Atletas de ginástica rítmica do Pará seguem orientações treinando por aulas online

A técnica Célia Santos passa vídeos diários para as ginastas manterem o condicionamento

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Assim como em diversas modalidades esportivas, a ginástica rítmica do estado do Pará, também aderiu aulas online em tempos de pandemia do novo coronavírus. A professora Célia Santos, conta com o apoio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) para se reinventar e seguir dando aulas para as suas ginastas de maneira diferente, orientando as meninas através da internet.

“Quando nós paramos, eu mandava os vídeos para elas, até que a Confederação Brasileira fez um trabalho muito bom, resolveu fazer um trabalho com todo o Brasil, e resolvemos trabalhar dessa forma como todo mundo está trabalhando”, afirmou Célia Santos, técnica de ginástica rítmica.

Aproximadamente, de 10 a 14 atletas estão trabalhando online com a professora Célia Santos em cada sessão passada pela profissional, porém algumas dificuldades surgem com essa maneira improvisada de trabalho, já que nem todas as ginastas da equipe, possuem internet em casa para seguir as orientações que são repassadas diariamente pela técnica, e uma parte das atletas acabam se ausentando das atividades.

“Nós temos crianças pobres que não tem internet em casa, e ai dificulta, como é que nós fazemos? Nós mandamos os vídeos e quando elas conseguem abrir os vídeos elas conseguem fazer sozinhas em casa, muitas vezes com a atenção da mãe. Nós temos relatos de mães que estão muito preocupadas com os filhos em casa, é muito tempo dentro de casa. Elas tinham muitas atividades, principalmente a nossa turma de treinamento, que treinavam de duas da tarde até às sete da noite. Então, o impacto de parar, para elas foi muito ruim”, disse Célia Santos.

Sendo assim, como em algumas modalidades esportivas, dando como exemplo a natação, com à pandemia de Covid-19, acaba ocorrendo desinteresse das praticantes e a evasão de atletas também na ginástica rítmica paraense, se tornar recorrente por todas as dificuldades encontradas pelas ginastas em tempos difíceis para o esporte, que teve que ser paralisado sem competições previstas.

“Muitas ginastas não estão fazendo a aula, é um desinteresse, mas nós sabemos que tem problemas, a própria doença que tem acometido os pais que já me relataram que tiveram que deixar crianças na casa de parentes para cuidar de uma mãe ou de alguém da família dentro de casa e nessa casa não ter o recurso que elas precisam para fazerem as aulas”, falou Célia Santos.

A experiente técnica de ginástica, que esteve nos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, acredita que o retorno presencial para os treinos das ginastas paraenses e de competições envolvendo o mundo da ginástica, ainda vai demorar para acontecer e quando retornar as atividades, deverá ser diferente, tanto para as atletas, como para os técnicos, que terão que se recriar para conseguir bons resultados.

“A confederação tem uma ideia que somente após setembro se possa começar a pensar. Nem mesmo a reunião dos presidentes houve esse ano. Nós vamos ter que fazer uma retomada um pouco lenta, porque sabemos que as crianças estão muito tempo dentro de casa, elas estão sem condicionamento, mesmo com o condicionamento que nós damos para elas pelas aulas de vídeos, sabemos que não é a mesma coisa como estarem se deslocando em um grande espaço. Então, vai ser uma retomada do começo”, finalizou Célia Santos.

Por Fábio Relvas

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