Chico Brito: ao Trabalhador nossa homenagem

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SEBASTIÃO

Câmera na mão;

Por fé e profissão

Ele anda pelo mundo.

O nome é Sebastião.

Para os olhos que vêem

Tudo é solidão

E toda solidão

É um campo aberto

E toda solidão,

(Mesmo que ao inverso)

Guarda a luz do dia

Toda solidão

Traz, no fundo, um canto.

(Ou, quem sabe, um grito?)

Nome, Sebastião

Sua devoção,

A fotografia.

CAUÊ E CONCEIÇÃO

Névoa densa e muito fria.

Cinco horas da manhã

E eles na carroceria de um caminhão, que subia

Por uma estrada deserta,

Feita à mão,

Para a mina do Cauê,

E depois, já bem mais tarde

Para a mina de Dois Córregos

E a mina de Conceição.

Mas sempre era a alegria

De poder fazer o mundo,

De poder ganhar a vida,

De poder ganhar o pão.

E sempre se percebia

Um certo orgulho escondido

Quando algum deles falava

-trabalho na Companhia.

TROCA DE TURNO

Suspensa a hora

A tarde se estende,

– abóbada translúcida de céu

Sobre a cidade -,

E os que vêm do trabalho,

– uma metade –

Respiram a aragem

Que vem sempre

Nesta hora em que o azul

Estende a tarde

Sobre as palmeiras,

Sobre os meninos,

Sobre a pequena cidade.

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