Apesar das dificuldades, comerciários de Marabá têm o que comemorar na segunda-feira

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Na próxima segunda-feira (23) nenhum estabelecimento comercial de Marabá funciona. É que na cidade, devido acordo coletivo entre patrões e empregados, por meio dos sindicatos das duas categorias, ficou decidido, desde 2013, que toda quarta segunda-feira de outubro será comemorado o Dia do Comerciário, quando os trabalhadores do comércio só festejam, nada de trabalho.

Em Marabá eles já foram 8 mil, mas hoje, devido à crise econômica que vem travando o crescimento do País, esse número caiu para 5 mil. “Os outros 3 mil estão desempregados ou em outra atividade de trabalho”, diz João Luís da Silva Barnabé, presidente do Sindecomar (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Marabá e do Sul do Pará).

O comerciário tem carga horária igual à da maioria dos demais trabalhadores: 44 horas semanais. Em caso de horas trabalhadas a mais, o empregado recebe como extra ou em dias de folga. O salário inicial de um comerciário, em Marabá, é de R$ 1.120,00, mas, para Barnabé, essa ainda não é a remuneração justa, embora segundo o próprio presidente do Sindecomar, haja trabalhadores do comércio, que ganham comissões por vendas realizadas, cujo salário varia de R$ 1.800,00 a R$ 2.500,00. “O salário ideal, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas), deveria ser de aproximadamente R$ 3.800,00”, lembra ele.

Sobre as comissões pagas aos comerciários, João Luís afirma há empresas que remuneram as vendas com comissões que variam de 2% a 3%, mas, em contrapartida, há lojas em que a comissão é ínfima: de 0,2% a 03%. “Isso não é bom para o empregado muito menos para a empresa, que, como esse percentual de comissão, em vez de estimular o colaborador, desestimula”, avalia.

A respeito do relacionamento dos comerciários marabaenses com os patrões, João Luís afirma que muitos empresários têm uma relação muito boa com o trabalhador, mas há uma parcela que “só quer explorar, tirar o sangue do empegado”. “É preciso que esses empresários mudem essa visão”, observa.

Em relação às doenças laborais que mais atingem o comerciário Barnabé afirma que a LER (Lesão do Esforço Repetitivo), que ataca principalmente os caixas; e males da coluna, uma vez que no comércio o vendedor trabalha praticamente de pé o tempo todo, são as duas que mais atacam esse trabalhador.

Sobre o crescimento funcional do trabalhador do comercio, João Luís Barnabé, que é comerciário, afirma que há empresas que estimulam o colaborador a fazer carreira, mas são uma minoria. “Conheço empresas em que a pessoa entrou como contínuo e hoje é gerente. Infelizmente, a maioria não tem essa visão de valorizar o empregado”, lamenta.

“Sou comerciário desde os 15 anos, quando abracei essa profissão e me orgulho dela”, afirma o presidente do Sindecomar, complementando que, apesar de tudo, na segunda-feira (23) seus colegas terão muito a comemorar: “Conseguimos este ano um reajuste salarial de 6%, único no Estado, já que outros sindicatos chegaram a 4,5%, no máximo 5%; e ainda conquistamos o direito de ganhar anuênio, um adicional de 2% sobre o valor do salário por ano de trabalho na mesma empesa”, detalha ele.

Barnabé diz que no início deste ano ficou muito temeroso em relação ao desemprego, por causa do fechamento de muitas empresas, mas afirma que, de julho para cá, a situação está melhorando. “Espero que 2018 seja bem melhor ainda para a cidade, com os empreendimentos que estão chegando, e, consequentemente, para o comércio”, afirma.

Festa

Em comemoração ao Dia do Comerciário, o Sindecomar realiza pela primeira vez a Corrida do Comerciário. Haverá também a tradicional festa com churrasco grátis, na sede campestre da entidade, no Núcleo São Felix, assim como shows com cantores locais e de fora.

A corrida tem saída da Praça São Félix de Valois, na Marabá Pioneira, às 7h da manhã de segunda-feira, com chegada prevista para o ginásio Poliesportivo “Renato Veloso” na Folha 16, Nova Marabá, após percurso de 7 quilômetros. A premiação é de R$ 2.200 para os três primeiros colocados. As inscrições estão abertas na sede da entidade, na Rua Sete de Junho, Marabá Pioneira.

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