Avanco inicia abertura de mina de cobre em Parauapebas no mês de setembro

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A Avanco Resources vai começar o decapeamento da mina de cobre Antas North, em Parauapebas, no mês de setembro. A atividade faz parte do contrato de gerenciamento de mina assinado com a empreiteira australiana Maca, contratada em julho. “Hoje são cerca de 300 trabalhadores em campo, organizados em três grupos de terraplenagem, construção civil e montagem eletromecânica”, diz o diretor-executivo Tony Polglase.

avanco_placaO teor encontrado na jazida do empreendimento, entre 2,5% e 3% de cobre, é quatro vezes mais alto que aquele encontrado em Sossego, mina de cobre da Vale em operação desde 2004 e que fica a pouco mais de 80 quilômetros do depósito de Antas North.

Em termos de custo e de teor, a Avanco vai se posicionar no primeiro quartil, ou seja, terá um dos concentrados mais competitivos do mercado, diz Polglase, engenheiro com quase 40 anos de experiência em mineração.

A produção projetada é de 45 mil toneladas de concentrado por ano, com 20% a 30% de cobre, o que deve dar cerca de 12 mil toneladas de cobre metálico. O comissionamento está marcado para começar em 23 de fevereiro de 2016 e já é possível ver que as fundações do moinho estão quase prontas.

Com exceção do espessador, que está sendo fabricado em São Paulo pela Westech, todos os grandes equipamentos estão no site: os britadores de mandíbula e cônico, manufaturados pela mineira Simplex; o filtro de prensa, feito pela Metso; e o moinho de bolas, produzido nos Estados Unidos.

Avaliando formas para reduzir o investimento de capital, a Avanco adquiriu equipamentos usados como galpões, no Brasil, e células de flotação, nos Estados Unidos. O custo total do empreendimento vai ser de US$ 60 milhões.

A engenharia foi contratada com a Onix, de Belo Horizonte, que hospeda também o owner team da Avanco. “Não é um EPCM [forma de contrato que envolve engenharia, suprimentos e a gestão da construção]. É um empreendimento pequeno”, disse Polglase. O executivo fez uma analogia com a Troy Resources, cujo modelo para construir empreendimentos deixa com a equipe interna a gestão da obra e a integração de engenharia e aquisições.

Polglase e Wayne Philips, responsável para parte de mineração, concordam que a parte mais delicada do empreendimento é a abertura da cava e a retirada do minério. “O corpo mineral tem o formato de um funil, logo a cava tem que ser muito estreita para otimizar a relação estéril-minério”, diz o diretor do projeto.

O financiamento quase foi um empecilho para o início do empreendimento. “Procuramos bancos brasileiros, mas vimos que ia demorar muito”, disse Polglase. “Com isso poderíamos perder o período seco e atrasar a construção. Fui então a Londres e, em seis semanas, o projeto estava integralmente financiado”.

Mark Sawyer, sócio da Greenstone Capital, um dos maiores investidores da Avanco, afirma que hoje esse é definitivamente um grande obstáculo para grandes e pequenas mineradoras. Fundos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e outras praças estão fechados para investimentos em mineração nessa época em que os preços das commodities estão em queda.

Sawyer disse que a mineradora reuniu uma equipe “excelente” que tornou o empreendimento mais atrativo. Ele, que visitou esta semana o canteiro de obras, conta que o fundo investe em outros projetos de metais básicos, como cobre e níquel, no Chile e na Namíbia.

Além da GreenStone, que tem 16,7% da Avanco, os fundos Appian Natural Resources e BlackRock tem, respectivamente, 16,7% e 14% da mineradora, segundo dados da Bloomberg.

“O Brasil tem grandes projetos de mineração. Podemos provar [com o projeto Antas] que empreendimentos de menor porte podem ser bem-sucedidos e lucrativos”, diz Phillips. Ele e Polglase concordam que empresas de menor porte são mais empreendedoras e ágeis, pois têm “menos camadas [gerenciais]”.

Segundo a Avanco, o financiamento bancário poderia elevar o custo do empreendimento em até 40%, enquanto que contratos na modalidade EPCM poderiam majorar os custos do empreendimento em 50%.

Fonte: NMB

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