Alimentação e bebidas são vilões para aumento da inflação em Marabá

Laboratório de Inflação e Custo de Vida da Unifesspa faz acompanhamento semanal em aproximadamente 200 estabelecimentos e feiras

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O Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá (Lainc) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) divulgou esta semana, o índice de Preços ao Consumidor (IPC), das famílias com rendimentos entre 1 a 5 salários mínimos, da cidade de Marabá, referente ao mês de fevereiro e março de 2018.

O índice de preço ao consumidor de Marabá é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC é calculado mensalmente, através da coleta de preços dos bens e serviços que compõe o orçamento das famílias, que se mensura as variações de preços, sendo os dados coletados nos estabelecimentos comerciais, de prestação de serviços e concessionárias de serviço públicos.

Inflação em Marabá

Para apresentar os números da inflação em Marabá dos meses de fevereiro e março os alunos e professores envolvidos no projeto realizaram pesquisas de preços em diferentes locais de venda na cidade. A coleta de dados leva em consideração o consumo de alimentos de uma família, composta por cinco pessoas e que ganhe em média de 1 a 5 salários mínimos em Marabá.

O Índice de Preços ao Consumidor e informes da Cesta Básica de Consumo Familiar de Marabá é composto por 43 itens, dentre eles o açaí, farinha e peixe, que fazem parte do hábito alimentar regional e da Pesquisa de Origem dos Produtos.

O Lainc apresentou o IPC-Marabá do período de fevereiro de 2018, registrando o índice de 0,16% ao mês, inferior ao registrado em janeiro (0,24%). O grupo alimentação e bebidas foi o principal responsável pelo resultado encontrado, contribuindo com 0,09 pontos percentuais. Seguido por despesas pessoais, que contribuiu com 0,04%.

Em fevereiro, os pesquisadores do IPC registraram os seguintes dados referentes à inflação com os itens de Alimentação e bebidas (0,09%), Habitação (0,02%), Transporte (-0,01%), Artigos de residência (0,02%), Saúde e cuidados pessoais (0,00%), Vestuário (0,00%) e Educação (0,01%). O grupo Comunicação não sofreu variação no mês.

O Índice de Preço ao Consumidor do mês de março de 2018 registrou uma inflação de 0,10%, reduzindo 0,06 pontos percentuais em relação IPC do mês de fevereiro (0,16%).

O grupo que mais contribui para a inflação do mês foi de Vestuário, com índice de 3,87% e contribuição para o índice de 0,38%; Artigo de Residência com índice de 0,91% e contribuição de 0,05%; e Habitação com índice de 0,13% com uma contribuição para o índice de 0,02%. Também houve grupos com deflação como: Alimentação e Bebidas com índice -0,05% e contribuição de -0,02%; Saúde e Cuidados Pessoais com índice de -2,53% e contribuição para o índice de -0,24%; Despesas Pessoais com índice de -0,71% e contribuição de -0,04%; Educação com índice de -3,05% e contribuição de -0,05%. No grupo Comunicação não houve uma variação.

Além de afetar nossa conta do mercado, a inflação ainda afeta o poder de compra da sua renda (se você é trabalhador assalariado, aposentado ou vive com a renda de aluguel, por exemplo), a sua margem de lucro (se você é empresário ou profissional liberal), o seu investimento (se você consegue poupar e guardar parte do que recebe para usar na sua aposentadoria), a prestação do seu carro, imóvel ou qualquer outra dívida que possua, o valor da gasolina, entre tantas outras coisas.

Alimentação e Bebida: No mês de março, os itens que mais contribuíram para a deflação no grupo foram: farinha de mandioca (-4,03%); costela (-8,32%); pão francês (-7,67%); pão de forma (-13,46%); itens que seguraram a inflação: flocos de milho (5,90%); ovo de galinha (8,19%); manteiga (19,95%); margarina (10,09%); refeição (5,85%).

Na habitação, os itens que mais contribuíram para a inflação no grupo foram: cimento (-0,22%); amaciante (6,89%); sabão em pó (1,62%); esponja de limpeza (0,30%).

Nos artigos de residência, os itens que mais contribuíram para a inflação no grupo foram: sofá (13,01%); móvel para copa e cozinha (18,08%); refrigerador (8,52%). itens que seguraram a inflação: roupa de cama (-2,46%); televisor (-17,00%).

No quesito vestuário, os itens que mais contribuíram para a inflação do grupo foram: blusa (14,03%); lingerie (19,84%); camisa infantil (6,36%); short feminino (9,74%); bijuteria (39,97%); tecido (15,11%). Os itens que seguraram a inflação nesse grupo foram: sandália (-12,31%).

Na área do transporte a pesquisa registrou os seguintes itens – pneu (5,90%); óleo lubrificante – (5,88%); óleo diesel (1,90%).

Na área da saúde e cuidados pessoais ficaram assim distribuídos – óculos sem grau (2,36%); produto para cabelo (-0,65%); barbeador (6,92%); creme de pele e bronzeador (-12,98%); creme dental (-,95%); produto para unha (-8,22%); papel higiênico (-45,97%); artigos de maquiagem (-48,65%).

Já no quesito despesas pessoais ficou: ração para cão (19,57%); ração para gato (-3,26%); brinquedo (-11,52%). Para a área da educação, ficou: livro (-5,05%); caderno (-12,72%). Na área da comunicação, não houve inflação pertinente.

O levantamento dos preços é feito semanalmente em aproximadamente 200 conhecidos estabelecimentos e feiras nas principais áreas da cidade de Marabá, a Marabá Pioneira, a Cidade Nova e a Nova Marabá por cerca de 12 estudantes.

O IPC levantado em Marabá proporcionará ao cidadão deste município conhecer o que está acontecendo com o seu poder aquisitivo, permitindo melhor planejamento e uso do dinheiro não só pelas famílias, como pelas empresas e órgãos governamentais.

Todas estas informações são enviadas à Fapespa, em Belém, e vão compor o índice de inflação mensal do Estado do Pará, que por sua vez, vai integrar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Brasil, levantado pelo IBGE, colocando Marabá no cenário central da conjuntura econômica nacional.