos anualmente para fomentar a prática em Parauapebas”, relatou o secretário, Leandro Gambeta.

Também estiveram presentes, o coordenador Geral, Dinho Marques, o coordenador de esportes rurais e das comunidades indígenas, Abreu Lima. “A Copa Xikrin volta em 2022, na sua segunda edição, mas até lá, a expectativa do governo municipal é continuar trabalhando para oferecer o melhor para as aldeias. A ideia será a construção de quatro novos campos, porém tudo depende do processo licitatório para que a Semob, a Semel e o DRI possam oferecer mais condições de infraestrutura para as aldeias competirem”, declarou o secretário adjunto de esporte, Jorge Guerreiro.

Um dos destaques da competição foi o jogador Thkakmkhiti Kayapó, considerado o artilheiro da I Copa Xikrin do Kateté, por ter feito quatro gols durante os dias de jogos.

Por Cleidi Rodrigues / Fotos: Ernaldo Morcego

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