Antigo prédio da Câmara pode ser transformado em teatro

Caso Executivo não destine recursos para a obra, vereador Luiz Castilho garante sua emenda parlamentar para a reforma do prédio

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Em entrevista à Rádio Arara Azul FM na manhã desta segunda-feira, 6, o vereador Luiz Castilho falou sobre o projeto de transformar o antigo prédio da Câmara Municipal de Parauapebas em teatro, com o objetivo de fortalecer as ações culturais do município. Localizado na Rua E, o prédio está abandonado desde que o Poder Legislativo foi transferido para um espaço mais amplo e moderno, na Rua F, Bairro Beira Rio II.

O vereador Castilho, que é líder do governo na Câmara Municipal, foi à Arara Azul acompanhado de Doddy Amâncio, coordenador da Associação de Teatro de Parauapebas e Patrick Zarack, ator e produtor cultural. O trio foi entrevistado pelo radialista Elson Brito, no Programa “Alerta 96”.

Castilho reconhece que o prédio da Câmara está intimamente ligado à história do próprio município, tendo abrigado projetos sociais como “Barriga Cheia”, mas que atualmente está ocioso, embora em um “lugar nobre”. Ao sugerir que aquele patrimônio seja transformado em teatro, o vereador ressalva que é uma forma de valorizar a própria história. “A indicação é fruto de uma mobilização da Associação de Teatro de Parauapebas, que recolheu centenas de assinaturas. Temos muitos artistas em nossa cidade, mas ainda somos pobres na estrutura para abrigar os grupos que atuam neste segmento”, reconheceu Castilho.

O líder do governo foi quem ingressou com a indicação de doação do prédio à ATP, que foi aprovada pelos colegas parlamentares. Embora muitas pessoas espalhassem boatos de que a estrutura do prédio estaria comprometida, a pedido de Castilho uma equipe técnica da Secretaria de Obras foi até o local, fez uma vistoria e não identificou nada que condenasse o prédio. “A intenção é realizar algumas adequações, mas manter a fachada, que faz parte da história do município”.

Questionado pelo radialista sobre a origem dos recursos para a reforma do antigo prédio da CMP, Luiz Castilho lembrou que, como vereador, não tem autonomia para determinar a realização de obras. “Todavia, tenho a prerrogativa das emendas parlamentares.

Está prevista na LDO que, para 2019, e a Câmara terá 3% do orçamento bruto do Executivo.

Dividido entre os 15 vereadores, este ano temos o montante individual de R$ 2,3 milhões. “Então, caso o Poder Executivo não direcione verba para essa finalidade, repasso minha emenda, de forma integral, para a reforma do prédio e, assim, fortalecer o movimento cultural de nossa cidade”.

Castilho disse que não tem dimensão do custo da reforma, mas que o valor da emenda a que tem direito será direcionado integralmente para esse projeto. O vereador esclarece que não há necessidade de aprovar um projeto de lei para que o prédio seja transformado em teatro e que a liberação de recursos também não passa por burocracia. “Se houver dinheiro, pode ser executado de imediato. Estamos preocupados em elaborar um projeto funcional pela Secretaria de Obras e talvez isso se estenda até o final deste ano, para que em 2019 as obras iniciem, após licitação”.

O parlamentar ressalta que a Associação de Teatro vai participar do projeto, dando dicas sobre a concepção estética, porque serão eles que vão utilizar.

Doddy Amâncio, coordenador da Associação de Teatro de Parauapebas, elogiou a iniciativa de Luiz Castilho e disse que ele está sendo chamado também de “vereador da Cultura” no município, pela aproximação e sensibilidade que tem demonstrado com os grupos artísticos.

Informou que a ATP existe há três anos e durante esse período tem feito um trabalho de formiguinha, mapeando os grupos que atuam em Parauapebas com este segmento, congregando 17 deles atualmente. “Quando se fala em linguagem teatral, é importante perceber que eles se fazem presentes também nas igrejas, nos movimentos sociais, na sensibilidade de um professor que trabalha com arte e literatura na escola. Com isso, temos uma ampla formação de agentes culturais em vários locais”.

O coordenador também ressalta que a Associação de Teatro de Parauapebas é a única do gênero nas regiões sul e sudeste do Estado, mas que enfrenta inúmeras dificuldades, entre as quais a necessidade de criar meios para promover a formação de atores. “Precisamos de um local específico para realizarmos apresentações artísticas das dezenas de grupos de teatro que temos no município, mas ao mesmo tempo o prédio servirá para formação de profissionais da área. Não temos ninguém que trabalhe com iluminação cênica e precisamos formar mão de obra local neste segmento”.

Para Doddy Amâncio, além de acolher os grupos de teatro, o prédio passaria a sediar também ações de grupos de literatura, cinema e artes plásticas, com realização de exposições. “Temos aqui 13 matrizes culturais efervescentes, com exceção da ópera e do circo e por que não fortalecer esse trabalho tão importante para nossa comunidade? ”, indaga Doddy.

Patrick Zarack, ator e produtor cultural, testemunhou que sua vida foi transformada depois que passou a se envolver com o movimento artístico por meio do teatro. “Vi na arte um caminho para mudar minha história de vida. Como eu, muitos jovens veem uma oportunidade de crescimento, mas acaba faltando apoio institucional porque há um certo preconceito.

Algumas pessoas não têm noção que em nossa cidade há um trabalho artístico realizado com pessoas competentes”.

Quem quiser mais informações sobre as ações da ATP, pode procurar no endereço abaixo: Rua Afonso Arino, número 186, Bairro da Paz, entre as ruas Castro Alves e Padre Josimo. Ou através dos telefones: (94) 99212-8084 / 99301-8605.